23 de abr. de 2011

APAGÃO DA MÃO DE OBRA: CONSTRUTORA RECORRE A ALBERGUE

FOLHA DE SÃO PAULO - 23/04/2011

A falta de mão de obra na construção civil leva as empresas a procurar operários em albergues noturnos e centros de migrantes, frequentados, principalmente, por moradores de rua.

Com a escassez de trabalhadores, cerca de 20 empresas já procuraram a Cetrem (Central de Triagem e Encaminhamento ao Migrante) de Ribeirão Preto. Em São José do Rio Preto, vem acontecendo o mesmo.

O empresário Denis da Silva Gonçalves, que terceiriza mão de obra para construtoras, afirma que 60% dos 150 funcionários de sua empresa são recrutados nesses locais.

Ana Luiza Gouveia, assistente social do Cetrem, disse que 90% das pessoas que chegam ao alojamento são encaminhadas para a construção civil.

O diretor da regional de Ribeirão do Sinduscon-SP (sindicado das construtoras), José Batista Ferreira, afirma que o setor é o único capaz de contratar mão de obra não qualificada, por isso faz recrutamento em albergues.

O servente de pedreiro Jaílson de Castro, 20, veio de Uberlândia (MG) para Ribeirão Preto para tentar um trabalho na construção civil e foi recrutado no próprio albergue.

Em São José do Rio Preto, a psicóloga Soraia Sanches, da Fundação Riopretense de Assistência Social, conta que uma construtora procurou o albergue da entidade e selecionou dez pessoas.