9 de mai. de 2011

EMPRESA FAMILIAR: A LIÇÃO DAS LIÇÕES

Artigo publicado no jornal FOLHA DE LONDRINA, em 09/05/2011, na coluna ABRAHAM SHAPIRO, em Empregos e Concursos

ABRAHAM SHAPIRO

Qual é a sua prioridade na vida? Passar os dias correndo atrás dos negócios? Juntar patrimônio para a família? Você não está errado. Mas atente-se para algo importante contido nisso. Do contrário, todo o esforço que você hoje investe poderá converter-se em nada, brevemente.

Um homem trabalha como louco. Constrói uma empresa do nada. Cria uma marca. Faz dela um negócio muito lucrativo. Seus produtos chegam a lugares distantes.

Com ganhos crescentes ele junta bens e regalos de que só milionários desfrutam.

Seus filhos crescem confiantes na fortuna, enquanto o pai pensa: “Posso morrer sossegado, pois minha família estará segura”. Certo dia, isto, de fato, acontece.

Os filhos assumem os negócios. Até então, eles figuravam neste cenário como simples “dedos” de uma mão. Agora são subitamente promovidos à categoria de “cabeças”. Eles Deverão pensar e decidir a respeito de tudo. Porém, dedos pegam coisas; dedos não pensam.

Sob pressão, sem capacidade de julgamento coerente, eles serão empurrado a escolhas específicas sobre um assunto que desconhecem. Como não foram preparados para o certo, eles decidem através da emoção. O resultado disso? Rivalidade e inveja, somadas a más influências de agregados – cônjuges – e filhos apaixonados.

Os negócios, antes crescentes, agora estacionam. Em pouco tempo, começam a naufragar num mar de resultados desprezíveis que viram prejuízos galopantes.

Derrotados pelas perdas de mercado, os patetas são incapazes de mover-se pela paixão paterna. Falta-lhes valor. A saída que veem é desfazer-se do negócio principal – a galinha dos ovos de ouro. Eles o vendem a um concorrente, cujo prazer de encerrá-lo para sempre é paradisíaco. A horda de filhos tolos optará então por administrar bens. É mais cômodo e não exige massa encefálica. Preocupar-se por quê?

Acabam, assim, de enterrar o pouco que restava de seu patriarca: os ideais e os sonhos.

Depois de tanta bravura, o pai herói de antes se tornou o ícone da insignificância. Ganhou um mundo no passado, mas perde, no presente, a única vantagem que o faria memorável: transmitir visão e discernimento aos seus descendentes.

Se você me lê é porque está vivo, graças a Deus. Invista severamente na educação dos seus filhos. Faça-os conhecer a história e o valor de cada Real que você tenha conquistado. Guarde consigo esta máxima: “A fortuna nas mãos do insensato é como um colar de pérolas no pescoço de uma porca”.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473