29 de jul. de 2010

ENFIM, UMA EQUIPE DE TALENTO

ABRAHAM SHAPIRO

Se você não trabalha numa empresa profissionalizada, possivelmente tanto ela quanto o seu chefe sejam da época em que tempo de casa e lealdade eram fatores fundamentais na avaliação de salários e promoções. O efeito colateral disto é frequentemente perverso. Profissionais antigos acabam tendo remuneração superior à de profissionais mais jovens – mais preparados e eficazes.

A forma de reconhecimento e remuneração nessas empresas é ligada a fatos esquisitos como: ter permanecido no quadro de funcionários durante crises passadas. Engraçado! Não... não é só isso. Eu diria ser um tanto doentio, afinal, os chefões não pensam que aqueles que ficaram nas horas de aperto da empresa ou da conjuntura nacional só o fizeram porque não tinham para onde ir. Eles possivelmente já eram incompetentes e ultrapassados naquele tempo.

O problema é que vivemos na sociedade do conhecimento. E hoje, uma pessoa já não pode mais ser avaliada e remunerada assim, de modo tão subjetivo e sentimental. O novo modelo pressupõe o uso da inteligência, e não de braços e pernas. O trabalhador do conhecimento é, antes de tudo, especialista, o que significa que ele sabe mais do que seu chefe.

Deixa de existir relação direta entre desempenho e volume de produção. Não faz mais sentido algum avaliar um analista, por exemplo, por sua velocidade de digitação. Além disso, o trabalhador do conhecimento não é impulsionado apenas por incentivos financeiros.

Direto ao assunto, o novo desafio de qualquer empresa é criar condições para reter talentos através de atualização permanente, uso das técnicas e sistemas mais modernos, pela liberdade de ação e valorização do conhecimento. Falando claro: quem traz resultados e lucros, deve ganhar mais.

Mas aqui, quase todos fazem a mesma pergunta: "Como reter os melhores talentos?".

A fim de agir certo, consumindo o mínimo de recursos e obtendo o máximo de resultados, você deve se livrar de alguns perfis que, além de não produzirem, jamais poderão fazer parte de uma equipe de alto desempenho.

Comece livrando-se-se dos preguiçosos. Eles falam muito, fazem pouco, têm ideias fabulosas, mas são especialistas em dar boas desculpas pelo que não fazem.

Depois, livre-se dos pretensiosos, que se acham superiores ao que são, não ouvem e não aceitam opiniões, e o tempo todo culpam outros por suas mazelas.

Finalmente, livre-se dos 'politiqueiros'; aqueles que têm garganta, julgam os demais, fofocam com todos e de todos, e sabem tirar a paciência até do velho Jó.

Eliminando estes, os que restarem serão os melhores integrantes de uma equipe talentosa.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473