A expansão do ensino superior no Brasil encontra um público de jovens ávidos por ascensão no mercado de trabalho e na escala social.
Diego Viana | De São Paulo | Valor Online
O professor José Carlos Pereira de Almeida aproveita o silêncio dos alunos, que vão tentando resolver exercícios de sala, para anunciar a data do exame de planejamento tributário, a matéria que ele ministra para o terceiro ano de contabilidade da Universidade Cruzeiro do Sul, em São Paulo. O exame será realizado na semana seguinte ao feriado de Páscoa. Sem surpresa, a notícia gera protestos nos alunos que planejavam viagens. Mas o professor dá uma justificativa: "Vocês vão ter quatro dias sem aula e sem trabalho para se preparar. Viram como sou bonzinho?"
O argumento é bem recebido por muitos dos estudantes, sobretudo aqueles que saíram diretamente do emprego, às 18h, para a aula, com início às 19h. O intervalo é curto demais para trocar a roupa ou completar os exercícios passados pelo docente na aula anterior. "Se o senhor tivesse chegado pelo menos um pouquinho atrasado, eu teria tido tempo de terminar", diz, para divertimento dos colegas, uma aluna que estava na sala uma hora antes do início do curso, resolvendo as perguntas. Ela veste uma jaqueta com o logotipo da empresa em que trabalha e admite que, da quinta questão em diante, a folha de exercícios está em branco.
Os cursos noturnos de universidades particulares são o universo mais representativo da expansão do ensino superior brasileiro nas últimas duas décadas, tanto em sua expressão meramente numérica - passou-se de 1,6 milhão de universitários no país em 1994 a 3,6 milhões em 2002 e 5,95 milhões em 2009 -, quanto em sua expressão econômica. No Brasil, um país com índice de alfabetização persistentemente baixo e ensino público de qualidade duvidosa, embora caminhe para a universalização, o diploma se configurou tradicionalmente como um símbolo distintivo das classes dirigentes. Na última década, os dados revelam uma mudança no quadro, ainda que tímida.
Os novos estudantes das universidades brasileiras vieram majoritariamente de outros universos socioeconômicos além das elites. Entre 2002 e 2009, a proporção de universitários oriundos das classes C e D, conhecidas também, respectivamente, como "classe média baixa" e "classe baixa", subiu de 45,3% para 72,4%. A cifra referente à classe D é mais notável: de 5% dos alunos apenas, passou-se a 15,3%. Apesar dos custos consideráveis com mensalidades, transporte e materiais, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revela que 76,6% das vagas universitárias brasileiras, em 2009, pertenciam a instituições de ensino particulares, que, com exigências menores de entrada, são acessíveis a jovens oriundos do sistema público de ensino. Graças a bolsas, ensino a distância e outros programas, esses jovens aproveitam a oportunidade: segundo a consultoria Data Popular, especializada em negócios voltados para as classes C e D, embora 37% dos jovens da classe C aspirem ao diploma universitário quando saem da escola, apenas 27% ambicionam uma vaga em universidades públicas e gratuitas.
"Se o senhor tivesse chegado pelo menos um pouquinho atrasado, eu teria tido tempo de terminar", diz a aluna que não fez todos os exercícios
Nem só de jovens recém-saídos do ensino médio vivem as universidades. Marcio Sebastião Pereira, aluno de administração no Centro Universitário Anhanguera, em São Paulo, tem 45 anos e uma história de vida característica de muitos trabalhadores da indústria. Filho de um eletricista de manutenção que trabalhou durante 25 anos nas indústrias Matarazzo e jamais passou da quarta série, seguiu os passos do pai, cortou os estudos aos 12 anos e foi trabalhar no setor de expedição de uma fábrica de produtos alimentícios. Hoje, é operador de empilhadeira para uma indústria de autopeças e entrevê a possibilidade de obter cargos melhores graças ao diploma universitário, em seguida à conclusão do ensino médio. "Gosto da área em que trabalho e vejo que existem muitas vagas sendo abertas para profissionais diplomados", conta Marcio. "Entrei no curso de logística e não ajudou muito, então agora estou na administração."
Como Marcio, muitos dos inscritos em cursos superiores almejam resultados práticos e rápidos no mercado profissional. O aumento proporcional das classes C e D na universidade acompanha a trajetória de ascensão social vivida no Brasil na última década. De acordo com dados do IBGE, a classe C, cuja renda está entre quatro e dez salários mínimos, passou de 37% da população brasileira em 2002 a 49,7% em 2009. Ou seja, obteve-se uma classe média com mais de 95 milhões de pessoas. Famílias até então excluídas dos principais benefícios da sociedade de consumo passaram a ter acesso, por meio de melhores salários e crédito mais abundante, a produtos de grife, eletroeletrônicos e viagens de avião.
A inserção no ensino superior, porém, tem implicações mais amplas do que o acesso ao consumo. Dentre os novos membros da classe média brasileira, aqueles que entram no ensino superior são, na maioria das vezes, os primeiros membros da família a chegar à universidade. Segundo a Data Popular, 68% dos jovens da nova classe média estudaram mais do que os pais. Esse dado expõe a importância do diploma para quem vê nele seja a possibilidade de galgar degraus na escala social, seja a garantia de manter os ganhos que a família já fez. "Esse estudante, cujos pais têm pouca educação e pouca perspectiva de ascensão social, que é o primeiro membro da família a chegar à universidade, cujos estudos exigem, muitas vezes, um sacrifício enorme da família inteira, não vai perder essa oportunidade que apareceu de jeito nenhum", afirma Renato Meirelles, especialista da Data Popular.
Pelo caminho dos estudos universitários, os brasileiros procuram todas as formas de melhoria socioeconômica. "O diploma não só dá acesso a uma vida melhor, mas ele também é uma garantia de que a pessoa não vai voltar às condições anteriores", diz Meirelles. O empreendedorismo é o que move o estudante de administração de empresas Pablo Ferreira da Paixão, colega de sala de Marcio. Ele conta que teve de começar a trabalhar em tempo integral ainda na adolescência, quando o pai se afastou da família e parou de oferecer qualquer tipo de contribuição. Aos 37 anos, Pablo é vendedor de uma corporação multinacional produtora de café, mas abriu há cerca de um ano sua microempresa, ao perceber uma oportunidade para lucrar com a comercialização de roupas para animais de estimação.
"Eu vinha adiando minha volta aos estudos, mas, com a empresa, resolvi tomar uma atitude", conta Pablo. "O trabalho e o estudo estão sempre em relação. Aplico tudo que aprendo aqui na minha empresa e aproveito minha experiência profissional para os trabalhos da faculdade." O novo microempresário confessa que, apesar de toda a experiência de trabalho que acumulou, não saberia como conduzir seu negócio sem o aprendizado recebido no ensino superior. "O relacionamento com os clientes melhorou muito, com os fornecedores também, tudo..."
As oportunidades do mercado profissional são a motivação mencionada por quase todos os universitários que falaram ao Valor. Mudar de emprego, conseguir um aumento e evoluir dentro de uma empresa são expressões citadas com frequência. Maria Aparecida Dias, de 46 anos, estuda com Marcio e Pablo. Ela trabalha no setor administrativo do escritório de advocacia em que o próprio marido é advogado. "Ele está se desenvolvendo na carreira. De vez em quando meu marido comenta como ele vai subindo e eu fico estagnada, porque não estudei tanto quanto ele. Foi por isso que me incentivou a entrar na faculdade pela primeira vez", conta.
Os estudantes percebem com muita clareza o aumento explosivo da oferta de emprego para trabalhadores com boa formação, aquilo que, do ponto de vista do empregador, é apelidado de "apagão da mão de obra qualificada". Segundo Renato Meirelles, a expansão do ensino superior é uma forma que o mercado encontrou para tentar contornar sua própria insuficiência de trabalhadores bem formados. "Agora não dá mais para tomar aquela cerveja de domingo, preciso ficar fazendo trabalhos para a faculdade. Parou de vez!", diz Pablo Paixão, misturando o orgulho e a lamentação. Ao tomar a decisão de sacrificar horas de lazer para se preparar para exames, o trabalhador procura preencher essas vagas e ganhar um salário melhor, o quanto antes. "Recebemos muitos alunos com uma ansiedade enorme. Eles querem ver a vida mudar depois de dois meses de aula, só. Como não acontece, muitos querem desistir. Meu trabalho é controlar essa ansiedade e mostrar que a persistência pode levar longe", diz a professora Alvani Guanaes, que leciona a disciplina de comportamento organizacional para a turma de Pablo, Marcio e Maria Aparecida.
"Muitas pessoas entram na sala e se dão conta de que sempre tiveram trabalhos braçais. Elas se perguntam o que estão fazendo nesse ambiente tão diferente", diz a professora. A faculdade, portanto, não é necessariamente um ambiente acolhedor para quem perdeu o hábito de acompanhar aulas e fazer exames, ainda mais para pessoas que trabalham durante todo o dia e à noite precisam do deficiente transporte público brasileiro para estudar. Maria Aparecida conta que, nos primeiros meses, quase desistiu, mas recebeu apoio dos colegas. A ajuda mútua é apontada pelos alunos como uma força indispensável não apenas para manter a motivação, mas também para facilitar a inserção no mercado. "Os amigos da faculdade são o melhor currículo de todos nós", resume Juliana de Souza Nascimento, de 24 anos, colega de Pablo e Maria Aparecida. Kleber Silva de Oliveira, o mais jovem do grupo, com 19 anos, complementa: "Nossa classe é um mercado negro de currículos, todo mundo indica todo mundo para empregos. É gente conhecida, dá para confiar".
As características mais visíveis dos novos universitários são, por um lado, ter mais estudo do que os pais e, por outro, a ambição de crescimento socioeconômico. Essas são duas semelhanças que definem um universo de grande amplitude, onde cabe uma diversidade considerável de situações sociais e objetivos de vida. Na ponta mais afluente do espectro está a aspirante a contadora Silmara da Luz Barbosa Silva, de 20 anos, aluna do professor Pereira de Almeida na Universidade Cruzeiro do Sul. Silmara e sua família estão perfeitamente incorporadas à sociedade de consumo. A jovem completou o ensino médio em escola particular, ganhou um carro ao completar 18 anos e vive numa casa que pertence à família, no Capão Redondo, periferia da zona Sul de São Paulo, dentro de uma vila protegida por guarita e vigia. Seu pai, microempresário, é dono de uma pequena frota de caminhões. Ele soube aproveitar a prosperidade que o Brasil atravessa desde o início deste século, recorreu ao crédito - que passou de 25,8% do PIB em 2001 a 46,7% em 2010 - e conseguiu ganhos materiais e profissionais.
Para a família de Silmara, a ascensão à classe C é fato consumado. De motorista de ônibus a microempresário, de morador de conjunto habitacional a proprietário de imóvel, a melhora econômica é considerável e se consolida culturalmente com a chegada da filha à universidade. Nem o pai, nem a mãe de Silmara, que trabalhou a maior parte da vida como costureira e hoje cuida da parte administrativa da empresa familiar, passaram da quarta série, mas colocar os filhos na faculdade sempre foi uma meta. Silmara escolheu a profissão que viria a estudar quando tinha 10 anos, por sugestão da mãe à menina que se interessava por matemática. Pelo bom desempenho nos exames de admissão, a jovem obteve uma bolsa de 75% da mensalidade, o que a poupa de desembolsar mais de R$ 1.600 todo mês.
Silmara repele com veemência a hipótese de herdar o espírito empreendedor do pai. Hoje estagiária numa empresa de equipamentos médicos, sua aspiração é ser efetivada para desenvolver uma carreira que dê segurança à família que pretende formar com o noivo, Renan Ribeiro, estudante de engenharia civil de 21 anos. Esse objetivo exigirá, como reconhece Silmara, uma pós-graduação, sob pena de ficar para trás diante de uma concorrência cada vez mais acirrada. "Hoje em dia é muito fácil fazer uma graduação", ela diz. "Não uma boa faculdade, mas ter um diploma. Agora, o verdadeiro diferencial é ter pós."
Na outra ponta do panorama universitário, Adolfo Pereira de Mendonça, aluno de nutrição da Universidade São Judas Tadeu, também em São Paulo, é responsável pela própria ascensão à classe média e à sociedade de consumo. Aos 28 anos, ele está no terceiro ano do curso, mas sua epopeia estudantil começou quando tinha 17 anos e percebeu que não chegaria longe com o que aprendeu na escola estadual em que estudou, no bairro Jardim Popular, zona Leste de São Paulo. "Todo mundo sabe como é a escola pública no Brasil... Não precisa estudar nada, não precisa aprender nada, todo mundo passa", diz Adolfo, que até então não gostava de estudar e preferia passar as tardes empinando pipas na rua.
"Hoje em dia é muito fácil fazer uma graduação. Não uma boa faculdade, mas ter um diploma. Agora, o verdadeiro diferencial é ter pós"
O rapaz acreditava que seu destino, como o dos vizinhos, seria terminar os estudos básicos e trabalhar pelo resto da vida em empregos que não exigem qualificação. Sua mãe o incentivava não a estudar, mas a trabalhar, principalmente depois que o pai foi morar no interior de São Paulo, ganhando a vida como garçom, e perdeu o contato com os filhos. Adolfo se inscreveu em um curso de auxiliar de escritório e foi contratado por uma grande empresa de advocacia paulistana.
Chamado para servir o Exército, Adolfo tomou gosto pelas atividades de cozinha e decidiu trilhar uma carreira em nutrição. Àquela altura, a universidade ainda lhe parecia fora do alcance, então ele se inscreveu na Escola Técnica Carlos de Campos para obter uma formação como técnico em nutrição. Ao mesmo tempo, inscreveu-se em cursinhos pré-vestibulares e trabalhou como atendente de telemarketing e vendedor em lojas de centros comerciais.
"No cursinho, eu tinha de recuperar o tempo perdido na escola. Foi a primeira vez que tive contato com matérias básicas, como matemática e história. Até ali, nunca tinha lido um livro, mas comecei a gostar de literatura", conta Adolfo. Foram três anos de cursinho. Ao fim de cada ano, o estudante prestava a prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e os vestibulares de universidades públicas, isto é, gratuitas. Pagar pelo curso estava fora de cogitação. Ao encontrar uma faculdade privada que concede bolsas a movimentos camponeses, o jovem não hesitou em encontrar um para se filiar, embora tenha vivido a vida inteira na maior cidade do país. Nessa faculdade, porém, ele não passou.
Formado no curso técnico, Adolfo encontrou emprego no Hospital Regional de Osasco, distante duas horas de sua casa, num trajeto realizado diariamente em trem, metrô e ônibus. Na mesma época, inscreveu-se no ProUni (Programa Universidade Para Todos), pelo qual o Ministério da Educação (MEC) concede bolsas para estudantes de baixa renda. Ao abrir mão das universidades públicas, foi possível chegar à faculdade, usando a nota do Enem, a bolsa de 50% do ProUni (porque sua renda comprovada se situa entre 1,5 e 3 salários mínimos) e o resto financiado pelo Fies (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior), também do MEC. Ao inaugurar um projeto que leva adolescentes de escolas estaduais para conhecer a universidade, o estudante pôde dispensar o financiamento público, porque a própria instituição de ensino complementou sua bolsa.
Adolfo abre um sorriso envergonhado para dizer que, embora ainda faltem quase dois anos para a formatura, já tem uma renda superior à de seus pais. O conforto, porém, ainda passa longe. Além do trabalho e da faculdade, que consomem manhã, tarde e noite e eventualmente avançam pelo fim de semana, ele vendeu seu único bem, um fusca que lhe rendeu R$ 5 mil, para pagar um curso de inglês. "Hoje em dia ninguém consegue nada sem inglês", reconhece.
As deficiências que Adolfo identifica em sua educação estão no centro das preocupações dos empregadores, dos especialistas e das próprias universidades. Algumas, como a Universidade São Judas e o Centro Anhanguera, oferecem cursos específicos de recuperação dessas deficiências, particularmente em português e matemática. A professora Alvani Guanaes diz acreditar que as medidas são suficientes, se não para suprir a carência educacional de quem saiu do ensino público, ao menos para fortalecer capacidades cognitivas específicas necessárias para as profissões. "Embora a criança tenha muito mais facilidade de aprender, o adulto, quando aprende, sabe exatamente o que quer e tem muito mais interesse em aprendê-lo. Daí a eficiência da recuperação."
O professor Pereira de Almeida, que, além de lecionar, é proprietário de um escritório de contabilidade, enxerga a situação com menos otimismo. "As pessoas acham que vão recuperar na faculdade o tempo perdido de aprendizado, mas não vão, não. A coisa mais difícil, hoje, é encontrar profissionais qualificados. Eles saem da universidade ainda com muitos problemas", diz. Por mais que exista uma motivação mais forte em pessoas que dependem de bolsas para estudar e dos estudos para prosperar, a associação do esforço ao desempenho não é direta, como adverte o antropólogo George Zarur. "Eu gostaria que assim fosse, isto é, que os mais carentes fossem capazes, em massa, de superar pelo esforço suas limitações de formação. Isso pode acontecer em alguns cursos, mas não, por exemplo, nos integrais, mais difíceis e inviáveis para quem precisa trabalhar", diz.
O professor Pereira de Almeida relata que as turmas dos primeiros anos dos cursos têm muito mais alunos do que as turmas mais avançadas, a ponto de algumas unidades terem até 170 estudantes na sala de primeiro ano. "Não sabemos se alguém está ouvindo o que dizemos", diz o professor, "e a surpresa chega na hora de corrigir as provas". Os alunos menos comprometidos ou com maiores dificuldades para arcar com as despesas acabam ficando pelo caminho, deixando salas com 40, 20 ou até 15 estudantes apenas nos últimos anos.
As deficiências na educação trazidas do ensino médio público também desempenham um papel nesse índice de desistência. "Muitos estudantes têm como referência a escola pública, onde alguns professores mais faltam do que comparecem", afirma a professora Alvani Guanaes. "Alguns não têm referência do que é uma escola que tem livros, tecnologia, exigências de desempenho." Os problemas aparentemente insuperáveis do ensino público fundamental e médio brasileiro podem comprometer a expansão do ensino superior, principalmente no desenvolvimento da qualidade acadêmica dos formandos.
Renato Meirelles, da Data Popular, diz acreditar que pode ser positiva a expansão do ensino superior mesmo antes da melhora da escola pública. Para o consultor, o diploma universitário torna os pais mais exigentes quanto à qualidade da escola dos filhos. "Hoje, os pais das classes baixas não conseguem nem avaliar, nem acompanhar os estudos dos filhos, porque eles não têm referência da boa escola", afirma. "Com pais diplomados, o nível de exigência das escolas públicas tende a aumentar muito e, em consequência, também a qualidade."