22 de jan. de 2011

MAIORIA VAI INVESTIR PARA ATENDER AS CLASSES C E D

"Os pequenos empresários sabem que o crescimento da economia será mantido com necessidade de investimentos e contratações"

Claudio Belli/Valor

Mesmo com a previsão de queda nas vendas e nos lucros no primeiro trimestre de 2011, os pequenos empresários pretendem investir e contratar novos funcionários. É o que mostram os números do Índice de Confiança do Empresário de Pequenos e Médios Negócios no Brasil (IC-PMN), desenvolvido pelo Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), em parceria com o Banco Santander.




"O pequeno empresário sabe que ele ganha mais dinheiro no último trimestre do ano. Também tem a percepção de que as vendas serão mais fracas no começo de 2011, quando o momento deve ser aproveitado para o balanço do ano anterior e planejamento dos investimentos a serem feitos no negócio", explica o superintendente do segmento de pequenas e médias empresas do Santander, César Fischer.

Diante deste cenário, o indicador IC-PMN, referente ao desempenho da economia em geral , mostrou leve queda do otimismo do empresário para o primeiro trimestre de 2011. Atingiu 74,6 pontos, número inferior ao índice do quarto trimestre de 2010, avaliado em 75,5 pontos.

A pontuação que indica a expectativa dos empresários em relação ao faturamento e lucro do primeiro trimestre de 2011 é inferior à do trimestre anterior. No que diz respeito ao faturamento, a pontuação baixou de 79,8 para 78,0. Já a expectativa de lucro para os três primeiros meses de 2011 foi reduzida para 76,6 pontos.
Houve melhora em relação às perspectivas de contratação de novos funcionários e investimentos. A primeira subiu de 70,6 pontos no último trimestre de 2010 para 70,7 pontos para o próximo trimestre. Já a expectativa de investimento do pequeno e médio empresário brasileiro subiu de 72,6 pontos para 74,0 pontos entre janeiro de março de 2011.

"Mesmo que as vendas diminuam no início de 2011, os pequenos empresários sabem que o crescimento da economia será mantido com necessidade de investimentos e contratações", avalia o professor do Insper, José Luiz Rossi, integrante da equipe que desenvolve o índice.

A pesquisa feita pelo Insper e pelo Santander ouviu 1,2 mil pequenos empresários das cinco regiões do país de três ramos de atividade (comércio, serviços e indústria). Mais da metade dos entrevistados (56%) disse que pretende fazer mudanças no próprio negócio para ampliar o atendimento às classes C e D, cuja renda aumentou nos últimos anos.

Nas respostas relativas ao avanço das classes emergentes, os empresários disseram que pretendem desenvolver novos produtos (29%), mudar sua estratégia de marketing (28%) ou adotar novas políticas de pagamentos (25%). Apenas 18% dos entrevistados buscarão novos locais de atuação para o atendimento das faixas C e D.

Na avaliação de César Fischer, a mudança do padrão de exigência dos consumidores preocupa 29% dos ouvidos, que pensam em lançar produtos, alterar embalagens e rótulos visando uma comunicação mais efetiva esse público.

Em relação aos meios de pagamento, 25% dos entrevistados revelaram saber que precisam adotar políticas mais atrativas para as classes C e D, cuja tradição é utilizar dinheiro ou carnês.
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