2 de fev. de 2011

DESAFIOS ATUAIS NA CONTRATAÇÃO DE MÃO DE OBRA

Eduardo Dias Vilas Boas

Neste início de ano, com as condições favoráveis para o crescimento, devemos estar atentos para o iminente apagão de mão de obra que atinge todo o país nos diversos seguimentos.

Na minha visão que está ligada diretamente com a liderança de chão de fábrica, posso perceber o desinteresse das pessoas e o choque entre as necessidades empresariais e os anseios de novos contratados.

Aqueles valores, com os quais fomos educados há trinta anos, tornaram-se lenda nesta década e estão esquecidos nos dias atuais. Naquela época, trabalhávamos por necessidades básicas, como alimentação, moradia, um mínimo de saúde e educação, e, ainda, pelo respeito e pela dignidade que o trabalho significava para nós. Hoje, vejo que isto pouco conta para os jovens trabalhadores. Nossos sucessores sabem que a comida está na geladeira, a roupa(da moda) está no armário, o controle da TV está sobre a estante. E, que tudo mais pode estar à distancia de um “clique”. Estudar é obrigatório, está no Estatuto, mas pode-se ficar “de boa”, porque o Google tem tudo, é só copiar e colar. O desafio de vencer se restringe à importância de novos games lançados a todo o momento. O planejamento para o futuro não pode passa de trinta dias. Tempo, aliás, demasiado longo, dada a velocidade das inovações tecnológicas.

Respeito? Nem aos pais. A televisão formou opiniões no momento em que os pais não tinham tempo. E a mãe adotiva, a babá, prega uma vida de ganho fácil, num mundo colorido e glamoroso, onde o mocinho sempre sofre e o bandido nem sempre se dá mal, vale tudo nas BBS, etc.

Não quero parecer retrógrado e nem mesmo generalizar, apenas acho que o assunto deve ser encarado, principalmente neste momento, em que programas sociais mal dimensionados competem com as empresas. Devemos pensar em como conduzir as novas gerações, com diferentes ideais e princípios, em prol de uma causa única.

É preciso pensar em novos atrativos para os que estão chegando ao mercado de trabalho, bem como, em mecanismos de valorização para os que estão na ativa, visando à manutenção da competitividade da empresa neste mercado globalizado, no qual competimos direta e indiretamente com os produtos de países, que nem sempre respeitam direitos trabalhistas e que não tem uma carga tributária vergonhosa como a nossa.

Já aprendemos com a reconstrução do mundo pós-guerra e com o êxodo industrial para países da Europa, Estados Unidos e Japão. Nesses casos houve mudanças drásticas na mão d obra. Cabe a nós descobrir como lidar com o nosso crescimento, num momento em que a população idosa é maioria.

Estes são, a meu ver, grandes desafios.
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Eduardo Dias Vilas Boas é um dos líderes de produção da Indústria de Móveis Belo, de Arapongas, Pr