Artigo publicado no jornal FOLHA DE LONDRINA, em 02/05/2011, na coluna ABRAHAM SHAPIRO, em Empregos e Concursos
ABRAHAM SHAPIRO
A Carla já está no terceiro casamento. O primeiro naufragou por que o marido era mandão. Depois namorou um rapaz e, cheia da expectativa de que daria certo, casou-se novamente. Meses depois, lá estava a moça dizendo que o dito cujo deixava a desejar. Mas a esperança é a última que morre. Por isso, ela partiu para um terceiro homem – “maravilhoso”, “o grande amor de sua vida”. Dois anos se passaram, e há poucos dias eu soube que o circo já está pegando fogo por lá. Cogitam numa separação. Outra.
Se tivessem perguntado, eu teria dito: “Não se casem”. Eu sabia que não dava certo. Como? É simples. Nada contra casamentos ou ex maridos. É que eu conheço a Carla. Ela é o problema! Não sabe conquistar. Não sabe fazer política de bom relacionamento. A todo momento quer mostrar que é ela quem manda. E quando isso se instala numa relação, vira escalada. Jamais entendeu que usando de bondade – e até de concessão – ela poria qualquer homem a seus pés. Eles mesmos optariam por tê-la no comando. Mas quando a incompetência se soma à arrogância e ao egoísmo, o que resulta são feridas, penas e delitos. Mantida esta conduta, ela acabará sem ninguém. Nem os filhos permanecerão junto dela.
Um sábio disse: “A cadeira ao lado das pessoas preocupadas em mostrar quem manda está sempre vazia. Ficam sós, quando não abandonadas”.
Em empresas este cenário desponta em circunstância similar. Daria um ótimo roteiro de filme trágico.
Cena 1: O gestor seleciona um funcionário e o contrata, movido pela fé de que será a solução de um problema. Após isto, em geral o processo estaciona. O gestor não dá treinamento, não determina objetivos, não apresenta padrões. O coitado do funcionário fica à solta, “sem pai nem mãe”, adivinhando a maior parte do que deve fazer - sem feedbacks - e, para piorar, trabalhando em clima de “apaga incêndio” por todo lado.
Cena 2: O gerentão aparece cobrando resultados impossíveis de se atingir. Decepcionado, desqualifica o funcionário. A relação se desgasta. O sujeito vai para a rua. (Não parece os divórcios da Carla?)
Cena 3: Começa uma nova seleção - nascida da boa e velha esperança de que “o próximo dará certo”. Aí eu surjo dizendo: “Não. Não dará! Querem acertar de uma vez por todas? Não mexam com o funcionário. Troquem este maldito gerente”.
Fecha o quadro.
Letreiro: The End!
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473
A Carla já está no terceiro casamento. O primeiro naufragou por que o marido era mandão. Depois namorou um rapaz e, cheia da expectativa de que daria certo, casou-se novamente. Meses depois, lá estava a moça dizendo que o dito cujo deixava a desejar. Mas a esperança é a última que morre. Por isso, ela partiu para um terceiro homem – “maravilhoso”, “o grande amor de sua vida”. Dois anos se passaram, e há poucos dias eu soube que o circo já está pegando fogo por lá. Cogitam numa separação. Outra.
Se tivessem perguntado, eu teria dito: “Não se casem”. Eu sabia que não dava certo. Como? É simples. Nada contra casamentos ou ex maridos. É que eu conheço a Carla. Ela é o problema! Não sabe conquistar. Não sabe fazer política de bom relacionamento. A todo momento quer mostrar que é ela quem manda. E quando isso se instala numa relação, vira escalada. Jamais entendeu que usando de bondade – e até de concessão – ela poria qualquer homem a seus pés. Eles mesmos optariam por tê-la no comando. Mas quando a incompetência se soma à arrogância e ao egoísmo, o que resulta são feridas, penas e delitos. Mantida esta conduta, ela acabará sem ninguém. Nem os filhos permanecerão junto dela.
Um sábio disse: “A cadeira ao lado das pessoas preocupadas em mostrar quem manda está sempre vazia. Ficam sós, quando não abandonadas”.
Em empresas este cenário desponta em circunstância similar. Daria um ótimo roteiro de filme trágico.
Cena 1: O gestor seleciona um funcionário e o contrata, movido pela fé de que será a solução de um problema. Após isto, em geral o processo estaciona. O gestor não dá treinamento, não determina objetivos, não apresenta padrões. O coitado do funcionário fica à solta, “sem pai nem mãe”, adivinhando a maior parte do que deve fazer - sem feedbacks - e, para piorar, trabalhando em clima de “apaga incêndio” por todo lado.
Cena 2: O gerentão aparece cobrando resultados impossíveis de se atingir. Decepcionado, desqualifica o funcionário. A relação se desgasta. O sujeito vai para a rua. (Não parece os divórcios da Carla?)
Cena 3: Começa uma nova seleção - nascida da boa e velha esperança de que “o próximo dará certo”. Aí eu surjo dizendo: “Não. Não dará! Querem acertar de uma vez por todas? Não mexam com o funcionário. Troquem este maldito gerente”.
Fecha o quadro.
Letreiro: The End!
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473