12 de jul. de 2010

A LIDERANÇA SITUACIONAL

ABRAHAM SHAPIRO

Seu sobrenome em português já não ajudava muito, e até denotava uma de suas características pessoais. Quando me procurou, Antonio Fuzile necessitava de orientações sobre como deixar de ser chefe e tornar-se líder.

Esta missão não era nada simples. E confesso que nos últimos anos tenho vivido experiências dolorosas na área de liderança. Elas me empurram hoje a cobrar hoje dez vezes mais por um coaching de líderança, do que quando comecei. E cobro. Minha experiência cresceu, é claro. É até mais fácil para mim. Mas não é esta a razão. A teimosia de algumas pessoas em quererem continuar agindo de seu modo retrógrado e inflexível é terrível. Elas optam por cuspir e pisar sobre o acervo monumental de dados e informações sobre as atitudes de um verdadeiro líder que a psicologia juntou nas últimas quinze décadas. E o fazem - tamanha arrogância e prepotência que se assentam sobre o trono de seus caráteres.

Fuzile era como um macaco em uma loja de bibelôs – do tipo que derruba a porta e depois pergunta se pode entrar. Seu trato interpessoal era terrível. Adotava a filosofia de jamais dizer aos subordinados o que deviam fazer. Ele era contra treinamentos, por exemplo. Caso os seus funcionários fizessem qualquer pergunta, ele os confundia com questionamentos infindáveis para que, arrependidos em seguida, buscassem suas próprias respostas atônitos e embaraçados. Se ele calculasse o custo desta conduta, na certa a mudaria no momento seguinte, e todos à sua volta seriam mais felizes - incluindo sua família que devia sofrer como violentados de guerra.

A liderança precisa ser situacional, isto é, mudar de estilo de acordo com a pessoa com quem se trabalha e com a situação. Refiro-me a métodos diferentes para pessoas diferentes. Isto é lógico. E funciona. Mas requer flexibilidade, uma bem desenvolvida capacidade de diagnosticar as necessidades das pessoas a quem se supervisiona, e também habilidade para chegar a um acordo a fim de acertar com elas o estilo de liderança que precisam receber. Simples assim. Óbvio assim.

Todo mundo, sem exceção, deseja alcançar o sucesso naquilo que faz. Esta é a premissa sobre a qual se constróem as equipes de sucesso. Se o líder aprender a identificar as fraquezas pessoais do subordinado e lhe der orientação e apoio, o cenário à sua volta será altamente produtivo. Dez em dez vezes que se fizer isso irá funcionar e produzir sucesso. Não se discute.

Atenção é coisa que até um animal merece e precisa. Se as pessoas têm isto, elas dão o melhor de si, sentem-se bem e produzem resultados.
______________________

Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473