11 de abr. de 2011

CLIENTE: UMA NOVA UTILIDADE

Artigo publicado no jornal FOLHA DE LONDRINA, em 11/04/2011, na coluna ABRAHAM SHAPIRO, em Empregos e Concursos

ABRAHAM SHAPIRO

Como as empresas lançam produtos? Eu sei bem. Acompanho várias. Elas buscam ideias pelo mundo afora, passam aos projetistas, eles fazem mudanças, estudam diferenciais, calculam a viabilidade econômica de produção, e aí lançam. Depois vem o malabarismo e o sofrimento da venda. Este é apenas o começo de um autêntico roteiro de filme de terror.

O empresário já cansado de bater cabeça diante deste desafio pode agora conhecer uma solução que está na outra ponta da cadeia de marketing: o cliente. É assim que nasceu o Design Thinking, ou Projeto Estratégico de Produto – um modelo de trabalho baseado na observação, na intuição e no desenvolvimento de ideias inovadoras a partir do cliente. Não confunda com o termo design, pois, não se trata de projeto, mas de um processo.

O objetivo é inverter a perspectiva tradicional. Em vez de partir do produto ou serviço que a empresa é capaz de oferecer, a prioridade é identificar o que o consumidor deseja. Só depois é que se desenvolve o produto.

O método já existe há três décadas na América. No Brasil, nasceu a partir de pesquisas modernas de satisfação, entre elas a Pergunta Definitiva, que consiste em consultar o consumidor sobre a possibilidade dele indicar o produto ou serviço recentemente adquirido a um amigo através de uma nota da escala de 1 a 10. Ao dar uma nota menor que dez, a pergunta seguinte e final da pesquisa consiste em: “O que seria preciso para chegar a 10?”. A maior parte das respostas traz indicações sobre novos conceitos do produto que, quando observadas, tornam-se mais que úteis como propostas. Geralmente são dicas que projetistas jamais imaginariam, e se transformam em sucessos de lançamento e venda ao ser implentadas.

É um método. E como tal, abre a empresa para situações impensadas e superiores às propostas muitas vezes viciadas do pessoal de desenvolvimento, pois permite até a inclusão na pesquisa do ponto de vista de clientes que não são público-alvo da empresa.

Cliente tem ideia. Cliente tem sonhos. Cliente tem necessidades e desejos. Ele pode dar muito mais lucro do que você e seu pessoal. O mais grave é continuar convencido de que só você sabe sobre o seu negócio. Pois, eu lhe digo: “Não, você não sabe. Falta conhecer a visão do cliente”.
Meta isto na cabeça, e passe a trabalhar com mais realidade.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473