ABRAHAM SHAPIRO
Um negócio apóia-se sobre três pilares: idéia, capital e pessoas. Atualmente, a maior dificuldade está em encontrar as pessoas certas. Capital não é problema; há dinheiro de sobra para projetos viáveis. Idéia? Todo mundo tem boas idéias. A questão é: o que diferencia uma idéia boa de uma lucrativa? Idéia é o que dinamiza um negócio. As empresas não podem sobreviver apenas de ações já experimentadas. Precisam explorar novos procedimentos para satisfazer a demanda do consumidor, para ganhar vantagem sobre os concorrentes ou apenas para não perder o ritmo.
Meses, dias e horas são gastos em pesadas reuniões onde se discutem novas propostas. A gestão de idéias deve começar por um critério. Isto ajuda muito apesar de não ser tão fácil. Uma sigla em inglês pode ser o segredo do sucesso. A sigla é ITC, innovation to cash, isto é, transformar novas idéias em receita. Se uma idéia for prática e puder ser convertida em receita, há grandes chances de tornar-se realidade.
Muitos fatores influenciam uma idéia nova. O momento presente e suas principais implicações é um deles. Um exemplo. O que explica a capacidade de contágio do iPod (o reprodutor de MP3 da Apple) é a sua simplicidade. As pessoas estavam cansadas de dispositivos eletrônicos complexos. Desejavam algo simples. O iPod satisfez essa demanda. Contudo, 20 anos antes, a simplicidade não teria sido contagiosa porque os consumidores buscavam produtos com mais funcionalidades. Muitos são os conceitos errados quando se trata de criatividade.
É grave pensar que criatividade é algo que só tem a ver com a arte. A arte é só uma parte da criatividade. Não é preciso ser artista para ser criativo. Outro erro bastante comum é achar que criatividade é um talento reservado para poucos. Besteira. É evidente que precisamos nos capacitar para aumentar nosso potencial criativo. Mas ele é inato em nós.
Criatividade é uma vantagem competitiva. Estar a favor dela não é suficiente. Deve-se fazer muito mais para abrir as torneiras de idéias e inovações na empresa. A cultura já é um ponto que, de princípio, dificulta muito. A empresa ocidental, por exemplo, considera melhoria qualquer solução de problemas.
Nós utilizamos a criatividade quando sabemos aonde vamos, mas desejamos encontrar uma forma melhor de cumprir este objetivo. Em outras palavras: menos custos com mais eficiência. Os japoneses, por outro lado, não só corrigem as coisas que estão erradas. Eles também consideram aquelas que estão corretas para melhorá-las.
Em 1971, a Shell utilizou este princípio quando decidiu procurar uma forma diferente de extrair petróleo, mesmo que já o fizesse de forma eficiente. O volume das extrações triplicou. O modelo atual de organização está comprometido.
Tal como o exército sofreu uma completa reestruturação em função do novo inimigo que apareceu com o terrorismo, a empresa necessita de uma recontextualização para que sobreviva. A chave desta recriação encontra-se na criatividade. As pessoas já a têm de forma potencial. O esforço fará disso uma realidade.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473
Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473