4 de nov. de 2007

BRASILEIRO SONHA COM SOMBRA E ÁGUA FRESCA

DADOS RECENTES DE PESQUISA

Sucesso profissional exige esforço? Em que nível? Trabalhar apenas para empresas que se preocupem em zelar por ambientes saudáveis, com baixa taxa de estresse, e, de preferência, imperceptível pressão dos chefes? Bem, na vida real esta é uma duvidosa aspiração. Mas na imaginação de jovens recém-formados, trata-se de um sonho perfeitamente exeqüível, com direito a bons salários, rápidas promoções, benefícios etc etc.

Parece engraçado, mas esta expectativa foi projetada pela maioria dos 16 mil universitários e recém-formados brasileiros entrevistados num levantamento da consultoria Companhia de Talentos.

"O trabalho tem de proporcionar prazer, dinheiro e tempo livre para viver", disse um deles.

"É importante trabalhar com menos pressão, ter bom relacionamento com os colegas e flexibilidade de horário", afirma outro.

É interessante notar que, a despeito do apelo da globalização, fazer carreira lá fora não consta das prioridades desse pessoal. A maioria pretende ser contratada por empresas brasileiras. O que esses jovens ambicionam, na verdade, é rotina tranqüila e pouca dor de cabeça.

A visão de seus colegas norteamericanos, europeus e asiáticos sobre suas vidas profissionais é menos otimista, de acordo com outro levantamento, conduzido pela consultoria americana PriceWaterhouseCoopers.

Os jovens da outra metade do mundo diferem diametralmente dos brasileiros. Eles não acreditam que poderão contar com horários flexíveis. Tampouco acham possível que um dia possam trabalhar para suas empresas sem que tenham de sair de casa. Apenas 5% dos entrevistados apostam na possibilidade de virem a desfrutar desse benefício, que já vem sendo experimentado por algumas corporações, como a IBM.

Com tudo isso, os 3 mil recém-formados ouvidos pela Price parecem estar mais sintonizados com as exigências do mercado global do que seus colegas brasileiros. A maioria acredita que será necessário aprender diferentes idiomas para conseguir progredir na profissão. Nove entre dez chineses têm essa intenção, e um terço dos britânicos. Entre todos os entrevistados, 94% acham que trabalharão por um tempo fora de seu país. Acreditam ainda que terão poucos patrões na sua trajetória profissional. A quase totalidade estima que passará por no máximo cinco empresas durante a carreira.

Apesar das diferentes expectativas, os jovens desses dois universos compartilham uma mesma aspiração. Tanto os brasileiros quanto seus colegas estrangeiros desejam trabalhar para empresas comprometidas com questões sociais e ambientais. Os americanos são os que se mostram mais comprometidos com sustentabilidade. Entre eles, 90% pretendem fazer carreiras em companhias socialmente responsáveis. Esse índice cai para 71% entre os britânicos.