30 de set. de 2007

COMO ESCOLHER A PROFISSÃO CERTA

ABRAHAM SHAPIRO

Você tem dúvida sobre qual rumo seguir em sua vida profissional?

Meu conselho. Isole-se em um lugar onde você não será interrompido. A sós com sua consciência, pegue um papel e escreva a resposta a duas perguntas.

Primeira: O que você adora fazer na vida?

A outra pergunta: O que melhor você sabe fazer? Após isso, persiga esta meta como a coisa mais importante que você tem.

Não é uma receita mágica, mas lógica. Fazer o que se gosta e o que se faz melhor é como estar em um lugar encantado, cheio de coisas boas, prazer e contentamento.

Muitas pessoas que compram uma Mercedes último modelo fazem tal escolha por causa do status que este carro traduz. Talvez precisem desta aquisição para auto-afirmar suas vidas baseadas em princípios não muito bem fundamentados. Pode ser que nem tenham pensado no conforto e segurança que ela proporciona.

Como é que a maioria dos jovens escolhe uma profissão? Buscam realização ou brilho social? Nada contra fazer escolhas por esses critérios, mas uma profissão merece todo cuidado ao ser escolhida.

Pense em quantos médicos, economistas, advogados e engenheiros gostariam de ser cozinheiros, marceneiros, vendedores, alfaiates ou ourives? Sabe por que não optaram pelo que mais desejavam ou sonhavam? É que essas profissões não dão destaque. Estão fora de moda. Se eles tivessem feito a escolha certa, estariam vivendo em paz e alcançando grandes metas de vida.

Quando você opta por aquilo que lhe traz realização, o mundo se torna um lugar muito mais prazeroso para se viver.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473

COMO LIDAR COM A PROFISSÃO ERRADA

ABRAHAM SHAPIRO

Muitas pessoas enfrentam um terrível dilema todas as manhãs ao sair para o trabalho. Fizeram sua escolha profissional, mas sentem-se mal com ela. Estão insatisfeitas e, por isso, sua felicidade está comprometida. Este é o típico caso em que dinheiro não é tudo.

Alguns querem mudar, mas não têm coragem. Outros não têm mais condições.

Hoje em dia as empresas estão dando diferente enfoque a respeito de quem elas devem contratar e manter em seus quadros de colaboradores. Estão buscando pessoas apaixonadas por aquilo que fazem; pessoas cuja opção profissional tenha saído daquilo que mais gostam e que melhor sabem fazer na vida.

A regra que está imperando é: quem não tem paixão por nada ,que diga respeito aos objetivos da empresa deve ser descartado de cara.

Não é nada fácil conviver com uma escolha profissional errada ou mal ajustada aos nossos valores pessoais. No entanto, há meios de resolver este problema. E precisamos nos dedicar a isso para termos paz.

Para aqueles que não estão sintonizados, minha dica é: procure um aconselhamento profissional de tal forma que você possa recobrar a motivação e buscar realização. Tendo contentamento com o que faz, você será outra pessoa. Sua família, a empresa e o mundo ganham muito com isso.

Lembre-se: a maior recompensa que um profissional pode ter não é medida em dólares, libras ou reais, mas em satisfação de fazer bem feito aquilo que se propõe, sentir-se grato por isso e obter o reconhecimento das pessoas que se servem de seus serviços. Esta é a verdadeira razão do trabalho. O dinheiro é uma conseqüência disso.
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28 de set. de 2007

PRODUTO CARO OU BARATO?

ABRAHAM SHAPIRO

Você é o tipo de vendedor que, quando não fecha uma venda, alega que o produto está caro? Então você tem vocação para comprador!

Se o seu cliente achou que o produto está caro, das duas uma: ou ele não tem recursos para comprar e está dando uma desculpa ou você não foi capaz de estabelecer o valor de sua oferta em conformidade aos reais benefícios proporcionados pelo produto.

Na prática, se o cliente entendeu a sua apresentação, ele dirá que seu produto ou serviço “é caro” como forma de expressar que não vale o preço pedido nas condições apresentadas. Caro, por exemplo, é um automóvel popular a preço de carro de luxo; uma porção de bolinhos de batata a preço de bacalhau; um whisky brasileiro a preço de escocês.

Por outro lado, quanto um cliente está disposto a pagar por um pão francês bem feito, saboroso e crocante por fora? Muito mais do que ele normalmente paga por um que parece uma lixa, certo?

Vale o mesmo raciocínio para a expressão “barato” para tudo que tem preço baixo. Produto “bom e barato” me deixa ressabiado. Whisky escocês a preço de brasileiro; carro de luxo a preço de popular, são exemplos de situações que me causam a impressão de que terei problema com a mercadoria ou com a polícia.

Um produto é caro quando o benefício que proporciona é menor que e preço pedido por ele. Fixe o conceito: caro e barato são desequilíbrios na relação custo e benefício. Aí está uma lição de marketing muito importante.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473

27 de set. de 2007

A ÚNICA

ABRAHAM SHAPIRO


Sua empresa é a única?

... A única emissora de rádio que só toca rock?

... A única padaria do tipo boutique de pães?

... A única revista especializada em um determinado assunto?

... A única igreja que oferece a seus fiéis a verdadeira salvação?

Vou revelar um segredo. Já faz um bom tempo que os muros do “único” começaram a desmoronar.

Já posso comprar pães especiais ou pizza kosher pela Internet. Posso ouvir música clássica de dez maneiras diferentes. Posso aprender tudo o que desejar sem nunca mais tornar-me assinante de uma revista novamente.

O “único” é um falso conforto.

Ele elimina a concorrência, oferece proteção contra preços mais baixos e “dá uma força” para o egoísmo do dono do negócio.

Infelizmente, único, hoje, é um produto escasso e altamente ameaçado.

O desafio de ser notável se tornou rápido o suficiente e corajoso o bastante para acolher o novo e não apenas depender do fato de ser o único.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473

26 de set. de 2007

MENSAGEM QUE RECEBI DE UM AMIGO

.ABRAHAM SHAPIRO

. Não. Não se trata de um erro de digitação.
. Leia o texto abaixo até o fim.
. Você terá uma linda experiência de sentido para a vida.



Todas as pxssoas são importantxs

Às vxzxs, fico chatxado, pxnsando qux aquilo qux faço não x’ importantx. Nxstxs momxntos, lxmbro-mx da vxlha máquina dx xscrxvxr dx mxu pai. A maioria das txclas gxralmxntx funcionava bxm. Um dia, contudo, uma das txclas parou dx funcionar x isso foi um problxma x tanto. Por isso, quando mx sinto txntado a dizxr qux não faz difxrxnça sx xu fizxr alguma coisa dirxito ou não, porqux sou apxnas uma pxssoa, lxmbro-mx daquxla vxlha máquina dx xscrxvxr e digo para mim mxsmo: “Sou nxcxssário x as pxssoas prxcisam dx mim”.

NECESSIDADE OU DESEJO?

ABRAHAM SHAPIRO

As pessoas compram o que desejam ou o que precisam?

Os prudentes dirão que depende muito da classe social. No entanto, as duas últimas décadas demonstraram que a balança do consumo pesou muito mais para o lado do desejo. Refletindo seriamente, isso é assustador.

Pare um instante e olhe as coisas que estão à sua volta. Você tem necessidade de tudo? Claro que não. Mas você comprou tudo isso. Empregou recursos importantes. Empatou em tantas coisas, hoje inúteis, dinheiro conseguido com a sua melhor e mais pura energia, conseguido com dificuldade e muito trabalho.

A propaganda invade as nossas crenças e, em seguida, explora e massifica nossas tendências, o que não é de todo bom. Pense em um anúncio que associe um produto com a aparência externa de sucesso que ele proporcionará ao consumidor. Esta propaganda pode acabar gerando um processo de ansiedade potencialmente capaz de disparar reações inesperadas em pessoas sem recursos suficientes para adquiri-lo. A frustração resultante não estará associada à impossibilidade de posse, mas à ausência do sucesso prometido como resultado da sua posse. Além de alimentar a compulsão pela compra, a propaganda baseada nestes princípios talvez seja uma das raízes do aumento da criminalidade.

É isso que explica a enxurrada de produtos esquisitos crescentemente oferecidos no mercado. E, o mais interessante: gente demais comprando. Vou citar um. Quem podia imaginar o crescimento significativo de venda de toques de chamadas de telefones celulares? Há um número imenso de usuários gastando dinheiro nesse segmento e até assinando uma revista especializada. Chama-se Ringtone Magazine – A Revista dos toques de Chamada.

Creio ser esta uma prova clara e objetiva de que, muito mais do que buscar coisas de que precisam, as pessoas estão comprando e se satisfazendo, mesmo, com ilusões e fantasias que talvez nunca fossem capazes, sequer, de sonhar sozinhas. Coisas de um mundo de comunicação e virtualidade em excesso!
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24 de set. de 2007

TEMPO E TRABALHO

MATÉRIA DO FANTÁSTICO - REDE GLOBO - 23/SETEMBRO/2007

Durante séculos, milhões de africanos foram trazidos à força para trabalhar como escravos em terras brasileiras. Que margem de escolha eles tinham em relação ao futuro? Quase nenhuma. Como não eram donos do seu tempo nem do seu trabalho, quase nada podiam fazer pelo seu amanhã.

E os índios que viviam livres na floresta, tirando seu sustento diretamente da natureza? De que forma encaravam o presente e preparavam o futuro? Pensavam no tempo como nós – habitantes das metrópoles do século XXI?

Cada cultura humana tem uma forma de se relacionar com o presente e com o futuro. Seus sonhos e expectativas se formam na dura batalha pela sobrevivência. E mudam com o passar do tempo.

No princípio, era o aqui-e-agora. A vida era curta e incerta e os riscos estavam por toda parte.

Por milênios, foi assim.

A invenção da agricultura e do pastoreio mudou radicalmente esse quadro.A domesticação de plantas e animais, fruto de um lento processo de experimentações e adaptações, mostrou que era possível colocar o mundo natural e o próprio tempo a serviço do homem na luta por seu sustento. E trouxe para primeiro plano as vantagens da espera. Todas essas ações exigiam meses de paciente preparo e execução.

Essas mudanças no mundo do trabalho transformaram a maneira de pensar de nossos ancestrais. Eles descobriram que podiam planejar, racionalizar suas ações, desenvolver a pesquisa científica e, assim, depender cada vez menos das incertezas da natureza.


Antes, era da mão à boca. Atualmente, entre o que faço hoje na fábrica ou na loja em que trabalho e o que compro no supermercado no final do mês com o meu salário, há uma cadeia produtiva muito complexa.
Uma operadora de telemarketing que vive na Índia, por exemplo, pode prestar serviços a uma agência de viagens localizada nos Estados Unidos, e receber seu salário em dinheiro indiano para comprar produtos chineses!

Trabalhar mais ou viver mais a vida? Poupar ou gastar? Dar maior ou menor valor ao consumo?

Hoje, corremos o risco de nos tornar escravos do dinheiro e do consumo.E vivemos em meio a um bombardeio de mensagens contraditórias. De um lado, somos estimulados a comprar, gastar e viver o momento. Há sempre um tipo novo de geladeira, de bicicleta ou de roupa que somos tentados a comprar. Então, nos endividamos, abrimos crediários com juros absurdos e consumimos sem pensar.

Por outro lado, somos chamados a poupar: é preciso fazer a previdência, cuidar da saúde e se preparar para uma velhice tranqüila. É urgente garantir o amanhã.

O mundo em que vivemos é muito exigente em relação ao tempo. Cada vez mais, é preciso desenvolver a arte de agir no presente tendo em vista o futuro.

“Nessas sedução do consumo é importante ressaltar que na nossa civilização contemporânea, ter bens de consumo funciona como signo de poder e status. A sua imagem de como você vai ser vista. Evidentemente que essa experiência que implica em desperdício, jogar dinheiro pelo ralo, isso te provoca uma imprevisibilidade em relação ao futuro. Aqui você faz tudo em pré-datado, como se você pudesse pagar em 10 vezes. É uma espécie de dívida adiada que vai tendo um efeito multiplicador”, explica Joel Birman, psicólogo da UFRJ.

Da mesma forma que os indivíduos, também os grupos sociais fazem suas escolhas. Quais são os valores que importam? Como vamos dar consistência aos nossos sonhos e projetos?

Afinal, em que mundo queremos viver?

O QUE FAZER COM OS ERROS EM SUA EMPRESA?

ABRAHAM SHAPIRO

Em vez de ver o erro como "coisa a ser consertada", é muito mais positivo interpretá-lo como "conseqüência de um processo fora de controle".

Por isso, em vez de tratar de resolver o defeito, deve-se investigar suas fontes para corrigir o mecanismo que o gerou.

Desse modo, não só se conserta aquele defeito específico como também se melhora o rendimento geral do sistema.

Uma metáfora importante para se entender esta visão é: para aprender com os erros, é necessário passar da sala de jantar para a cozinha.

Quando se sente à vontade percorrendo esse caminho, você entende por que os japoneses afirmam que "um defeito é um tesouro".

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23 de set. de 2007

UM CASO DE SUPERAÇÃO DE UMA LIMITAÇÃO ORGANIZACIONAL SÉRIA ATRAVÉS DA COMUNICAÇÃO

ABRAHAM SHAPIRO

Em uma de minhas consultorias, deparei-me com um diretor industrial de uma grande indústria automobilística que enfrentava um sério problema em um dos setores da produção. A solução que ele indicava, tecnicamente era uma maravilha; na prática, um fracasso.

O problema é que as pessoas não usavam as informações que ele indicava para melhorar suas operações. E certamente os resultados não mudariam enquanto as pessoas não mudassem seu comportamento.

Os gerentes das várias áreas industriais suspeitavam que aquela metodologia não passava de outra tentativa para diminuição de pessoal e estavam em pé de guerra.

Esse diretor tinha um outro problema. Durante toda a sua carreira, seu foco principal tinha sido a disciplina técnica. Seus êxitos e promoções estavam baseados na excelência demonstrada no desempenho de suas funções. Mas ele, ao ir subindo de cargo, tinha cada vez menos contato direto com sua profissão e mais necessidade de liderar seus subordinados, que eram quem realmente manejava a operação.

Isso o deixava numa situação desconfortável, pois, nunca se preparara para dirigir pessoas que sabiam mais do que ele. Sua crença, baseada em idéias do século XIX, era que “o chefe é aquele que sabe mais, o melhor operador da equipe”. E não é assim. Hoje é freqüente que até a mais novata das secretárias maneje o processador de texto melhor do que seu chefe.

O primeiro item de nossa agenda de trabalho, portanto, foi a redefinição de seu papel como líder.

Numa equipe excelente, cada pessoa é a mais capaz para fazer aquilo que faz. É por isso que o controle detalhista não funciona. O líder precisa aprender que seu poder de alavancagem depende muito mais de sua humildade e capacidade de apoiar seus colaboradores do que de sua perícia técnica. Suas competências básicas são a delegação e o empowerment, a defesa da visào e o comportamento coerente com os valores.

A comunicação foi a salvação daquele líder e de seu grupo. Tão logo estabelecemos regras claras e efetivas de diálogo e entendimento – explicar as várias medidas de solução aos problemas corrigindo todas as arestas que criavam animosidade – todos se converteram em verdadeiros agentes de mudança.

Como conseguimos aquela façanha? Passamos das idéias subjetivas – as famosas idéias “na minha mente” – para a intersubjetividade – idéias compartilhadas.
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POR QUÊ AS EMPRESAS DAS REGIÕES DE LONDRINA E MARINGÁ TÊM DIFICULDADE PARA CRESCER?

ABRAHAM SHAPIRO

Acabo de finalizar um estudo que denominei “Levantamento das Principais Causas de Limitação ao Clima Organizacional e ao Desenvolvimento de Empresas das regiões de Londrina e Maringá", no qual analiso fatores comportamentais que dificultam o bom relacionamento interno e a expansão de negócios de empresas do porte e cultura encontrados nestas regiões.

Sob o formato de um diário, registrei ao longo de dez anos as principais observações colhidas de conversas com líderes empresariais. As narrativas importantes e casos emblemáticos somei às minhas consultorias e constatei um padrão repetitivo de fatores em uma amostra significativa deste universo de empresas regionais.

As informações apontaram a comunicação como maior responsável por impactos negativos nas organizações. Passo a esclarecer a seguir.

Há dois tipos de contabilidade na empresa: a contabilidade externa e a interna. A externa é aquela que se ocupa com os relatórios, com a técnica e com os detalhes. A interna se ocupa com os pensamentos, o conhecimento, o comportamento e a percepção das pessoas que integram a empresa.

Dos olhos para fora é a contabilidade externa – necessária e de múltipla utilidade. Mas a interna – dos olhos para dentro – é fundamental.

Pense, por exemplo, em uma empresa de 100 milhões de reais de faturamento ao ano, cujo planejamento das ações anuais cai numa gaveta onde ninguém quer lê-lo por falta de entendimento de seus objetivos. Isso lembra aquela célebre questão filosófica que pergunta qual o som de uma árvore que cai na floresta onde ninguém pode ouvi-la.

Para ter efeito, toda informação necessita ser digerida pela consciência de um indivíduo. Na empresa, o processo deve ir mais longe. As pessoas devem encontrar uma interpretação coletiva que integre as interpretações individuais. Essa integração é uma das atribuições do líder. E a chave para se conseguir isso é o domínio da comunicação.

No entanto, ninguém está disposto a investir tempo em explicações e conversas, ou seja, a comunicação não é prioridade. Por quê? Acredita-se que ela ocorrerá naturalmente, sem qualquer esforço ou orientaçào. É um erro grave. Comunicação em negócios não é simples blá-blá. É uma competência. E como tal, precisa ser desenvolvida, estudada. Em termos mais simples, comunicação é uma habilidade. Quem não a tem, pode adquirir – com esforço, é claro.

As conseqüências disso aparecem nos resultados. Se não existe entendimento interno em relação às propostas, metas e alvos, como será possível estabelecer comunicação satisfatória com o cliente? Faltarão confiança, persuasão e, portanto, resultados.

Na prática, um cenário de negócios baseado na comunicação natural é sempre negativo. E, conseqüentemente, ninguém se compromete com aquilo que desconhece.

Enfim: sem comunicação perdem todos. E perdem realmente. Quão felizes e ricos seríamos se pautássemos nossa cultura e comportamento sobre a máxima que nos aconselha a “falar tudo o que valer mais do que ficar calado”.
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22 de set. de 2007

AUTO-ESTIMA : VEJA COMO ANDA A SUA

ABRAHAM SHAPIRO

Christophe André e François Lelord são dois grandes estudiosos da auto-estima. Em uma de suas obras declararam que foi um adolescente quem lhes deu a mais original síntese que já encontraram sobre auto-estima:
“A auto-estima? Ora, é como a gente se vê, e se a gente gosta ou não do que vê”.

Esse olhar-juízo que lançamos sobre nós mesmos é vital para o nosso equilíbrio psicológico.

Quando positivo, permite-nos agir com eficácia, sentirmo-nos bem dentro da própria pele e enfrentar as dificuldades da existência.

Quando negativo, porém, dá origem a numerosos sofrimentos e dissabores que vêm perturbar nosso cotidiano.

Separar um tempo para analisar melhor sua auto-estima não é, portanto, um exercício inútil. Ao contrário, é um dos mais frutíferos que existem.

Reserve alguns instantes para refletir sobre as três séries de perguntas que se seguem. Suas respostas darão boas indicações sobre sua auto-estima.

Quem sou eu? Quais são minhas qualidades e meus defeitos? Do que sou capaz? Quais são meus êxitos e meus fracassos, minhas competências e meus limites? Qual é o meu valor aos meus olhos, aos olhos de meus familiares, aos olhos das pessoas que me conhecem?

Eu me vejo como uma pessoa que merece a simpatia, a afeição, o amor dos outros ou, ao contrário, duvido frequentemente de minha capacidade para ser amado(a) e apreciado(a)? Estou conduzindo minha vida como gostaria? Meus atos estão de acordo com meus desejos e minhas opiniões ou, ao contrário, estou sofrendo por causa do fosso que existe entre o que eu gostaria de ser e o que sou? Estou em paz comigo mesmo(a) ou, em geral, insatisfeito(a)?

Quando foi a última vez que me senti decepcionado(a) comigo mesmo(a), descontente, triste? Quando me senti orgulhoso(a) de mim, satisfeito(a), feliz?
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21 de set. de 2007

SITUAÇÕES EMPRESARIAIS IMPORTANTES

ABRAHAM SHAPIRO

1.
Dois fatores são cruciais na determinação do sucesso ou do fracasso de uma empresa:a) Se a natureza do negócio tem potencial para produzir lucros - Análise do Ponto de Equilíbrio.
b) Se a necessidade de caixa, bem como os lucros podem ser alcançados - Análise do Fluxo de Caixa.

2.
A administração de uma pequena empresa é a arte do essencial. É tirar o máximo do mínimo.

3.
O início de um negócio é sempre o obstáculo mais difícil. Entretanto, em termos de risco, é sempre a hora do " vamos crescer " que pode ser a mais traumática na vida do pequeno empresário, embora essa possibilidade não seja facilmente entendida por aqueles que se encontram no estágio inicial.

4.
Lembre-se que pode haver um mundo inteiro de diferença entre comprar uma empresa com um fluxo mensurável de clientes reais e começar uma empresa do zero.

5.
Empresas de grande liquidez são facas de dois gumes. Quando é o proprietário que cuida do caixa, não há problema. Mas as redes de "fast food "descobriram pelo caminho mais difícil, que nem mesmo a eletrônica mais sofisticada consegue eliminar os "vazamentos" do caixa.

6.
Problemas, erros e dificuldades são normais em uma pequena empresa. Mas, um erro só passa a ser um erro se você se recusa a corrigi-lo.

7.
Jamais relacione objetivos administrativos unicamente às vendas, e sim à lucratividade.

8.
Estabeleça bons controles administrativos e sistemas de relatórios simples mas eficientes. Todas essas informações mensais devem caber numa folha formato A4.

9.
Se você não sabe para onde está indo, provavelmente não chegará lá.

10.
Tenha humildade para mudar sempre. Quando Bill Gates percebeu sua miopia em relação ao fenômeno da Internet, não fez posição em cima da maior fortuna do mundo, deitando-se nos louros que já passou. Apesar dos seus 40 bilhões de dólares, teve humildade para mudar.

11.
Tenha foco naquilo que você tem condição de ser campeão. O antigo pensamento " quem faz tudo para todos não faz nada para ninguém " continua cada vez mais na ordem do dia como um dos fatores críticos do sucesso da empresa triunfadora nesse final de século. Faça somente aquilo que você souber fazer de maneira excepcional.

12.
Os proprietários / gerentes devem desligar-se suficientemente dos pequenos detalhes diários e das mini-crises para que possam obter tempo criterioso para lidar com as necessidades realmente importantes da empresa. Manter tudo simples significa encontrar ou arranjar tempo para as coisas importantes.

13.
No mundo das pequenas empresas, os desejos e as necessidades do cliente são supremos.

14.
O que todos os clientes querem de uma pequena empresa pode ser generalizado em 4 itens:- Mercadorias e serviços que funcionem.- Mercadorias e serviços que os beneficiem, que tenham valor tangível ou intangível em suas vidas, em troca de dinheiro ganho ou economias feitas a duras penas.- Mercadorias e serviços que sejam melhores do que os da concorrência ou diferentes ou, então, que ninguém forneça.- Um atendimento diferenciado.

15.
Um grande número de pequenas empresas fracassa embora sejam lucrativas. Lucro não é a mesma coisa que dinheiro disponível. Um grande financista americano afirmou: "Felicidade é ter um fluxo de caixa positivo. Todo o resto virá mais tarde".

16.
A administração do caixa é vital para a sobrevivência da empresa e, significa:- Acelerar os recebimentos.- Esticar os pagamentos.- Reduzir estoques inchados ou com pequeno movimento.- Evitar roubos e fraudes.

17.
20% dos negócios que fechamos respondem por 80% de nossos lucros e 80% dos negócios que fechamos correspondem aos 20% dos lucros restantes. A pequena empresa deve definir rapidamente, em qualquer situação, quais são os 20% relevantes e se concentrar neles. Enquanto os concorrentes podem estar se perdendo nos 80% de pouca relevância, quem agir dentro da margem dos 20% decisivos terá a vitória nas mãos.

18.
Em vez de ver o erro como "coisa a ser consertada", é muito mais positivo interpretá-lo como "conseqüência de um processo fora de controle". Por isso, em vez de tratar de resolver o defeito, deve-se investigar suas fontes para corrigir o mecanismo que o gerou. Desse modo, não só se conserta aquele defeito específico como também se melhora o rendimento geral do sistema. Uma metáfora importante para se entender esta visão é: para aprender com os erros, é necessário passar da sala de jantar para a cozinha. Quando se sente à vontade percorrendo esse caminho, você entende por que os japoneses afirmam que "um defeito é um tesouro". ______________________

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AVALIANDO SUA LIDERANÇA

ABRAHAM SHAPIRO

Quer avaliar seu nível de liderança?

Você acha que está fazendo bem o papel de líder? Quer fazer um pequeno e rápido teste?

Muito bem. Adotemos, então, o seguinte critério: Quais as respostas você avalia que os membros de sua equipe dariam às perguntas abaixo? Observe a seqüência da perguntas e também a ênfase que eles dariam a cada resposta.

1. Eu sei o que se espera de mim no trabalho?

2. Eu tenho os materiais e a equipe de que necessito para fazer bem o meu trabalho?

3. Eu tenho a oportunidade de expressar minhas melhores capacidades cada dia em meu trabalho?

4. Eu sou importante, como ser humano, para o meu superior?

5. O meu superior se preocupa com o meu desenvolvimento profissional? E humano?

6. As minhas opiniões são levadas em conta?

7. O meu trabalho é importante como parte da missão e do propósito da empresa?

8. Os meus colegas estão comprometidos com a realização de trabalhos de alta qualidade? Eles cooperam para que o meu trabalho atinja alto nível de realização e qualidade?

9. Eu falei com alguém sobre o meu progresso nos últimos seis meses?

10. Eu tive oportunidades, durante este último ano, de aprender e crescer?

Como você se saiu?

Tenho certeza que você deve ter sido honesto ao máximo. É preciso.

Passemos a uma rápida análise dos resultados.

Se você se sentiu confortável, e nenhuma das perguntas lhe causou qualquer incômodo, felicitações! Você é um líder inspirador e valoriza o seu time.

Se uma ou mais questões lhe deixaram em dúvida sobre a sua liderança e você sabe exatamente como agir para superar qualquer barreira detectada em sua auto-análise, aja o quanto antes. Faça um plano e ponha em prática as atitudes que incrementem a relação com seus subordinados e os reforce, estimule e inspire.

Caso você tenha tido a percepção de que o questionário lhe deixou em situação delicada por não ter dado a atenção aos pontos abordados ou se sua equipe esteja sob crises decorrentes da ausência de uma atuação mais direcionada para o desenvolvimento profissional e humano de cada um, é bem provável que não esteja claro ao seu entendimento o que e como agir para superar os obstáculos que está enfrentando. Há indícios de uma situação de crise em vias de abater o grupo e isso refletir nos resultados. Possivelmente, você terá prejuízos de liderança. Neste caso, uma orientação cabível é a contratação de um coach que lhe auxilie a mitigar as possíveis deficiências. Uma vez que o coaching é uma solução que minimiza as lacunas entre um perfil e uma expectativa em relação a um desempenho específico, este poderá ser um meio poderoso para a superação dos limites atuais constatados.
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LIÇÃO BÁSICA DE LIDERANÇA

ABRAHAM SHAPIRO

O que um líder precisa para compreender e ajudar as pessoas nas dificuldades que enfrentam na empresa e na vida? Visão? Experiência? Habilidade técnica?

Nada disso. O que é preciso, mesmo, é saber prestar atenção. É isso: prestar atenção. O motivo é simples. Cada um de nós tem necessidade de ser ouvido. A falta dessa desejada atenção dá origem a uma dor psíquica que poucos suportam.

A criança dengosa que fica puxando a saia da mãe, o adolescente insubmisso, o marido ou a mulher que reclama, de certa forma, estão expressando a mesma mensagem: “Eu quero atenção!” Na empresa, muitas situações aparentemente profissionais dizem a mesma coisa.

A rejeição fere. A atenção cura. Isso é tudo em qualquer lugar. Também na empresa.

O que fazer para aumentar a habilidade de prestar atenção?

Primeiro: aprenda a ouvir atentamente. Abra o ouvido e o coração. Focalize a outra pessoa.

Segundo: ensine o seu ego a conter o fôlego. Todos nós somos egocêntricos em alguma medida. Cada um se comporta como um ator – quer impressionar a platéia e ocupar o centro do palco. Portanto, pare de competir pelas luzes. Deixe que a outra pessoa brilhe.

Terceiro: tenha paciência. Não forme conceitos precipitadamente. Espere. Ouça tudo, e depois conclua o que for possível.

Quarto: procure interessar-se. De nada adianta fingir que se dá atenção a alguém.

Interesse-se realmente por ele e mostre isso.

Há uma grande verdade que precisa ser dita: a atenção é uma moeda diferente das outras que usamos no relacionamento social. Quando você a dá a alguém, ao invés de diminuir suas posses, ela multiplica visivelmente. Você sempre sai mais rico.
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20 de set. de 2007

UMA TRAGÉDIA CHAMADA "SOCIEDADE"

ABRAHAM SHAPIRO

Antigamente as histórias de terror costumavam começar assim: “Era uma noite escura e tempestuosa”. Não mais. Hoje em dia, elas começam assim: “Eu e um amigo decidimos montar um negócio”.

Por quê sociedade é algo tão difícil de dar certo? São várias as razões.

A primeira e mais importante: as pessoas podem ter a melhor intenção, mas, geralmente, não são tecnicamente preparadas para negócios. Não estudam, não procuram um curso que ofereça esclarecimentos e acham que apenas coragem e trabalho bastam. Não é verdade. Sem conhecimento, capacitação e habilidades ninguém supera obstáculos. Falta visão. O negócio sucumbe.

A segunda razão porque as sociedades não dão certo entra em cena quando os sócios não sabem diferenciar a PESSOA FÍSICA – os seres humanos – da PESSOA JURÍDICA – a entidade empresarial. Sempre que um empresário olha para o caixa da empresa pensando que aquele dinheiro lhe pertence, começou o processo de desgraça de seu negócio. A partir daí a empresa deixa de sê-lo e se transforma no cenário de uma ópera trágica.

A terceira razão são duas grandes conhecidas de todos: a vaidade e o orgulho. Pretender ser o melhor, desejar aparecer ou medir forças mostrando quem manda mais ou aparece mais como "poderoso" aos olhos da sociedade são primitivismos típicos que só destroem qualquer relação entre duas pessoas, principalmente numa empresa.

Por fim, um aviso aos leitores cujas intenções de entrar numa sociedade estejam em vias de se realizar. Acredito ser bom salientar este conselho que, aliás, me deixa em dúvida sobre ser positivo ou negativo, para o contexto de uma empresa. Aqui vai: "fazer sociedade, por tudo o que já vi nessa vida, não é nada diferente de um casamento".
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473

19 de set. de 2007

VOCÊ É ESCRAVO DO TEMPO?

MATÉRIA DO FANTÁSTICO - REDE GLOBO - 16/SETEMBRO/2007

Muita gente acredita que tempo é dinheiro. Será? As inovações tecnológicas são um baile no tempo de realização das coisas. Do avião a jato à fibra ótica, do microondas ao trem bala, da internet ao celular. Tudo é feito em nome da economia de tempo.

As noções de tempo e de dinheiro têm de fato, alguma coisa em comum. Um e outro podem ser contados, controlado e medidos. Além disso, podemos também como utilizar o nosso tempo e o nosso dinheiro da melhor maneira. E confusão entre tempo e dinheiro está feita.

Não é possível transpor a lógica da economia para o emprego do tempo. Pra onde vai o tempo economizado? O tempo não se acumula, ele flui. Não há como fazer estoques do tempo poupado. Além disso, nem o velho mais rico do planeta poderia comprar mais anos de vida. O tempo não está à venda. Nem a imortalidade.

Quanto o presidente americano Albran Lincon morreu assassinado em 1865, a informação demorou 13 dias pra ir dos Estados Unidos até a Europa. Hoje, a transmissão das noticias pelo planeta é quase tão veloz quanto a bala que matou Lincon.

Em 1881, um operário comum nos países desenvolvidos dedicava, em média, 154 mil horas de sua vida ao trabalho. Hoje, apesar de estarmos vivendo muito mais, esse tempo não alcança 65 mil horas.

As conseqüências de todas essas mudanças deveria ser uma sensação de alívio. Graças à elas teríamos mais tempo livre. Mais tempo com os filhos, mais tempo para os amigos, para ler, se divertir. Mas será mesmo assim?

Na prática, vivemos numa maré de ansiedade cada vez maior e estamos sempre com a sensação de estar perdendo alguma coisa. A pressa nos castiga e a coceira das coisas mal-resolvidas parte a nossa atenção em mil pedacinhos. Quanto mais economizamos tempo, mais carecemos dele. Parece que corremos mais depressa pra lugar nenhum.

A pobreza e a desigualdade escravizam milhões de pessoas e reduzem ainda mais a margem de escolha no uso do tempo. Condições adversas de vida restringem enormemente as opções que se apresentam. A consciência do tempo pesa. As ansiedades frente ao dia a dia, o cansaço do mundo, as dores da existência pedem uma trégua de vez em quando.

“É necessário estar sempre bêbado, tudo se reduz a isso. Eis o único problema. Para não sentirdes o fardo horrível do tempo que vos abate, vos faz pender para ter... É preciso que vos embriaguez sem cessar. Mas de quê? De vinho, de poesia, ou de virtudes. Como achardes melhor. Como tanto que vos embriagues, para não serdes os martirizados escravos do tempo”. Chalés Boudelaire.

Todo ser humano é proprietário do seu próprio tempo. A questão é: que uso fazer desse tempo? A construção de uma habilidade é o resultado de uma escolha sobre o uso sobre o tempo. O violonista Turíbio Santos empatou anos e anos da sua infância e juventude até alcançar a magnífica habilidade com a qual domina seu instrumento. É o investimento de uma vida. “Eu comecei imediatamente pra valer no violão, eu não brinquei no violão. Então isso me pediu muitos anos de estudo, muito tempo de estudo. À vezes as horas não são tão importante, mas a intensidade das horas é extremamente importante. Às vezes vocês estuda uma hora que vale por quatro. Às vezes você pode passar quarto horas brincando no violão que não vale por uma de estudo. Então isso é muito relativo e é muito flexível. Agora o esforço é que é incondicional, é imperativo”.

O rápido produz em série. A produção original leva tempo. A produção da máquina é muito rápida, a do artesão é muito lenta. “Mas o artesão produz arte e a máquina produz o descartável. A aprendizagem do novo requer um tempo e requer um silencio para que o novo possa se apresentar”, aponta João Augusto Pompéia, psicólogo da PUC/SP.

A preocupação constante com o uso do tempo nos impede de realmente fazer o melhor uso do que somos capazes do tempo que a vida nos concede. As horas mais felizes das nossas vidas são precisamente aquelas em que perdemos a noção da hora.

COMO COMEÇAR

ABRAHAM SHAPIRO

Todos nós queremos começar grande.

Desejamos que o nosso produto seja um sucesso da noite para o dia; queremos que o currículo que enviamos para as empresas seja analisado imediatamente e esperamos ser chamados para a entrevista no dia seguinte para início de trabalho na próxima segunda-feira.

Essa mentalidade impera e persiste em quase todos os aspectos da vida – de uma grande empresa ao recebimento do boletim escolar do curso primário.

Começar grande é difícil. Na prática, é quase impossível. Nós adquirimos a mentalidade de Hollywood, onde um filme tem que alcançar sucesso rápido. Mas em se tratando da grande maioria de produtos, serviços, desempenho profissional e outras situações, as coisas não são tão fáceis assim e nem estão sob nosso total domínio. Requerem análise, estudo, planejamento, conhecimento de mercado e, acima de qualquer coisa: paciência.

Sei que você tem o desejo de ser grande. Se quiser levar isso realmente a sério, busque produzir algo que valha a pena ser feito.

Venda algo que valha a pena falar bem e com prazer a respeito. Não pense apenas em benefícios imediatos como: “quanto vou ganhar?” O dinheiro é sempre conseqüência de um negócio bem posicionado ou de tarefas bem desempenhadas em uma carreira.

Acredite naquilo que você faz, porque é muito provável que terá de fazê-lo por um longo período antes que o sucesso chegue. E haverá sempre uma parcela de sofrimento e dor exigindo de você muito esforço como parte de todo este processo. Portanto, não dê ouvido às primeiras pessoas a lhe darem feedback. Não desista... pelo menos por um bom tempo. Lute. Lute com determinação e obstinação, com a certeza de que, para cada parcela de esforço, sempre há a correspondente em recompensa.
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17 de set. de 2007

ESTOU DISPOSTO A PAGAR MAIS

ABRAHAM SHAPIRO

Meu computador pegou vírus. Procurei as principais prestadoras de serviços da cidade. Eles levam de cinco a dez dias para consertar. Socorro!

Noutra ocasião, entrei em um posto de combustíveis. Um carro que chegou bem depois, foi atendido antes de mim. Perguntei ao frentista e ele me declarou: “É que esse senhor já é nosso cliente”. “Ah, ele é cliente? E eu, o que sou?” Dei partida no carro e fui embora para nunca mais voltar.

Estes dois episódios são um autêntico diagnóstico. Baixa qualidade no atendimento é uma epidemia que pode destruir qualquer empresa. E essa doença se espalha com a maior facilidade.

No entanto, se por um lado é um problema, por outro, é uma grande oportunidade para quem tem um mínimo de sensatez.

Pense novamente na empresa de computadores. Imagine quanto valor adicionaria aos serviços se fosse mais ágil e entregasse o computador no dia seguinte, por exemplo. Seria um diferencial dentro de um segmento altamente concorrido e acomodado. Mas o problema é que esse diferencial depende de atitudes que os empresários, em geral, não estão muito preocupados em desempenhar. Estou falando de hospitalidade, atender bem, com carinho, rapidez, estoque variado, eficiência e fazer o cliente sentir-se como um rei. Quem pratica isso, está com a loja cheia ... e com lucro garantido.

Vou pesquisar mais quando precisar de um técnico de computador. Se encontrar alguma empresa capacitada e que se comprometa a entregar em prazo menor que cinco dias, será minha eleita para resolver o problema. E, com muito prazer, posso até pagar mais caro por isso.
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16 de set. de 2007

CONSULTORIA VAI ACABAR?

ABRAHAM SHAPIRO

De maneira geral, todos os negócios estão passando por uma redefinição. Neste contexto não poderia ficar de fora a consultoria empresarial.

Quando realizei meu primeiro trabalho em consultoria, meu conselheiro disse-me: “Você fez um trabalho que ajudou muito a empresa, mas não foi poderoso”. O que significavam aquelas palavras? Eu estava agregando valor, mas não estava fazendo realmente a diferença.

Um consultor precisa refletir em uma importante pergunta: “Como posso fazer uma grande diferença como consultor?”. A maioria dos consultores tem intenção de fazer a diferença. No entanto, poucos conseguem ser mais do que “úteis”. Resolvem problemas e fazem pequenos acertos para o cliente. Mas quase nunca sabem que o processo em que estão engajados altera pouco a própria dinâmica que criou os problemas. Além disso, a maioria dos consultores não consegue ver os aspectos limitantes de sua própria abordagem porque segue um modelo de consultoria que raramente é discutido, questionado ou examinado.

O conceito de consultoria precisa ser recontextualizado.

Nos últimos vinte anos, o consultor foi visto como um salvador messiânico e solucionador de problemas. Essa perspectiva está errada! Ninguém pode ocupar esta posição nem na vida e nem numa empresa. Na minha visão particular, o consultor precisa ser alguém que forma uma parceria forte com as pessoas que fazem a empresa existir.

Imagine de um lado um consultor que segue o modelo convencional de solução de problemas, adotado pela maioria dos consultores e que, de fato, resolve o problema para o cliente. Compare este com um consultor que se engaja na organização do cliente em um processo de investigação que resulta num conjunto de idéias esclarecedoras que, com o tempo, alteram a própria maneira como a organização pensa. O primeiro consultor é “útil”. Mas o segundo é extraordinário. Seu trabalho catalisa idéias novas, conscientiza e faz mudanças reais. Esse tipo de consultoria chacoalha o mundo do cliente.

A diferença entre estes dois consultores não está na adoção de novas ferramentas e técnicas. Está na atitude, na mentalidade e no modo como ele se autodefine como consultor.

Em suma, para um consultor deixar a postura de solucionador de problemas e estabelecer-se como alguém que forma uma parceria forte é preciso uma mudança fundamental na sua posição interior de pessoa.

As razões são simples. Muita gente na empresa pagou caro demais os desvarios causados por consultores insensíveis ao elemento humano. Afinal, um consultor tem o poder de causar impactos na empresa cujas proporções, muitas vezes, ele ignora totalmente.

Conheço o caso de um jovem que após fracassar na Europa como vendedor, retornou ao Brasil e foi “aproveitado” como consultor por um tio que era dono de uma rica concessionária de veículos. Concedendo ao recém empossado consultor poderes para realizar as mudanças que achasse conveniente na empresa, o trabalho começou a tomar forma a partir de uma revolução no time de vendedores. Veio uma seleção de novos profissionais – todos inexperientes – e, depois, o investimento de um grande montante em treinamento.

Os antigos membros da equipe foram desprezados e rebaixados. No afã da mudança pela mudança, o “salvador” conseguiu levar a empresa de um estado invejável no mercado regional a um clima interno de total desorientação, seguido por uma queda inesperada no faturamento e, é claro, a quase falência do negócio que, pouco tempo antes, era próspero e alicerçado.

O modelo antigo de consultoria chegou ao fim. Os desafios que as empresas enfrentam hoje são tão complicados que os métodos que deram certo até pouco tempo, raramente funcionam agora.

Ao contrário do consultor salvador da pátria, o consultor que faz parcerias fortes raramente se intimida com a auto-reflexão quando enfrenta uma situação malsucedida de consultoria. Ele sabe que sua postura interna é o que mais importa em seu trabalho. Ele valoriza a relação de confiança com o cliente, a aplicação hábil do conhecimento e o caráter interno exigido para inspirar os outros.

O “puxão-de-orelha” que recebi de meu orientador, no meu início de carreira, ficou gravado na lembrança e tornou-se minha bússola. Anos depois, esta ainda é uma preocupação que mantenho em cada trabalho que executo, do princípio ao fim. Creio que a lição que aprendi sobre o meu trabalho é que, em se tratando de consultoria, “bastante bom” nunca é “bom o bastante”.
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14 de set. de 2007

A PORCELANA DO REI

SABEDORIA ORIENTAL

Achava-se, certa vez, Confúcio o grande filósofo, na sala do trono.

Em dado momento o Rei, afastando-se por alguns instantes dos ricos mandarins que o rodeavam, dirigiu-se ao sábio chinês e perguntou-lhe:

- Dizei-me, o honrado Confúcio: como deve agir um magistrado? Com extrema severidade a fim de corrigir e dominar os maus, ou com absoluta benevolência, a fim de não sacrificar os bons?

Ao ouvir as palavras do soberano, o ilustre filósofo conservou-se em silêncio; passados alguns minutos de profunda reflexão, chamou um servo, que se achava perto, e pediu-lhe que trouxesse dois baldes, sendo um com água fervente e outro com água gelada.

Ora, havia na sala, adornando a escada que conduzia ao trono, dois lindos vasos dourados de porcelana. Eram peças preciosas, quase sagradas, que o Rei muito apreciava.

Preparava-se o servo obediente para despejar, como lhe fora ordenado, a água fervendo num dos vasos e a gelada no outro, quando o Rei, emergindo de sua estupefação, interveio no caso com incontida energia:

- Que loucura é essa ó venerável Confúcio! Queres destruir essas obras maravilhosas! A água fervente fará, certamente arrebentar o vaso em que for colocada; a água gelada fará partir-se o outro!

Confúcio tomou então de um dos baldes, misturou a água fervente com a água gelada e, com a mistura assim obtida, encheu os dois vasos sem perigo algum.

O poderoso monarca e os venerandos mandarins observaram atônitos a atitude singular do filósofo.

Este, porém, indiferente ao assombro que causava aproximou-se do soberano e assim falou:

- A alma do povo, ó Rei, é como um vaso de porcelana, e a justiça do Rei é como água. A água fervente da severidade ou a gelada da excessiva benevolência são igualmente desastrosas para a delicada porcelana; manda, pois, a Sabedoria e ensina a Prudência que haja um perfeito equilíbrio entre a severidade com que se pode castigar o mau, e a longanimidade com que se deve educar e corrigir o bom.

13 de set. de 2007

DETALHES QUE FAZEM A DIFERENÇA PROFISSIONAL

ABRAHAM SHAPIRO

Eram os derradeiros dias do último ano de faculdade de uma turma de Administração de Empresas. Os alunos estavam ansiosos para a formatura e enfrentar, enfim, o mercado de trabalho. Um professor trouxe um questionário com que fecharia a nota final dos formandos. Todos responderam com a maior facilidade as perguntas, com exceção da última: “Qual é o primeiro nome da mulher que faz a limpeza da escola?”

Isso parecia uma brincadeira. E, para piorar, o mestre deixou claro que aquela questão valia a maior parte dos pontos da última avaliação. Os alunos tinham visto a tal mulher inúmeras vezes. Ela era alta, magra, cabelos escuros, mais ou menos cinquenta anos, mas ninguém sabia o nome dela. Eles a chamavam simplesmente de “tia”.

Compreender o valor de cada pessoa dentro de uma estrutura organizacional de qualquer grandeza é um fator definitivo não só para o bem-estar e relacionamento humano, mas para estabelecer os valores e princípios da empresa.

O nome é o que há de mais importante na vida de qualquer pessoa. É a sua identificação com o mundo e consigo mesma; é a maneira única e própria dela ser chamada e de integrar o grupo ao qual pertence.

Questionado por um aluno sobre a razão da pergunta inesperada, o professor esclareceu seus motivos através de um argumento cujo valor para a vida profissional de todos é incomensurável: "Na sua carreira, você encontrará muitas pessoas. Todas têm seu grau de importância; nenhuma será desprezível. Elas merecem a sua atenção e cuidado. Todo o conhecimento que vocês adquiriram seria invalidado se vocês não recebessem esta lição, mesmo que ao apagar das luzes do curso".

A propósito, o nome da responsável pela limpeza era: Dorotéia.
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12 de set. de 2007

OBSTÁCULOS E RECOMPENSA

ABRAHAM SHAPIRO

Há muitos e muitos anos, um rei bem-humorado e sábio colocou uma pedra enorme no meio de uma estrada, e ficou observando, escondido, quem teria a atitude de removê-la dali.

Passaram mercadores e nobres ricaços em suas carruagens. Eles, simplesmente, rodeavam a pedra quando não praguejavam contra o rei acusando-o de má administração das estradas do reino.

De repente, chega um camponês com sua carga de vegetais. Ao se aproximar da rocha, põe de lado seu carregamento e tenta remover a pedra. Com muito esforço e suor, consegue movê-la e afastá-la para a beira do caminho. Ele, então, volta a pegar sua carga de verduras quando nota que, exatamente embaixo de onde estava a pedra, há uma bolsa. Essa bolsa contém moedas de ouro e uma carta assinada pelo rei que dizia que aquele dinheiro era uma recompensa para a pessoa que se esforçasse em remover o obstáculo da estrada.

A sabedoria da vida nos ensina que, o modo como as pessoas se comportam em meio aos problemas, revela sua personalidade e seu real valor. Muitos se julgam no direito de se revoltar e praguejar. Outros se concentram na solução do problema e buscam a melhor resposta possível.

O camponês verdureiro que removeu a pedra da estrada aprendeu o que muitos de nós nunca entendem e, às vezes, até se recusam a aprender: todo obstáculo esconde uma oportunidade para sermos melhores ou para superarmos nossas condições atuais. O que é preciso para conseguir isso? Esforço, concentração e atitude. Se assim for, a recompensa sempre chega.
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11 de set. de 2007

OS CANTOS DA SEREIA

MATÉRIA DO FANTÁSTICO - REDE GLOBO - 09/SETEMBRO/2007

Segunda-feira é o dia oficial de começar aquela dieta, de voltar pra ginástica. E também é o dia oficial de adiar tudo isso. Por que será que a gente deixa para depois o que poderia fazer hoje e cai, sempre, no canto das sereias?

Segunda-feira é o dia oficial de começar aquela dieta, de voltar pra ginástica. E também é o dia oficial de adiar tudo isso. Por que será que a gente deixa para depois o que poderia fazer hoje e cai, sempre, no canto das sereias?

As sereias eram criaturas sobre-humanas de extraordinária beleza. Viviam numa ilha no Mar Mediterrâneo desde o começo dos tempos. Graça ao irresistível poder de sedução do seu canto, tinham o dom de atrair os navegantes e, em seguida, elas os devoravam sem piedade.

Um dia, Ulisses – heróis de grandes batalhas, navegava por aqueles mares. Ele sabia que não resistira ao canto das sereias. Por isso, ordenou aos seus tripulantes que, quando chegasse a hora, tapassem os próprios ouvidos com cera e o amarrassem no mastro central do navio.

Quando a hora chegou, Ulisses se viu rendido ao canto das sereias. Fez de tudo para convencer os tripulantes que o soltasse. Mas ninguém obedeceu às suas ordens. Ulisses quase enlouqueceu de desejo, mas resistiu. As sereias, por sua vez, afogaram-se de desgosto no mar.

As sereias estão por toda parte. Se bobear, cada homem faz seu próprio naufrágio.

Um vaga-lume a um palmo do nariz parece maior que as estrelas do céu. Da mesma forma, o que está longe no tempo não tem o brilho e o apelo do que está logo ali, ao alcance da mão. Ou quase.

A coisa mais fácil desse mundo é jurar fidelidade eterna no dia do casamento. Ou decidir parar de fumar, mas só no mês que vem. Por que o que parece tão fácil de ser feito no conforto da distância, se torna tão complicado e difícil de cumprir no calor da hora?

O jovem Agostinho, quando ainda não era santo, dizia: "Dai-me a castidade e a virtude, mas não já". Quem é tão firme que nada pode seduzir?

Ninguém escolhe sentir o que sente. Agir no tempo guiado pela lógica e pela razão é um ideal que está sempre sujeito a reviravoltas inesperadas.

Duas grandes ameaças rondam nossas ações no tempo. São como ilusões de ótica, alterações de foco na visão que temos do presente e do futuro. A 'miopia temporal' é uma delas.

A 'miopia' é pecar pelo excesso de imediatismo e de impaciência. O prazer do momento nos faz sonhar acordado e esquecer o amanhã.

A 'miopia temporal' ocorre quando damos um valor exagerado ao que está próximo de nós no tempo, em prejuízo do que se está mais afastado.

Parece fácil corrigir a miopia quando a tentação anda longe. É como jurar não exagerar na bebida quando se está de ressaca, ou decidir começar a dieta na segunda que vem.

A 'hipermetropia' é o contrário da 'miopia': ela acontece quando damos um valor excessivo ao amanhã em prejuízo do aqui e agora. É o caso do José Adelço, que chega a cortar um palito de fósforo ao meio para melhor aproveitá-lo.

"É, eu dou muito valor ao futuro. Eu sou seguro no que é meu, não dou nada pra ninguém porque o que eu ganho é suado. Sempre me chamou de pão duro, outros me chamam de agarrado. Mas isso tudo são coisas passageiras, são coisas do folclore, aí eu também não me importo com isso. Tio patinhas e vários outras coisas", conta José Adelço.

"O cara que me pedir o pão, eu dou a massa. E se me pedir o peixe, eu dou o anzol para ele aprender a pescar. Porque se você der o pão a ele, que já é feito, ele nunca vai aprender a fazer o pão. E se você me pedir o peixe e eu der o peixe, você nunca vai aprender a ser pescador", explica José Adelço.

"Tudo que se move na Terra é por dinheiro. Me mostre uma coisa que se mova, a não ser as plantas, que o vento balança. Tem que ganhar dinheiro, até o sacristão da igreja ganha", diz José Adelço.

Nos casos de hipermetropia temporal, pecamos por um excesso de prudência e um temor exagerado em relação ao futuro. Uma preocupação perfeitamente natural com saúde, dinheiro ou beleza podem se tornar obsessões que arruínam uma vida.

No caminho que vai do berço ao túmulo, estamos sempre tentando ajustar o foco de nossas escolhas no tempo, pois as armadilhas são muitas.

Por que é tão difícil avaliar de forma equilibrada os termos de troca entre presente e futuro sem cair em armadilhas? O que se passa exatamente conosco quando, por exemplo, estamos tentando controlar a bebida e um amigo nos convida para uma noitada na Vila Mimosa? Desfrutar o momento ou cuidar do amanhã?

Toda vez que situações como essas se apresentam, uma seqüência de alterações químicas e elétricas ocorre nos bilhões de células nervosas de nosso cérebro.

"O funcionamento do sistema nervoso é um processo extremamente interessante porque você tem conjuntos de estruturas que funcionam de forma articulada, mas de forma independente. Esse processamento independente faz com que o resultado da atividade de uma determinada equipe seja diferente da atividade de uma outra equipe. Essas duas equipes funcionando dentro da mesma cabeça, da mesma pessoa. Na verdade duas equipes é uma redução enorme. A gente tem várias equipes competindo e várias apostando em respostas diferentes, em conflito com o seu chefe, você pode querer explodir e falar palavrão ou, ao contrário, se controlar e pensar melhor, ou sair com uma ironia fina, ou ser vingativo", explica Luiz Eugênio Mello, neurocientista da Unicamp.

Essas pesquisas nos ajudam também a compreender por que um mesmo indivíduo é capaz de lidar de maneira muito distinta com diferentes aspectos da sua vida. Como o Eduardo Bittencourt, por exemplo.

"Eu tenho 31 anos, trabalho em consultório, sou psicanalista. Eu trabalho, em média, oito horas por dia, normalmente no período da manhã e à noite, eu geralmente deixo as tardes livres, onde eu estudo, onde eu pratico parkour. Me perguntam muito como um psicólogo, um psicanalista pode tá fazendo uma atividade tão diferente, aparentemente arriscada. Tem muitos lados dentro da gente. Eu tenho dois lados fundamentais que são o lado da organização e o lado da transgressão. A transgressão, quando adequada, ela é extremamente positiva, ela nos faz repensar, mas ela mais do que tudo é um desejo humano", diz Eduardo.

A cigarra e a formiga habitam o cérebro de cada um de nós e se revezam no governo das escolhas que fazemos no tempo.

Por um lado, o império dos sentidos. A tentação nossa de cada dia, bombardeada por estímulos e propaganda, aumenta de forma desproporcional o valor que damos ao presente. Parece que o futuro pode esperar.

A outra face da moeda é o excesso de autocontrole. Essa armadilha pode ser o caminho de um grave descontrole. A idolatria do corpo e do dinheiro a qualquer preço, a castidade e outros sacrifícios desumanos podem levar a mente ao abismo.

Como disse o filósofo Novalis "Cada ser humano é uma pequena sociedade". E todo santo dia temos que negociar e renegociar com os nossos desejos.

EM VENDAS, QUANTO VALE A APARÊNCIA?

ABRAHAM SHAPIRO

Um garoto entra em uma lanchonete, senta-se a uma mesa, e pergunta:

"Quanto custa um sundae?"

"R$ 3,00" – responde a garçonete.

Ele tira um punhado de moedas do bolso e após contá-las, pergunta novamente:

"E quanto custa um sorvete simples?"

Havia pessoas esperando por mesas e a garçonete, perdendo a paciência, responde de maneira brusca:

"O sorvete simples custa R$ 2,20"

O menino, mais uma vez, conta as moedas e diz:

"Então, eu vou querer o simples".

A garçonete traz o pedido junto da conta, coloca na mesa e continua seu trabalho.

Ao acabar o sorvete, o menino paga a conta no caixa e vai embora. Quando a garçonete voltou, ela começou a chorar à medida que ia limpando a mesa, pois ali, do lado do prato, tinham 80 centavos em moedas. O garoto só não pediu o sundae porque ele queria que sobrasse a gorjeta da garçonete.


Uma lição fundamental em atendimento é: nunca crie premissas sobre um potencial cliente.

Ele está mal vestido? Mas pode ter dinheiro e pode comprar – seja um carro, um apartamento, uma jóia valiosa. Um outro está elegantemente vestido, chega num carro do ano e fala bem, mas são “efeitos especiais”. Ele pode até lhe dar um calote. Você nunca sabe.

Por isso e por muito mais, não faça julgamentos infundados. Dê, sempre, o melhor atendimento a qualquer pessoa que chegar à sua loja, ao escritório ou ao telefone. Evite, principalmente, julgar pelas aparências. A recompensa com que todo vendedor sonha, chega, sempre, como resultado do desempenho da missão maior da venda: fazer o cliente feliz.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473

10 de set. de 2007

PROFISSIONAL QUE SE DESENVOLVE, ENXERGA

ABRAHAM SHAPIRO

Um profissional está avançando e progredindo em sua carreira quando vê detalhes que normalmente não são vistos.

Outro sinal importante é quando para de achar que isso ou aquilo não são suas obrigações. Por exemplo: uma secretária que se preocupa com o estado de limpeza do banheiro da empresa por causa dos clientes que irão usá-lo; um recepcionista que, sem ninguém mandar, tem um guarda-chuva à mão para ajudar as pessoas que chegam em dias de chuva. Quem faz coisas assim está indo para frente e se desenvolvendo como ser humano, também.

A Vanessa é gerente de um mercado que também é choperia. Ela começou como telefonista e foi aprendendo as habilidades necessárias até se tornar a segunda pessoa nas decisões dessa empresa. Quando tirou férias, sabe o que ela fez? Juntou o desenvolvimento de sua carreira ao descanso a que tinha direito. Foi a S. Paulo e visitou o Mercadão Municipal, bares e restaurantes interessantes onde, além de se divertir e conhecer boa comida, imergiu num mundo de ótimas idéias para o seu trabalho. Ela fez tudo isso divertindo-se o bastante.

Quando Vanessa retornou, seu patrão ficou surpreso com a iniciativa que ela tomou sem que ninguém a induzisse. Satisfeito com o modo como ela aproveitou as férias, passou a premiar os méritos dos funcionários com almoços, jantares e lanches em lugares onde pudessem observar diferenciais e aperfeiçoar seus trabalhos.

Motivação é a razão que somos capazes de enxergar naquilo que fazemos.

As empresas, hoje, buscam gente motivada. Mas, quem são essas pessoas? São aquelas que encaram seu trabalho como uma missão e o desempenham com o maior prazer possível. ______________________

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9 de set. de 2007

FALTA DE FOCO NO TRABALHO

ABRAHAM SHAPIRO

Osmar era um funcionário de Recursos Humanos. Ele tinha sido destacado para acompanhar as filiais da empresa no controle de horários de entrada e saída dos colaboradores, horários de almoço, horas-extras e outras importantes rotinas de departamento pessoal.

Certo dia, ele não compareceu a uma das filiais. Questionado pelo gerente, alegou que estava sobrecarregado de atividades e não pôde deixar o escritório da matriz. A falta neste exato dia causava problemas na remuneração dos funcionários. Acontece que naquela data, vários colegas receberam e-mails transmitidos por Osmar. As mensagens continham indicação de sites de música e outros conteúdos que nada se relacionavam com os negócios da empresa. Isso foi mal.

Falta de foco é sintoma de ineficiência. E falando nisso, o acesso indiscriminado à Internet no trabalho é a desgraça de muitas empresas, atualmente.

Um profissional competente precisa ter foco em suas atividades, concentração total naquilo que faz. Dar início, desenvolvimento e final às tarefas é o mínimo que se espera de quem tem responsabilidade.

Por conta disso, muitas empresas estão monitorando os computadores de seus funcionários como medida de desempenho. Parece que estamos esquecendo que seriedade é questão de caráter e não de policiamento.

Não é preciso dizer que o Osmar foi advertido e manchou sua dicha disciplinar.Quase perdeu o emprego.

Se você passa o dia inteiro lendo e mandando e-mails de piada, sugiro que faça algo urgente para reverter este quadro. É a sua carreira que está em jogo. Que tal escrever no alto do monitor uma frase que desperte a sua consciência? Quer uma sugestão? Quem sabe esta: “Amigão... hora de trabalhar... sua batata está assando”.
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6 de set. de 2007

A EMPRESA E A LÍNGUA PORTUGUESA

ABRAHAM SHAPIRO

A Cláudia é gerente de uma loja. Ela é um ótimo exemplo de que, às vezes, problemas organizacionais podem ser resolvidos com ferramentas simples, porém, desprezadas pelas pessoas desatentas.

O Braga, dono da loja, passava ordens para serem executadas e, apesar dos esforços em ser entendido, Cláudia não as cumpria como esperado. Havia sempre alguma dificuldade de interpretação. Isso causava conflito entre os dois.

Questionado por ela a respeito de onde estaria a raiz do problema, perguntei se sabia qual a parte de uma frase que expressa a ação do sujeito. Cláudia estranhou a pergunta. Eu estava falando de gramática. Vendo-a confusa, respondi: “É o verbo”.

E continuei explicando. “Suponha que o Braga lhe diga: ‘Acelere o atendimento’. Sua tendência natural é concentrar-se na palavra ‘atendimento’. Mas a frase que ele pronunciou tem um verbo. Esse verbo expressa exatamente o que deve ser posto em prática, ou seja: ‘acelerar’. Ele quer dizer: ‘o atendimento está lento. Agilize mais’.

“Agora que você sabe o que o Braga deseja, de fato, passe para o próximo passo: analise. Não saia dando ordens a esmo. Formule algumas perguntas para si mesma. Por exemplo:

‘Mandar os atendentes serem mais rápidos é o bastante para resolver definitivamente o problema que o Braga deseja sanar?’

‘Se eu apenas falar, os funcionários vão entender bem e claramente?’

‘A ação que me foi solicitada não requer que eu treine os funcionários para que a resposta deles seja 100% todas as vezes que eu comandá-los?’

‘E se eu conversar com eles a respeito e propor que se abram sobre como estão sentindo o atendimento? Não irão revelar outros problemas que os impedem de ser mais ágeis?’”


Cláudia aprendeu a ouvir e a entender o significado dos verbos. Desde então, sua comunicação melhorou muito com o pessoal. Hoje, ela pensa e reflete mais no que lhe é pedido, antes de apenas exigir coisas de sua equipe. Ela está convencida que 'mandar', apenas, pode colocar em risco a qualidade do atendimento por falta de compreensão de seus subordinados.

Moral da história: "Dez a zero" para uma disciplina a que ninguém dá o devido valor na escola, mas que pode ser definitiva para a eficiência e eficácia de qualquer profissional durante toda a vida: A GRAMÁTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473

5 de set. de 2007

SORRIR PARA A VIDA

Aida Veiga, Rachel Campello, Suzane Frutuoso e Tânia Nogueira

Moacyr Scliar, médico e escritor, explica como a felicidade conspira a favor da saúde física e mental

"A Organização Mundial da Saúde define saúde como 'o estado do mais completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de enfermidade'. Os veteranos da área costumam dizer que essa é, na realidade, a definição de felicidade.

Pode ser. Mas a verdade é que os estudos científicos apontam, cada vez mais, para uma estreita relação entre saúde e a condição de ser feliz. O que não é de surpreender. No mundo em que vivemos, as doenças dependem muito de nosso estilo de vida.

Estilo de vida que, por sua vez, é resultado de uma cultura que nos pressiona a consumir mais, a comer mais, a ficar sentados diante da tela da TV, a fumar, a consumir álcool e drogas. Tudo isso, paradoxalmente, traduz-se em insatisfação, porque esse tipo de apelo não tem limites. A insatisfação leva à tristeza, à depressão, associada com várias doenças, como diabetes ou acidente vascular cerebral.

Um estudo realizado na Universidade do Texas, em Galveston, com cerca de 4 mil pacientes, mostrou que pessoas idosas que se consideram felizes têm menor probabilidade de ser vítimas de acidente vascular cerebral. Outro estudo, desta vez na Universidade de Pittsburgh, mostrou que mulheres deprimidas estão mais propensas a ter o endurecimento das artérias, conhecido como aterosclerose.

Pergunta: por que isso acontece? É a felicidade uma poção mágica, uma panacéia contra doenças? Claro que não.

''Pessoas infelizes tendem a adotar um estilo de vida que causa doença. O inverso também é verdadeiro: se felicidade traz saúde, saúde também traz felicidade''

O que acontece é que as pessoas infelizes tendem a adotar, como compensação, o estilo de vida acima citado, que, este sim, causa doença.

O inverso também é verdadeiro: se felicidade traz saúde, saúde também traz felicidade. Um estudo realizado na Holanda, em 2004, com pessoas de 18 anos de idade ou mais, procurou correlacionar felicidade com vários fatores: renda, situação social e outros. A saúde ganha longe.

Um quarto das pessoas que não se consideram sadias também não se considera feliz; mas, das pessoas sadias, apenas 8% declaram-se infelizes.

Quanto ao dinheiro, faz diferença nos países muito pobres, porque aí pode ser condição de sobrevivência. Mas, quanto mais afluente é o país, menos pesa a renda em termos de felicidade. Um levantamento feito com os cem americanos mais ricos mostrou que eles são apenas um pouco mais felizes que a média da população.

'Sorria' pode ser, portanto, um bom conselho, na medida em que o sorriso, atributo caracteristicamente humano, possa ser um indicador do sentimento de felicidade.

A propósito, recentemente pesquisadores da Universidade de Amsterdã examinaram o famoso sorriso da Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, com a ajuda de um programa de computador capaz de correlacionar expressões faciais com emoções e sentimentos.

Resultado: 83% do sorriso resulta de felicidade (e 9% de desdém - afinal, Mona Lisa também tem direito a desdenhar).

Mas a conquista da felicidade não depende só da pessoa. Se a angústia é demasiada, a ajuda profissional pode ser necessária. E todos têm direito a ela. Razão tem a Constituição americana de 1776, quando inclui, entre os direitos fundamentais, o pursuit of happiness, a busca da felicidade.

Se temos direito à saúde - e a Constituição brasileira de 1988 isso nos garante -, por que não teríamos direito à felicidade - ao sorriso?"

A CIÊNCIA DA AUTO-ESTIMA

Aida Veiga, Rachel Campello, Suzane Frutuoso e Tânia Nogueira

Um dos pioneiros no estudo da auto-estima, Nathaniel Branden explica como ela está ligada à felicidade

Há cerca de 30 anos, os pesquisadores começaram a isolar uma característica desenvolvida em algumas pessoas, hoje genericamente conhecida como auto-estima. Segundo os especialistas, há fortes evidências de que a auto-estima esteja associada a um sentimento que todo mundo procura: a felicidade. Outro ponto pacífico é a importância da auto-estima. Eles alegam que quem tem respeito e amor-próprio, tende a ver os outros com os mesmos olhos. Assim, os relacionamentos pessoais e profissionais fluem melhor.

Um dos pioneiros nesse campo, Nathaniel Branden define a auto-estima como a capacidade de lidar com os percalços da vida. Ele a compara ao sistema imunológico.

Uma pessoa com a imunidade fortalecida não está 100% protegida de doenças, porém tem mais facilidade para repelir os problemas, condições de combater enfermidades e se recuperar mais rapidamente. Indivíduos com a auto-estima elevada, segundo Branden, também não estão livres de sofrimento e tristeza. Mas são mais capacitados para superar frustrações e lidar com desafios emocionais. "No mundo de hoje, precisamos desse sentimento em alta para sobreviver", afirma.

Uma das questões que geram debate diz respeito à possibilidade de cada um desenvolver sua auto-estima. Há uma linha de pesquisadores que defendem a tese de que eventos ocorridos na infância, episódios traumáticos e situações de alegria são decisivos na formação dessa característica.

Para outros, os indivíduos teriam condições plenas de construir uma auto-estima elevada a despeito das marcas do passado. Nathaniel Branden é um dos defensores dessa segunda teoria. Ele credita aos pais e professores um papel importante na formação da auto-imagem. Porém, ressalta que o homem não é apenas uma massinha a ser moldada por forças externas. "Não podemos desprezar a nossa criação. Mas não é produtivo culpar os pais por tudo. Chega um momento em que precisamos largar o título de filho e assumir novas responsabilidades."

"Indivíduos com auto-estima elevada não estão livres de sofrimento e tristeza, mas são mais capacitados para superar frustrações e lidar com desafios emocionais"

Fortalecer a auto-estima não é um processo fácil ou rápido. Segundo Branden, o resultado é a conseqüência de um exercício diário baseado em seis pilares: viver conscientemente, se aceitar, ter responsabilidade, ser assertivo, seguir propósitos e manter a integridade. "A auto-estima é um desafio que exige que o indivíduo escute sua intuição e respeite suas sensações", conclui.

Uma questão sempre levantada é se o excesso de auto-estima não seria sinônimo de arrogância. O psicólogo explica que não. A arrogância é justamente uma demonstração da falta de autoconfiança, uma compensação pelas inseguranças. "Assim como saúde, auto-estima elevada nunca é de mais", diz.

MIX DE PRODUTOS: A CARA DE SUA EMPRESA

ABRAHAM SHAPIRO

Você conhece o Princípio de Pareto?

Vilfrido Pareto, italiano que morreu em 1923, foi um sociólogo que fez uma importante observação prática sobre negócios. Ele disse que 20% dos seus produtos irão gerar 80% dos seus resultados e 20% de seus resultados irão consumir 80% dos seus esforços.

Você já percebeu que na grande maioria dos casos faz enorme sentido o que ele disse? Mas é preciso algum cuidado com o lado pratico dessa teoria.

Se 20% dos produtos são responsáveis por 80% da receita, o restante dos produtos pode ser eliminado da empresa, certo?
Errado. Não é nada disso!!!

Imagine uma padaria. Se o pão francês representa 80% da receita total, ainda assim o cliente também precisa de geléia, requeijão ou mel. Estes produtos não têm a mesma saída do pãozinho. Mas é confortável para o consumidor encontrá-los ali. Juntos com o pão eles fazem o mix de produtos oferecidos na padaria.
E para quê serve o mix de produtos? Ele é a cara da empresa.

O mix é uma parte importante do posicionamento da empresa na mente do cliente.

Não pense somente em receita financeira. Os dois maiores pecados que um homem de negócios deve evitar são: ficar acomodado e olhar para o chão.

Olhe para frente. Questione o tempo todo. Não se convença de que você sabe tudo.

Mais que produtos ou serviços, você precisa entender algo a que ninguém está muito afim de se dedicar: como pensa e como age o cliente. Aí está o futuro de seus negócios.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473

4 de set. de 2007

PENSE BEM ANTES DE IR À FACULDADE

ABRAHAM SHAPIRO

Uma universidade particular de S. Paulo pesquisou o motivo de seus alunos matriculados em Direito: 92% estão ali para apanhar o diploma para prestar um concurso público.

A nossa sociedade perverteu o objetivo da formação superior no Brasil. A faculdade virou, para a maioria dos jovens que ainda não sabe direito o que fazer, uma porta para a vida adulta.

Estamos criando jovens confusos, que vão fazer vestibular sem amadurecimento suficiente. Criou-se uma convenção de que o caminho natural a ser tomado ao final do segundo grau é a faculdade. O pai e a mãe acham bonito ter um filho doutor.

A faculdade não é o caminho mais fácil para se chegar a um emprego.

Temos de despertar nossos jovens para preparar-se para construir um mundo em que os empregos serão substituídos por projetos por tempo determinado. Não podemos continuar alimentando os jovens para ser procuradores de empregos. Este mundo não existe mais.

Se você está prestes ao vestibular, pense duas vezes antes de ir para a faculdade. Conheça a sua real vocação e prepare-se para estudar e se reciclar ao longo de toda a sua vida, de forma muito mais séria e assídua do que fizeram as gerações anteriores.

Não coloque suas esperanças em diplomas, pós-graduação ou MBA. Não é isso que nos tirará da irrelevância e do atraso. A responsabilidade é nossa. Como indivíduos, e coletivamente como sociedade, devemos encarar o desafio de ajudar nossa juventude a sair do logro da faculdade para virar doutor e arranjar emprego.
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3 de set. de 2007

VENDER PARA VIVER

ABRAHAM SHAPIRO

É preciso encarar a verdade: Nada acontece até que alguém venda alguma coisa. Vender é a base da vida. Tudo o que fazemos todo o tempo é vender.

Há muita gente que não gosta da idéia de vender. Arquitetos, contadores, engenheiros, advogados, professores e muitos outros estão neste barco. No entanto, a cada dia mais, só sobrevive quem vende e tem consciência disso. Pessoas podem odiar vender, mas têm de vender.

Analisando de perto, vê-se que geralmente o problema não está na ação de vender em si, mas na percepção que estas pessoas têm do que significa vender.

Vender não é apenas necessário. É condição vital nos dias de hoje.

O mundo dos negócios está mudando muito. A velha competição nos negócios está sendo questionada e substituída por uma abordagem mais cooperativa. Todos estamos incluídos nisso para ganhar, e para eu ganhar é necessário que eu o ajude a ganhar.

Estas idéias estão refletidas na situação de mudança do mundo comercial.

Veja, por exemplo, o que está acontecendo com os Estados Unidos. Outras nações estão aumentando a sua produtividade a uma taxa mais rápida do que eles próprios. Hoje já existe um mercado mundial de verdade. E a nova ordem mundial requer cooperação entre as nações.

Kahlil Gibran, em seu livro O Profeta, disse algo de grande valor a respeito de vender: "E um mercador disse: 'Fale-nos de vender e comprar'. E ele respondeu: '...É na troca das dádivas da terra que você achará abundância e será satisfeito'. 'Entretanto, a não ser que a troca seja com amor e justiça bondosa, ela somente levará alguns para a ganância e outros para a fome' ".

Este conceito, seja novo ou não, é também parte do cambiante papel que as mulheres estão representando no mundo dos negócios.

O mundo está reconhecendo a valiosa contribuição que as mulheres podem trazer para os negócios. Embora seja verdade que provavelmente a vasta maioria dos proprietários de empresas e executivos seja composta de homens, isto está mudando. Já mudou muito até agora. Afinal, venda é algo que está ocorrendo desde que Eva persuadiu Adão a comer o fruto proibido. Desde aquele episódio, venda, em resumo, nada mais é do que a sabedoria de se demonstrar ao cliente os benefícios de uma mercadoria, idéia ou serviço.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473