14 de ago. de 2007

O QUE FAZER NA HORA DO APERTO

ABRAHAM SHAPIRO

Definitivamente é preciso que se saiba: não há vida sem crise. O dicionário define crise como “estado de súbito desequilíbrio, incerteza, vacilação ou declínio”.

Todo ser humano tem em si, a tendência inicial de achar que a crise é uma perturbação dispensável e injusta. Muito poucos se permitem convencer de que ela é importante e necessária. Estes colhem os frutos verdadeiros e lucrativos.

Devemos ter em mente que há duas únicas alternativas que subsistem quando uma crise nos atinge: mudar a situação – o que nem sempre é possível – ou mudar o modo de pensar sobre ela - o que é perfeitamente possível e só depende de nós mesmos.

Em fases normais, quando tudo nos parece bem, colocamos para fora uma fração insignificante daquilo que verdadeiramente somos. Chegam as turbulências e salientam-se as reais qualidades humanas. E então, quanto melhor fundamentado estiver o indivíduo sobre princípios e valores, maior aprendizado e crescimento irá absorver. Este é o efeito edificante da crise.

É lamentável que as pessoas se perturbem e às vezes até se percam pensando equivocadamente que as crises são destrutivas ou um castigo. Há um provérbio que ensina: “Se somos lapidados ou moídos pelos problemas da vida depende apenas do material de que somos feitos!”

Tente imaginar a seguinte situação: você ouve o vozerio desesperado de um bebê chorando no interior de uma casa. Chega a pensar que a pobre criancinha está sendo maltratada. Ao aproximar-se, depara-se com a cena de um menino no colo da mãe. Ela tem na mão uma colher de remédio. O garoto detesta tomar algo amargo e ruim. Seu protesto é vigoroso. A mãe, por sua vez, só deseja a cura do filho e não se importa com seu desgosto momentâneo.

A julgar somente pelo que se ouve, dificilmente a realidade seria conhecida de fato. Examinando bem, a conclusão, agora, é totalmente diferente. O que antes parecia mal, tornou-se um bem tão logo conhecido por completo.

Toda crise tem exatamente este perfil. Superficialmente parece uma desgraça. Ao aprofundar-se em conhecê-la, descobre-se o brm que nela se escondia. Com isso, podemos afirmar: a crise existe para o bem.

As pessoas erram quando se autodestróem, se depreciam ou se flagelam em meio às suas crises. Este é um momento que requer confiança. Se falta, a luta precisa concorrer pelo resgate dos mais altos índices de confiança e força. E então, ao invés do pior, começamos a conhecer os benefícios educativos da crise. À beira de um precipício, só há um modo de andar para frente: dando um passo atrás!
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473