22 de out. de 2008

CRISE ECONÔMICA - SÓ UMA DICA!

ABRAHAM SHAPIRO

Uma coluna da Revista Exame desta última quinzena, assinada por J.R Guzzo, declara a respeito da crise econômica mundial e dos quase US$ 3 trilhões já injetados:

“Os valores, em si, não chegam a impressionar. O que são meros 5 bilhões ou 10 bilhões de dólares hoje em dia? Nada. Nem os 700 bilhões que o governo dos Estados Unidos pretende enterrar no seu hospital de emergência financeira parecem o fim do mundo - as Forças Armadas americanas, por exemplo, têm um orçamento anual equivalente a isso, e ninguém acha nada demais. O que realmente assusta, mais do que os montantes em dinheiro, é a comprovação de que a desordem se espalhou para muito além do que seria razoável supor - e, com ela, vem a desconfiança.

Hoje em dia os bancos relutam em fazer negócios entre si, pois um não acredita na contabilidade do outro - mesmo porque, em muitos casos, não acredita nem na própria.

Os governos europeus, embora falem de "trabalho em equipe", também desconfiam uns dos outros; a Alemanha, por exemplo, não quer colocar dinheiro num fundo comum de socorro, pois não sabe como, e com quem, ele será gasto. O público não tem fé nem nos bancos nem nos governos - motivo que levou países como a Irlanda e a própria Alemanha a dar garantia integral aos depositantes, a arma mais forte de que dispõem para combater uma corrida da população aos caixas.

A falta de confiança começa a transbordar, agora, para dentro das empresas, onde está, realmente, o ativo que mais importa em qualquer economia: os empregos. Se elas forem pela mesma trilha dos bancos, o mundo ainda vai sentir saudade da crise como ela é hoje”.


Quem tem um nome de confiança e depende de forte apelo comercial frente a uma concorrência confusa, não linear e assimétrica, precisa usá-lo como ativo, especialmente num momento delicado como este por que estamos passando.

A oportunidade está em explorar maciçamente a confiança inspirada pela força da marca. Isto deve ser veito de modo intenso e inequívoco. Um dos meios para se conseguir isto é agregar o termo "confiança" imediatamente ao verbal de todos os canais de marketing da empresa – da indústria ao consumidor final.

É claro que isto é apenas o que há de aparente. Existem os fatores ocultos, os que deverão dar sustentação ao discurso. Primeiro: muito cuidado será preciso ter em otimizar a organização das estruturas de produção, qualidade, distribuição, comunicação, marketing & vendas e atendimento, vez que, num momento de incertezas tão elevadas, o processo decisório dos clientes irá dedicar maior cuidado em escolher fornecedores segundo critérios claros. Não há dúvida de que ficarão somente os que apresentarem as melhores condições de garantir: confiança, organização, pontualidade, qualidade, atendimento superior, tradição, flexibilidade, etc. Os fornecedores alternativos - os “meia-bocas”, oportunistas e paraquedistas de última hora - que não têm nada mais a oferecer senão preço, vão desaparecer. Por quê? Simples. Não inspiram confiança.

Resumo: acabou o tempo do blá, blá, blá das propagandas e afirmativas vazias. A estratégia do momento se fundamenta em efetividade. O comportamento típico será: “vamos-ver-se-realmente-sabem-fazer-o-negócio-acontecer-como-dizem”, portanto: confiança!

É só uma dica!
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Abraham Shapiro é consultor e coach. Suas principais atuações são junto de líderes empresariais e times de vendas. Contato: shapiro@shapiro.com.br