13 de set. de 2010

CAÇADOR OU FAZENDEIRO?

ABRAHAM SHAPIRO

As vendas se tornaram muito complexas hoje em dia. Para que eu possa lhe vender algo, preciso entender quem você é, seu negócio, suas necessidades e muitas outras coisas com que, até há pouco tempo, vendedor algum se preocupava. Enquanto isso – para complicar a vida dos profissionais de venda –, os clientes gostam de estabelecer e preservar uma relação com a mesma pessoa que os atende. Assim, se eu encaminhar o negócio para alguém menos graduado que eu ou que tenha condições inferiores de exposição e de esclarecimento sobre o produto ou serviço que minha empresa vende, o cliente poderá se sentir ofendido e a comunicação tende a sucumbir.

O especialista em vendas Neil Rackham diz que “a melhor maneira de proteger um negócio não é tratá-lo como uma lavoura – como faz o fazendeiro -, mas ‘ir atrás’ das coisas, como um caçador”. E eu digo: todos nós temos de ser caçadores. Vou provar por que penso assim.

Há uma indústria que produz bens específicos para o segmento corporativo. Seus produtos são comercializados no atacado - para lojistas de todo o país -, e também no varejo – através de lojas próprias. Estas lojas têm vendedores internos e externos. Os vendedores internos atendem os clientes que chegam até eles. Os externos precisam percorrer uma rota delimitada por uma área geográfica pré-estabelecida em busca de negócios.

Aparentemente, os vendedores internos teriam de ficar à espera de clientes, como fazendeiros que plantam e aguardam a colheita. Mas há um engano aí. Tanto os vendedores externos como os internos podem atuar como “caçadores”. Eles podem - e devem - ir em busca de clientes. Podem estabelecer contato com potenciais interessados.

O único problema são aqueles vendedores que já pensaram em atuar como caçadores, mas ainda usam armas da idade da pedra em vez de telefone, e-mail, boca a boca, e outras ferramentas baratas e eficazes disponíveis. Mas lamentavelmente há algo pior do que isso. São os que pensam saber tudo, porém, dependem de que a empresa invista maciçamente em comunicação e propaganda para que atinjam suas metas.

É como diz o ditado: "Um dia é da caça, o outro é do caçador". Dependendo da inteligência, do interesse e das armas, todos os dias serão da caça!

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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473