28 de out. de 2013

INTELIGÊNCIA x TOLICE

Artigo publicado no jornal FOLHA DE LONDRINA, em 28 de Outubro de 2013, na coluna ABRAHAM SHAPIRO, em Empregos e Concursos.


ABRAHAM SHAPIRO


Quantas empresas riquíssimas quebraram por conta de vícios. Quantas por tolices. O Matarazzo é um exemplo de potência familiar que acabou.
Mas e as que se sustentam com inteligência? O Grupo Votorantin segue firme e forte.
Diferenças importantes entre elas: o grupo Matarazzo teve um sucessor imposto. No Votorantin há  um sucessor negociado, estudado, preparado com experiência e provado.
Moral da história: "A decisão da primeira geração reflete frontalmente nas gerações futuras".
De uma vez por todas é preciso entender que o problema da sucessão é essencialmente psicológico, e não jurídico ou tributário. E a solução deste problema começa em discutir com a família e sócios quem poderá assumir o comando da empresa quando o atual dirigente não estiver mais presente.
Pode parecer tétrico, mas morrer é uma arte! Qualquer empresário precisa saber planejar - até sua morte. Planejar a sucessão não significa aposentar a geração que trabalha, mas organizar mecanismos de convivência.
Existem empresas familiares com três gerações atuando: avô, filhos e netos. Os pais mandam os filhos para estudar no exterior. Com isso, eles mesmos  viram um “sanduíche”.  Como? O avô não larga o controle da empresa. O neto já tem 30, 35 anos. Quando o avô morre, é o neto quem assume,  e não seu pai, que já terá por volta de 60 anos. Este é o sanduíche: pai amassado pelo por seu pai e seu filho.
Um empreendedor verdadeiro tem de entender o projeto dos filhos já que ninguém resolve a sucessão da empresa aos 60 ou 70 anos de idade. E os filhos só podem assumir se tiverem vocação.
Ele deve entender que há filhos que querem, mas não podem. E filhos que podem, mas não querem –  gostariam de ser médicos ou músicos, por exemplo. Se o pai é um empreendedor, ele deve preparar o filho, mesmo que ele esteja fora do negócio da família. E se esta possibilidade não existir, o papel do pai será dar ao menos uma canoa para o filho enfrentar o dilúvio.
A experiência mostra que não adianta insistir em casos de contrariedade ou adversidades.
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Abraham Shapiro é consultor e coach. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é "simplicidade". Autor do livro "Torta de Chocolate não Mata a Fome - Inspirações para a Vida, o Trabalho e os Relacionamentos". E-mail: shapiro@shapiro.com.br Fone: 43. 8814.1473