13 de jan. de 2008

A HISTÓRIA DO JOGADOR DE ESTRELAS


Para realizar grandes obras,
nós devemos não apenas agir,
nas também sonhar;
não apenas planejar,
mas também acreditar.
. ...............- Anatole France



Há uma história inspirada numa obra de Loren Eiseley. Eiseley era uma pessoa muito especial porque combinava o melhor de dois ramos da inteligência humana: ele era cientista e poeta, e sob estas duas perspectivas ele escreveu obras profundas e atraentes sobre o nosso mundo e o nosso papel dentro dele.


Era uma vez um homem muito sábio – bem parecido com o próprio Eiseley – que costumava ir à praia para escrever. Ele tinha o costume de caminhar sobre a praia antes de começar a trabalhar.

Um dia, ele estava passeando pela areia. Ao olhar mais adiante, viu um vulto humano que parecia estar dançando.

Ele sorriu ao pensar em alguém que dançasse o dia todo. Então apertou o passo para alcançá-lo. Quando chegou mais perto, viu que se tratava de um rapaz e que não estava dançando, mas se abaixando, pegando algo na areia e cuidadosamente atirando ao oceano. Quando chegou mais perto, gritou:

- Bom dia. O que você está fazendo?

O jovem parou, olhou para ele e respondeu:

- Jogando estrelas-do-mar no oceano.

Eu acho que em seguida deve ter perguntado:

- Por que está jogando estrelas-do-mar no oceano?

- O sol está a pino e a maré está baixando. Se eu não jogá-las lá, elas vão morrer.

- Mas, meu caro, você não percebe que há milhas e milhas de praia e estrelas-do-mar em todas elas? É impossível você fazer alguma diferença.

O jovem escutou atentamente. Então se curvou, pegou mais uma estrela do mar, correu, jogou-a no mar e, quando retornou, sorriu e disse:

- Fez diferença para esta aí.

Sua resposta surpreendeu o homem. Ele ficou confuso. Não sabia o que responder. E assim, ele virou as costas e voltou para casa para começar a escrever.

O dia inteiro, enquanto escrevia, a imagem do rapaz ficou em sua mente. Ele tentou ignorá-la, mas a visão persistia.

Finalmente, ao cair da noite, ele percebeu que ele – o cientista – ele – o poeta – havia deixado passar a natureza básica da atividade do jovem. Foi quando ele percebeu que o que o jovem fazia era uma opção por não apenas ser um observador no universo e vê-lo passar, pois ele optara por agir neste universo e fazer a diferença. Ele ficou envergonhado. E, naquela noite, foi se deitar preocupado.

Ao raiar da manhã, ele acordou sabendo que devia fazer alguma coisa. Então se levantou, vestiu suas roupas, foi à praia e encontrou o jovem. E junto com ele, passou toda a manhã jogando estrelas-do-mar no oceano.



Percebe o que os atos daquele jovem representa? Há, uma coisa muito especial em cada um de nós.

Todos nós fomos dotados da capacidade de fazer alguma diferença. E se pudermos, como aquele rapaz, nos conscientizar deste dom, conquistaremos, através da força de nossas visões, o poder de mudar o futuro. Este é o seu desafio. Também o meu desafio.

Cada um precisa achar a sua estrela-do-mar. E se jogarmos nossas estrelas sabiamente bem, não tenho dúvidas de que o século XXI será um "lugar maravilhoso".

Lembre-se: Uma visão sem ação não passa de um sonho. Ação sem uma visão é só um passatempo. Uma visão com ação pode mudar o mundo.