ABRAHAM SHAPIRO
Na tentativa de ser um bom chefe, muitos buscam ampliar a rede de contatos através de subordinados. No meu dia a dia, convivo com gerentes e diretores de todo tipo, e posso revelar sem infringir qualquer norma ética que a mais angustiante das tarefas é formar uma equipe ideal. E a dúvida mais recorrente é o que fazer para ser um bom líder e atrair a veneração ou a admiração dos subordinados.
Talvez devêssemos iniciar a análise desta situação por uma pergunta. Será que esta imagem de “ser bom líder” é factível? Existe mesmo? "Bom líder" parece muito subjetivo. E sendo assim, não haverá jamais um consenso a respeito. A começar do fato de que a sabedoria convencional diz que: para os chefes, "ser bom significa ser duro, justo e eficaz, e mesmo assim, ser amado". Já para os subordinados, "um bom chefe é alguém próximo, amigo e leal, e mesmo assim, eficaz e produtivo".
Pois bem. O que fazer, então?
É o bom senso que responde. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Melhor é não ser nem muito duro nem muito amigo. Um bom chefe é aquele que sabe escolher os melhores parceiros profissionais. Não vejo as pessoas muito preocupadas em estudar esta ciência e em praticá-la com eficácia. Parece que contam, mesmo, é com a sorte.
E para piorar, uma coisa comum no mundo corporativo é a confusão entre pessoal e profissional. As pessoas se acham em família, querem ser amigas, melhorar o tal do "clima", a camaradagem entre as pessoas. Isto é uma necessidade característica de carência afetiva. Não tenho nada contra, desde que não atrapalhe as escolhas, as decisões, a ordem e, muito menos, a busca dos objetivos da organização. Carência afetiva é um péssimo parceiro profissional. Quando o que se busca é ser "amado incondicionalmente", melhor é ter um fiel e meigo cachorro.
É importante entender que empresa não é lugar de amizade, mas de coleguismo. Colegas é que trabalham em função de um ideal comum. A amizade pressupõe cumplicidade incondicional - um veneno mortal.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473
Na tentativa de ser um bom chefe, muitos buscam ampliar a rede de contatos através de subordinados. No meu dia a dia, convivo com gerentes e diretores de todo tipo, e posso revelar sem infringir qualquer norma ética que a mais angustiante das tarefas é formar uma equipe ideal. E a dúvida mais recorrente é o que fazer para ser um bom líder e atrair a veneração ou a admiração dos subordinados.
Talvez devêssemos iniciar a análise desta situação por uma pergunta. Será que esta imagem de “ser bom líder” é factível? Existe mesmo? "Bom líder" parece muito subjetivo. E sendo assim, não haverá jamais um consenso a respeito. A começar do fato de que a sabedoria convencional diz que: para os chefes, "ser bom significa ser duro, justo e eficaz, e mesmo assim, ser amado". Já para os subordinados, "um bom chefe é alguém próximo, amigo e leal, e mesmo assim, eficaz e produtivo".
Pois bem. O que fazer, então?
É o bom senso que responde. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Melhor é não ser nem muito duro nem muito amigo. Um bom chefe é aquele que sabe escolher os melhores parceiros profissionais. Não vejo as pessoas muito preocupadas em estudar esta ciência e em praticá-la com eficácia. Parece que contam, mesmo, é com a sorte.
E para piorar, uma coisa comum no mundo corporativo é a confusão entre pessoal e profissional. As pessoas se acham em família, querem ser amigas, melhorar o tal do "clima", a camaradagem entre as pessoas. Isto é uma necessidade característica de carência afetiva. Não tenho nada contra, desde que não atrapalhe as escolhas, as decisões, a ordem e, muito menos, a busca dos objetivos da organização. Carência afetiva é um péssimo parceiro profissional. Quando o que se busca é ser "amado incondicionalmente", melhor é ter um fiel e meigo cachorro.
É importante entender que empresa não é lugar de amizade, mas de coleguismo. Colegas é que trabalham em função de um ideal comum. A amizade pressupõe cumplicidade incondicional - um veneno mortal.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473