12 de out. de 2007

A SAZONALIDADE E A ESTRATÉGIA DO OCEANO AZUL

ABRAHAM SHAPIRO

Zequinha é um ladrão que está novamente perante o juiz. Desta vez é acusado de um roubo pequeno e a pena é de três meses de prisão.

“O senhor vai apelar ou aceita a sentença? – pergunta o juiz.

“Aceito, mas só lhe peço, meritíssimo, que me permita cumprir a pena no outono”.

“No outono?” – questiona o magistrado. “Por quê isso?”.

Zequinha responde:

“Sabe o que é? Não posso parar agora. Nessa época é que meus negócios dão mais lucro”.


Um dos riscos que mais comprometem um negócio é a sazonalidade.

Entende-se por sazonalidade o aumento ou redução significativos da demanda por um produto ou serviço em determinada época do ano. Exemplos óbvios: sorvete e cerveja são mais consumidos no verão; chocolate quente, no inverno; viagens, nas férias.

Os negócios com grande sazonalidade são perigosos, pois, oferecem riscos que obrigam os empreendedores a adotar estratégias muito precisas. Por esta razão, quando a sazonalidade existe em alto grau, é considerada fator negativo na avaliação do empreendimento.

Para certos negócios a análise não é tão fácil nem simples como para ovos de páscoa ou árvores de natal. O problema aparece quando falta conhecimento do segmento em si, do comportamento do mercado e outras variáveis.

Se você é empresário do tipo gato – que quer pegar o peixe, mas não molhar as patas – comece a mudar imediatamente esta conduta. Você sempre irá acertar quando investir em conhecer melhor seu negócio, a área em que atua e o máximo possível do perfil do seu consumidor.

Tenha um orçamento mensal para isso e busque fontes confiáveis para obter informações continuamente. Mercado é algo que evolui, modifica e se transforma. Conhecê-lo, hoje, não é garantia alguma de que você manterá seu nível de conhecimento amanhã.

Um dos estudos mais indicados para você ampliar sua visão é o livro: A Estratégia do Oceano Azul, de W. Chan Kim e Renee Mauborgne. O livro apresenta uma nova maneira de pensar sobre estratégia, resultando em uma criação de novos espaços, chamados de “oceano azul” e uma separação da concorrência – “oceano vermelho”. Os autores estudaram 150 ganhadores e perdedores em 30 indústrias diferentes e viram que explicações tradicionais não explicavam o método dos ganhadores. O que eles acharam é que empresas que criam novos nichos, fazendo da concorrência um fator irrelevante, encontram um outro caminho para o crescimento. O livro ensina como colocar em prática essa estratégia.

Tenho recomendado a leitura desta obra referência a todos empresários para quem dou consultoria, especialmente para os que enfrentam o drama da sazonalidade.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473