7 de jun. de 2010

DEZ TÓPICOS PARA VIVER E TRABALHAR SEM CULPA

Artigo publicado no JL - Jornal de Londrina, em 07/06/2010, na coluna Profissão Atitude.

ABRAHAM SHAPIRO

1. Culpa nos negócios! Culpa na vida! “Livre-se da culpa”, dizem. É quase um clichê. Sério demais. É preciso lembrar sempre. Quem ainda não sabe, não viu nem telenovela. Nem gibi.

2. Na empresa, quem ri quando tudo deu errado, é que já descobriu em quem pôr a culpa. E diz: “A culpa é minha! Jogo-a em quem eu quiser”. Ter alguém a quem culpar é cruel. Culpar-se e assumir que tudo deu errado devido aos próprios atos ou decisões é mais aterrador.

3. A culpa proporciona a pior de todas as perspectivas. Empurra-nos para o mundo das comparações. Começamos a achar que o mundo inteiro é bom e nós imprestáveis. Será?

4. De quem é a culpa da culpa? Dizem que 100% do que somos e vivemos é fruto de nossas escolhas. Livre arbítrio. Não acredito que seja 100%. Existe um D-us. Logo, há fatos determinísticos. E “quando D-us quer, até uma vassoura dá tiros”. Todos têm percepção disto em algum nível. No entanto, se não 100%, bem próximo disto é resultante das nossas opções e atitudes. Pense, então, como estaríamos hoje se ao longo da vida nossas opções fossem por compaixão, tolerância, empatia, compreensão... Talvez aceitássemos mais os outros. Nosso autovalor seria maior. Mas fizemos escolhas irrefletidas, impetuosas. E erramos. Um dos efeitos possíveis é a culpa. Se permitirmos.

5. Para que serve a culpa? Tudo tem uma utilidade. A culpa também tem. Eu sei o que de pior ela faz às pessoas. Sabe o que? Põe a autoestima para baixo, bem para baixo. É o que consegue quem rumina culpa em seu interior.

6. Ao invés de culpa, que tal a pergunta: “O que tenho a aprender com isso?”

7. Ao invés de culpa, que tal assumir outros pontos de vista fora daquele habitual e viciado? Que tal ver a situação desde a ótica da neutralidade? Um observador imparcial vê mais amplo. E pode analisar bem. Sob o prisma da culpa, pode-se ver de tudo, exceto esperança.

8. Ao invés de culpa, que tal arrependimento?

9. Manhã de domingo. Saio para comprar o jornal. Chego à banca. Cadê os R$ 20,00 que eu levava? Meto a mão no bolso. Furado! Tenho duas alternativas. Primeira: sentir culpa. Volto para casa praguejando, chuto, choro, xingo, lamento. Perdi vinte reais... e um domingo. Segunda alternativa: analisar, entender, e depois agir. Pego linha e agulha. Costuro o bolso. Não há mais buraco. Não perco outro dinheiro.

10. Arrependimento é o reconhecimento realístico de um prejuízo. O efeito é positivo. Quem, de fato, se arrepende vê que erros são caros demais para serem repetidos. Por isso os supera. Arrependimento é a consciência da oportunidade perdida. Depois, é rearranjar as condições e esforçar-se para não errar de novo. Há uma meta. Há uma nova expectativa. Seja de vida. Seja de negócio.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473