20 de jun. de 2014

GERENTE OU CAPATAZ? AS DIFERENÇAS

ABRAHAM SHAPIRO


O que é um capataz? É um funcionário contratado para administrar ou organizar uma fazenda. É o chefe de um grupo de encarregados de trabalhos braçais na qualidade de administrador de uma propriedade rural ou alguém que ganha a confiança do chefe para atuar como subchefe naquela área.
O capataz não é propriamente um gerente. Ele pode até desempenhar algumas funções gerenciais de modo parcial, porém, não plenamente, pois, o gerenciamento em si compete na capacitação e prática de quatro diferentes prerrogativas, que são:
- Planejar,
- Organizar,
- Dirigir – ou liderar – e
- Controlar.
Um indivíduo – mesmo capacitado – que se restringe a desempenhar apenas uma destas prerrogativas, não é um gerente. Talvez fosse um capataz.
Ele poderá ter uma equipe sob seu cuidado, ou um cliente especial para acompanhamento, ou uma área de atuação de vendedores para controle, ou algumas operações logísticas a checar etc. Porém, a menos que exerça aqueles quatro papéis de modo coordenado e devidamente integrado às necessidades da organização ele poderá até ter um contrato assinado como gerente, mas não o é de fato.
Estou sendo enfático por razão de que já vi inúmeros bons profissionais tornarem-se desprezíveis ao serem promovidos a gerentes. Nem todo bom operacional será gestor.  O gerenciamento não é um carro que se engate a marcha e o conduz pisando nos pedais certos. Talvez seja um veículo sem marchas, sem direção, nem rodas ou pneus, e sem motor... que é preciso fazer rodar sobre longas, íngremes e pedregosas estradas.
Tive a curiosidade de entrevistar um empresário que, apesar de nenhuma formação acadêmica, é um homem de esplêndido sucesso. Perguntei-lhe como ele distingue, na prática, o capataz de sua fazenda dos gerentes das empresas que ele comanda. Ele respondeu da seguinte forma:
“Meu capataz toma conta, inspeciona e tem olhos para tudo na minha propriedade. Ele se levanta todos os dias para proteger o patrimônio que confiei a ele. Os meus gerentes não fazem isso. Eles fazem planos, se organizam e buscam oportunidades. Eles procuram melhorar os negócios e superar a estabilidade que já atingiram ontem ou anteontem. Quando eles as encontram, então vêm a mim e propõem um modo de ‘abocanhá-las’.  Se eles não forem arrojados em ajudar a empresa crescer e desenvolver, para mim não servem nem para capataz”.
Acho que não é preciso dizer nada mais. Mesmo porque não se deve falar após uma pessoa mais sábia que você.​
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Abraham Shapiro é consultor e coach. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é "simplicidade". É autor do livro "Torta de Chocolate não Mata a Fome". E-mail: shapiro@shapiro.com.br Fone: 43. 8814.1473