ABRAHAM SHAPIRO
A ideia do funcionário prospectar o mercado para saber se há empresas que pagariam mais e melhor pelo seu trabalho é boa. O problema existirá somente quando ele não estiver buscando um salário melhor, mas reconhecimento e recompensa. E é geralmente isso que ele busca.
Com raras exceções, o valor de uma remuneração salarial nem sempre é estabelecido em bases subjetivas, como muitos funcionários ainda imaginam.
O ponto é que, na qualidade de profissionais, todos nós somos comparáveis a um produto. O que é um produto? É uma solução que se propõe para resolver um problema ou satisfazer uma necessidade das pessoas. Um profissional também é assim. Ele é contratado e remunerado de acordo com a capacidade de resolver problemas. Quando o que ele sabe fazer é facilmente encontrado no mercado, o valor pago pela solução que ele efetua é baixo. Por outro lado, quando muitas empresas têm o problema para o qual só ele conhece a solução, o valor de sua remuneração será elevado.
No passado, "tempo de casa" e a impossibilidade de redução salarial eram fatores importantes na evolução dos salários. Isso criava um efeito desastroso: profissionais antigos acabavam ganhando mais do que os jovens, mesmo quando estes eram melhor preparados. O contrato era ancorado na lealdade mútua. A empresa dava segurança econômica e o funcionário "vestia a camisa".
Fui consultor numa média indústria. Os maiores obstáculos para a evolução da empresa no mercado eram os funcionários antigos - os mais leais (sic!). O diretor - um típico e incompetente herdeiro - dizia: “Fulano não nos abandonou durante as crises. Nós não podemos demiti-lo agora”. Pois é. O que o diretor não atinava é que o dito fulano só não abandonou o barco no passado simplesmente porque não havia barco para onde pudesse ir ou que o aceitasse. Já naquela época, ele era o padroeiro da incompetência, por isso permaneceu "bravamente" no barco que o acolhia - como sempre "na moita". Hoje, ele é um traste bem remunerado, à espera da aposentadoria. Nunca expôs uma ideia, jamais se esforçou a criar algo e, portanto, não evoluiu um palmo de seu estado de idiotia inicial perene.
Atualmente, a única segurança de emprego e valor do trabalho que ainda se mantém é a empregabilidade. O que vale, de fato, é a solução que o funcionário é capaz de realizar. São os resultados.
O profissional da Era do Conhecimento não é incentivado apenas por remuneração e benefícios. O que o move é o desafio, o treinamento constante, o uso das ferramentas mais modernas, a liberdade de atuação e o valor do seu conhecimento e participação.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473
A ideia do funcionário prospectar o mercado para saber se há empresas que pagariam mais e melhor pelo seu trabalho é boa. O problema existirá somente quando ele não estiver buscando um salário melhor, mas reconhecimento e recompensa. E é geralmente isso que ele busca.
Com raras exceções, o valor de uma remuneração salarial nem sempre é estabelecido em bases subjetivas, como muitos funcionários ainda imaginam.
O ponto é que, na qualidade de profissionais, todos nós somos comparáveis a um produto. O que é um produto? É uma solução que se propõe para resolver um problema ou satisfazer uma necessidade das pessoas. Um profissional também é assim. Ele é contratado e remunerado de acordo com a capacidade de resolver problemas. Quando o que ele sabe fazer é facilmente encontrado no mercado, o valor pago pela solução que ele efetua é baixo. Por outro lado, quando muitas empresas têm o problema para o qual só ele conhece a solução, o valor de sua remuneração será elevado.
No passado, "tempo de casa" e a impossibilidade de redução salarial eram fatores importantes na evolução dos salários. Isso criava um efeito desastroso: profissionais antigos acabavam ganhando mais do que os jovens, mesmo quando estes eram melhor preparados. O contrato era ancorado na lealdade mútua. A empresa dava segurança econômica e o funcionário "vestia a camisa".
Fui consultor numa média indústria. Os maiores obstáculos para a evolução da empresa no mercado eram os funcionários antigos - os mais leais (sic!). O diretor - um típico e incompetente herdeiro - dizia: “Fulano não nos abandonou durante as crises. Nós não podemos demiti-lo agora”. Pois é. O que o diretor não atinava é que o dito fulano só não abandonou o barco no passado simplesmente porque não havia barco para onde pudesse ir ou que o aceitasse. Já naquela época, ele era o padroeiro da incompetência, por isso permaneceu "bravamente" no barco que o acolhia - como sempre "na moita". Hoje, ele é um traste bem remunerado, à espera da aposentadoria. Nunca expôs uma ideia, jamais se esforçou a criar algo e, portanto, não evoluiu um palmo de seu estado de idiotia inicial perene.
Atualmente, a única segurança de emprego e valor do trabalho que ainda se mantém é a empregabilidade. O que vale, de fato, é a solução que o funcionário é capaz de realizar. São os resultados.
O profissional da Era do Conhecimento não é incentivado apenas por remuneração e benefícios. O que o move é o desafio, o treinamento constante, o uso das ferramentas mais modernas, a liberdade de atuação e o valor do seu conhecimento e participação.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473