27 de mai. de 2015

ADMINISTRAÇÃO NAS NOVELAS DA GLOBO

ABRAHAM SHAPIRO

Ligo a tv e assisto ao final do Jornal Nacional. Em seguida, entra a novela das 21h.... e o que vejo lá? Mais uma novela envolvendo ambiente empresarial.

As lições de Administração de Empresas ou de Comportamento Organizacional que as novelas da Rede Globo dão aos brasileiros estão à altura de fazer os ladrões do PT na Petrobrás parecerem pés-de-chinelo ou larápios de galinhas!
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Abraham Shapiro é consultor e coach, com especialidade em Sucessão em Empresas Familiares como facilitador da relação entre sucessor e sucedido para que o processo transcorra em paz e com ampla capacitação do sucessor, e Gestão - orienta a empresa para organizar-se de modo a corresponder às necessidades de seu posicionamento no mercado.  É autor do livro "Torta de Chocolate não Mata a Fome". Contatos: shapiro@shapiro.com.br ,  cel: 43. 8814.1473

25 de mai. de 2015

O MEU CACHORRO E CERTOS MODELOS DE GESTÃO

ABRAHAM SHAPIRO


Eu tive um cão da raça Weimaraner chamado Beny. Ele foi acometido de cinomose, uma doença que atinge o sistema nervoso do animal com sintomas como tiques nervosos, espasmos musculares, convulsões e andar em círculos. Lembro-me quão tristes foram as palavras do veterinário ao dizer que, uma vez nesse estado, são muito remotas as chances de reversão.
Os sintomas da doença do meu cachorro foram uma lição interessante para a minha compreensão do que ocorre na gestão de algumas empresas. Especialmente, andar em círculos. Este é um mal que atinge  três diferentes tipos de dirigentes, que passarei a caracterizar agora:
O primeiro tipo é o diretor se preocupa em tomar decisões que agradem seus funcionários. Ele não tem foco em resolver as causas do problema, mas concentra-se nos sentimentos dos funcionários. Este diretor é um verdadeiro tolo.
O segundo tipo é o diretor que decide pela força da emoção do momento.  Ele não tem capacidade de análise e, por isso, fica sem fundamento e sustentação. Pensa pendularmente: ora num extremo, ora noutro... ora movido pelo ódio, ora  pelo amor, ora pela guerra, ora pela paz... para desgraça dos envolvidos. Este diretor é um louco.
O terceiro tipo é o diretor cuja matriz situa-se distante de seus pontos de operação e não exerce controle algum sobre seus gestores. Ele crê em narrativas e descrições que, invariavelmente, são "cor-de-rosa" ou convenientes aos interesses dos gerentes. Ele não renuncia a seu conforto e comodismo por nada. Que venham reclamações de clientes, desvios financeiros, furtos e roubos de funcionários, problemas éticos ou morais... tudo não lhe afetará, desde que garantidas suas viagens, a vida boa e dinheiro que o patrocine. Este é o famoso diretor banana!
Bem, será preciso dizer mais?
O meu Beny era marrom claro, carinhoso com todos e tinha olhos azuis. Tivemos de sacrificá-lo para aliviar as dores de suas sequelas. Não podíamos suportar seu sofrimento.
Lamento pela situação de quem tem de amargar um chefe despreparado, alheio ou louco. Ninguém merece andar em círculos e sofrer... nem mesmo o meu cão.
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Abraham Shapiro é consultor e coach, com especialidade em Sucessão em Empresas Familiares como facilitador da relação entre sucessor e sucedido para que o processo transcorra em paz e com ampla capacitação do sucessor, e Gestão - orienta a empresa para organizar-se de modo a corresponder às necessidades de seu posicionamento no mercado.  É autor do livro "Torta de Chocolate não Mata a Fome". Contatos: shapiro@shapiro.com.br ,  cel: 43. 8814.1473

7 de mai. de 2015

“SER OU NÃO SER?" ESTA JÁ NÃO É MAIS A QUESTÃO

ABRAHAM SHAPIRO

A GRANDE ESCULTURA
Imagine que um dia um escultor lhe contrate para ser uma obra de arte nunca antes vista.
Ele tem um pedaço de madeira gigante e irá esculpir nele cada ação que você empreender durante o dia. Ele o fará por uma semana e ao final, ele vai mostrar o resultado. Você verá absolutamente tudo o que fez durante aqueles sete dias detalhadamente esculpido na madeira: todas as vezes que você foi bom com as pessoas e também as faces de todos os que se entristeceram com você. E assim você verá todos os detalhes desta semana.
E agora a escultura é sua. Ela lhe representa completamente, com um nível de detalhes impressionante, momento a momento de toda a semana.
Uma das razões porque não temos êxito nos desafios que a vida nos apresenta é que não damos importância suficiente às nossas respostas a estes desafios. Não nos damos conta da importância que têm as nossas ações. Cremos que qualquer coisa que fizermos será coisa do passado em poucos segundos após feita. E afinal, o que importa, se ninguém vai se recordar do que fizemos? Talvez nem nós mesmos nos recordemos mais disso.
Desvalorizamos tanto as nossas ações que nem investimos o esforço suficiente em melhorar a nossa atuação.
Porém, as nossas ações, sim, importam. E mais do que acreditamos.

NOME
A principal maneira de se conectar com a singularidade de alguém é aprender seu nome. Um nome é um aspecto intrínseco da identidade humana. Ao usá-lo, você estabelece uma conexão e comunica interesse sobre quem é a outra pessoa. Não é possível manter uma boa conversa com alguém que lhe é indiferente.  
Um ser humano é real somente quando você conhece seu nome.
Frequentemente nos esquecemos do nome de alguém, e quando falamos com ele sem identidade, percebemos que isso nos incomoda. O clima não é bom e a conversa não caminha bem.
Você tem tendência a esquecer nomes? A chave para resolver isso é prestar toda atenção no momento da apresentação e repetir o nome para si mesmo umas quantas vezes. Outra forma é usar a técnica da associação mental. Por exemplo. Eu estou sendo apresentado a uma pessoa chamada David Negro. Eu imagino o Rei David, da Bíblia, vestindo um traje todo preto. Quanto mais estranha for a imagem, mais fácil será de você se recordar.

O AMOR REAL
O que pode ser mais grandioso do que amar alguém? Entendê-lo.
Quando digo ao meu filho que eu o amo, mas não o entendo, então o que eu disse soa negativo, porque ele pensa: “Você ama quem você crê que eu sou ou gostaria que eu fosse, porém, se realmente você soubesse quem eu sou, talvez não me amasse”.
No entanto, se eu digo ao meu filho que eu o amo e ele sabe que eu o entendo, todo o espectro de quem ele é vai direto para a minha alma, e ele sente o meu amor por aquilo que ele realmente é.
O que significa “entender uma pessoa”? Significa captar seu modo de ser, suas ações, seus pensamentos... ou seja: sua identidade. 
Todos nós temos uma identidade. Conhecê-la, assumi-la, é o princípio da mais perfeita relação consigo mesmo, assim como conhecer a identidade do outro.
“Ama o próximo como a ti mesmo” é a lei de ouro da convivência e da paz entre os homens. E, no entanto, a Lei do Amor nos diz que só é possível a alguém amar o seu próximo quando ele tiver amor por si mesmo, isto é, a partir do instante em que eu reconhecer a minha identidade plenamente e abrir-me para entender a identidade do outro.

IDENTIDADE CORPORATIVA
Uma empresa tem uma identidade. Identidade Corporativa ou Identidade Empresarial pode ser definida como o conjunto de atributos que torna uma empresa especial e diferenciada.
Esses atributos são classificados como: essenciais e acidentais.
Essenciais são os atributos que se referem ao propósito da empresa, sua a missão e valores. Os atributos acidentais contribuem para a descrição da empresa, mas não definem sua essência. Pode-se entender melhor a diferença fazendo analogia com uma pessoa física.
A cor dos cabelos, o biotipo e as roupas que ela está usando ajudam a descrevê-la, mas não definem sua essência.
A identidade se relaciona mais com os atributos essenciais, ou aqueles que mudam muito pouco ao longo da vida dessa pessoa, como: seu senso de justiça, seu pendor para as artes ou sua introspecção.
Em uma empresa também é assim. Se ela realmente é honesta, não há governos, leis ou ofertas irresistíveis que farão mudá-la. Se valoriza o meio ambiente, sua preocupação aparecerá em todas  suas ações. Porém, se ela está no início de um projeto de expansão e com dificuldades financeiras, essa preocupação aparece apenas como um atributo acidental, já que sofrerá variações importantes ao longo do tempo.
A identidade corporativa se traduz e se manifesta de várias maneiras: no logotipo da empresa, em suas comunicações internas e externas, em seu ambiente de produção ou atendimento, no tratamento que dá ao cliente, nas apresentações de seus profissionais, em seu material impresso, em seu nome, portfólio de produtos etc. Todas essas manifestações contribuem para a construção da imagem corporativa.

CONCLUSÃO
Segundo pesquisas, os profissionais brasileiros são um dos que menos permanecem no emprego. Os últimos dados apresentados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos,  Dieese, mostram que, em média, a permanência de um trabalhador em um mesmo emprego é de 5 anos, ficando à frente apenas dos Estados Unidos em uma lista de 22 países.
Já um levantamento feito pela consultoria Booz & Company mostra que, em 2012, 19,8% das empresas nacionais trocaram seus presidentes-executivos. A média no restante do mundo é de 15%.
Diante de tamanha rotatividade, surge um problema comum dentro das empresas: como incutir os valores da organização, sua política, na rotina de seus colaboradores e fazer que estes se contagiem e sejam impulsionados a agirem de acordo com o que está estabelecido?
Quando uma empresa é criada no imaginário de seu fundador, existe quase sempre um propósito maior do que simplesmente ganhar dinheiro. Há um sonho, uma imagem de responsabilidade e de capacidade de transferência de valores a clientes e parceiros bem próximos à utopia. E, semelhante a um ser humano que cresce e se desenvolve em todos os aspectos, a organização deve descobrir sua razão de ser ou missão, as crenças que regem suas ações ou valores, e aonde quer chegar ou visão de futuro.
A política da empresa, portanto, é o que dá significado ou sentido àquilo que os colaboradores fazem e farão diariamente. É o grande diferencial que a torna atrativa aos clientes.
Envolver as pessoas no entendimento destes pontos e em sua prática é uma meta de suma importância. Mas a questão aqui é “como fazê-lo?”
Sem treinamento que esclareça e a consequente prática cotidiana, todos os itens da Política Corporativa não deixarão de ser, na melhor das hipóteses, palavras inscritas num quadro bem impresso dependurado na parede de um ambiente chique das edificações da empresa ou uma aba de sua página na Internet. E  esta prática é condicionada principalmente ao exemplo daqueles que ocupam os altos cargos hierárquicos, sem nenhuma exceção.
Não é raro ler em um edital que “a empresa valoriza o profissional e suas ideias”. Porém, quando se vai ver, não há nenhum canal de comunicação entre as diferentes hierarquias e tampouco algum programa de incentivo a colaboradores para que manifestem o que pensam.
Outro ponto esquecido por diretores é transmitir a seus colaboradores a visão de futuro da organização – isso quando há visão de futuro. Mostrar quais serão os próximos passos a serem dados, o que a empresa almeja e quais os resultados a serem conquistados, além de trazer melhor entendimento do porquê das atividades, aumenta a confiança e o comprometimento.  
Independentemente de seu porte, a empresa deve progredir desde o patamar do grupo e chegar ao nível de equipe, com um único pensamento e objetivo, quando os colaboradores  “remam” juntos e assumem em si mesmos a identidade da empresa. Neste cenário, eles terão incorporado a missão, visão e valores da organização como seus próprios.
Enquanto o colaborador de todos os níveis hierárquicos não se identificar como sendo a organização, em nível de “Eu sou a Empresa”, ele não será equipe. Trata-se de um elemento insólito, cujas atitudes não somam. Ele continua a não dar importância suficiente a sua participação nas respostas aos desafios da organização. Ele não se dá conta da importância que suas ações têm no contexto dos negócios. Por que atender bem, se isso é indiferente?
Só o que o fará vivenciar em atos o valor a ser transferido à cadeia de escoamento de produtos e serviços até o consumidor ou cliente final é o amor pela empresa. Este “amor real” pelo qual sou capaz de amar o outro como eu amo a mim mesmo também ocorre nesta relação colaborador-empresa.  
O trabalho executado com amor, numa empresa cuja identidade eu assumo como minha missão e meus valores é o que me faz apto a integrá-la com paixão pela busca dos resultados que convergem à sua visão.
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Abraham Shapiro é consultor e coach, com especialidade em Sucessão em Empresas Familiares como facilitador da relação entre sucessor e sucedido para que o processo transcorra em paz e com ampla capacitação do sucessor, e Gestão - orienta a empresa para organizar-se de modo a corresponder às necessidades de seu posicionamento no mercado.  É autor do livro "Torta de Chocolate não Mata a Fome". Contatos: shapiro@shapiro.com.br ,  cel: 43. 8814.1473