ABRAHAM SHAPIRO
Deixe-me chamar sua atenção para uma constatação. Os negócios estão cada vez mais prementes. Haja saúde psicológica para suportar tanta pressão. Na pré-história fomos geneticamente determinados a suportar estresse. Mas isto se restringe a poucos minutos. Com um tigre à porta da caverna, nossos antepassados tinham suas funções cárdio-respiratórias e outros parâmetros vitais alterados somente pelo tempo necessário para que uma entre duas possibilidades se sucedessem: matar o bicho, ou ser devorado por ele. Isto levava de cinco a dez minutos, no máximo.
Hoje, o estresse imposto pela vida corporativa dura dias, quando não semanas inteiras.
Uma empresa de hoje compara-se a um labirinto de sentimentos de superioridade e inferioridade, intrigas, envolvimentos pessoais e muita ausência de objetividade.
Enquanto os gurus da gestão enfatizam as metas e os resultados finais do processo de produção, o que se vê na prática é amplamente diferente. Metas de gerência são estabelecidas mais para agradar a um determinado superior, suas manias e temores, em lugar de estimular a verdadeira produtividade ou a qualidade.
Tenho conhecimento de uma empresa familiar cuja decisão por abolir exigências de qualidade na linha de produção partia do próprio diretor presidente. Ele agia desta forma para prevalecer-se numa competição com outros diretores. Seus desequilíbrios emocionais eram evidentes. Eu o alertei a respeito e indiquei uma terapia a que ele submeteu-se temporariamente, sem continuidade. Suas psicopatologias estavam presentes em tudo. Para sentir-se o rei feudal de suas fantasias punha a empresa em risco proibitivo, chegando a perder posições de mercado conquistadas a duras penas pelo administrador anterior.
A consequência desta situação não podia ser outra, a saber, gerentes burlando programas e planejamentos com ótimas desculpas.
Isto é o que se vê a toda hora, em muitos lugares aparentemente bem sucedidos.
É preciso definitivamente entender que, assim como as pessoas trazem para dentro da empresa suas capacidades, habilidades e competências, no mesmo pacote também vêm suas neuroses, psicoses e outras mazelas que atuam nas decisões que tomam e, pior, no destino dos negócios e da vida de todas as pessoas com quem se relacionam e comandam internamente.
Você deseja que o corpo da sua empresa esteja saudável? Pois então cuide da parte que o comanda e é responsável pela saúde de todo ele. Sabe o que? A mente da empresa. A começar por você. E depois a de todos os demais.
Um indivíduo só é, de fato, são, quando sua mante é sã.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473
Deixe-me chamar sua atenção para uma constatação. Os negócios estão cada vez mais prementes. Haja saúde psicológica para suportar tanta pressão. Na pré-história fomos geneticamente determinados a suportar estresse. Mas isto se restringe a poucos minutos. Com um tigre à porta da caverna, nossos antepassados tinham suas funções cárdio-respiratórias e outros parâmetros vitais alterados somente pelo tempo necessário para que uma entre duas possibilidades se sucedessem: matar o bicho, ou ser devorado por ele. Isto levava de cinco a dez minutos, no máximo.
Hoje, o estresse imposto pela vida corporativa dura dias, quando não semanas inteiras.
Uma empresa de hoje compara-se a um labirinto de sentimentos de superioridade e inferioridade, intrigas, envolvimentos pessoais e muita ausência de objetividade.
Enquanto os gurus da gestão enfatizam as metas e os resultados finais do processo de produção, o que se vê na prática é amplamente diferente. Metas de gerência são estabelecidas mais para agradar a um determinado superior, suas manias e temores, em lugar de estimular a verdadeira produtividade ou a qualidade.
Tenho conhecimento de uma empresa familiar cuja decisão por abolir exigências de qualidade na linha de produção partia do próprio diretor presidente. Ele agia desta forma para prevalecer-se numa competição com outros diretores. Seus desequilíbrios emocionais eram evidentes. Eu o alertei a respeito e indiquei uma terapia a que ele submeteu-se temporariamente, sem continuidade. Suas psicopatologias estavam presentes em tudo. Para sentir-se o rei feudal de suas fantasias punha a empresa em risco proibitivo, chegando a perder posições de mercado conquistadas a duras penas pelo administrador anterior.
A consequência desta situação não podia ser outra, a saber, gerentes burlando programas e planejamentos com ótimas desculpas.
Isto é o que se vê a toda hora, em muitos lugares aparentemente bem sucedidos.
É preciso definitivamente entender que, assim como as pessoas trazem para dentro da empresa suas capacidades, habilidades e competências, no mesmo pacote também vêm suas neuroses, psicoses e outras mazelas que atuam nas decisões que tomam e, pior, no destino dos negócios e da vida de todas as pessoas com quem se relacionam e comandam internamente.
Você deseja que o corpo da sua empresa esteja saudável? Pois então cuide da parte que o comanda e é responsável pela saúde de todo ele. Sabe o que? A mente da empresa. A começar por você. E depois a de todos os demais.
Um indivíduo só é, de fato, são, quando sua mante é sã.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473