13 de jan. de 2011

EXECUTIVOS E O COMPORTAMENTO ABUSADO

ABRAHAM SHAPIRO

O mundo corporativo julga as pessoas com base nos resultados que elas apresentam. Contratamos pessoas para gerar valor, nós as promovemos pelo valor que geram e temos expectativa de que elas melhorem cada ano.

Mas esquecemos de algo importante. Como fica o comportamento delas por trás dos resultados? O que elas fazem para consegui-los? Será que as atitudes de alguns de seus executivos podem estar comprometendo o futuro da sua empresa? Sim, isto pode estar acontecendo, independentemente dos resultados no curto prazo.

São muitos os comportamentos problemáticos entre executivos aparentemente bem-sucedidos. Um dos mais sérios é quando se tornam "abusados", o que em inglês se chama "bullying". Este desvio apresenta alguns sinais. Alguns são estes:

- eles assumem o crédito pelas idéias dos subordinados,

- abusam das pessoas, humilham funcionários em público,

- falam das pessoas pelas costas

- e mandam outros fazerem seu "trabalho sujo".

Contudo, a questão é: por que tantas empresas toleram executivos com estas caractarísticas?

Antes de tudo, porque acreditam que eles dão resultado, pelo menos no curto prazo. Executivos abusados geralmente apresentam bons números, e, por isso, é difícil se livrar deles. O problema é que estes resultados escondem fraquezas sérias, como desconfiança em relação aos funcionários, grande necessidade de controle, baixa quociente de Inteligência Emocional e incapacidade de trazer à tona o melhor que as pessoas têm.

No longo prazo, estes pontos fracos sugam a energia e a motivação dos funcionários, reduzindo sua capacidade deles atingirem metas.

Fique atento aos sinais de comportamento abusado. Saiba que quando você começar a suspeitar de que eles existem, você provavelmente  estará certo.

1. Comece observando o comportamento dos subordinados desse executivo. Procure saber quanto eles apreciam trabalhar para esta pessoa.

2. Crie um novo parâmetro, que você pode chamar de "Métrica de Pessoas". Inclua critérios como número de faltas dos subordinados, pedidos de transferência de departamento e rotatividade.

3. Ofereça ajuda para que este executivo mude. Alguns até merecem ser ajudados. Se for o caso, contrate um coaching, mas com uma condição: deixe claro que existe um problema e que é preciso mudar. Se você for explícito e torná-lo responsável por sua própria mudança, então ficará evidente  que esta mudança não é apenas uma opção, mas a única.

4. Caso o seu executivo abusado resista a todo o tipo de ajuda, demita-o. Não há saída. Quem está com a cabeça a prêmio e além de não melhorar continua atrapalhando os outros deve ser sumariamente removido da equipe.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473