ABRAHAM SHAPIRO
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Na conversa com aquele velho amigo
meu, ele tocou num ponto que precisa ser conhecido por pessoas bem informadas
como você. Falamos sobre “o poder paralelo na empresa”. Ele estava lendo um livro no qual
uma interessante imagem era exposta e analisada.
Toda empresa tem um gráfico que
representa sua estrutura formal de organização. Como você sabe, é o
organograma.
Qualquer organograma serve para mostrar
como estão dispostas as unidades funcionais em termos da hierarquia e das
relações de comunicação entre estas.
Mas ocorre que, numa estrutura carente
de pessoas devidamente capacitadas e qualificadas para a administração de suas
várias áreas em vista de planejar, organizar, dirigir e controlar os processos
que resultarão na produtividade desejada, a empresa viverá um cenário complexo por
pura ausência de orientação. Os colaboradores não sabem claramente o que fazer,
como fazer e nem qual padrão de desempenho é esperado deles.
Em decorrência disso, eles se
agrupam – por conta própria – com o fim
de conseguir apoio uns nos outros já que não há suporte dos gestores e de hierarquias superiores.
Isto favorece o desenvolvimento de um poder paralelo que, na prática, funciona como
se passasse a existir outro organograma no qual os poderes são reais, e não imaginários
como aquele que a chefia instituiu e pretendeu fazer vigir.
Eu sei de muitas empresas que investem
no treinamento de seus funcionários. Elas estão preocupadas em melhorar seu
conhecimento técnico ou prático. Entretanto uma parte delas despreza duas diretrizes
fundamentais para que o sucesso organizacional destes treinamentos torne-se uma
realidade:
- A primeira é a capacitação dos seus gerentes, coordenadores, supervisores e outros cargos de gerência quanto ao gerenciamento, regras de relacionamento, comando e controle.
- E a segunda é de monitorar permanentemente as pessoas que ocupam tais cargos quanto a seu desempenho sobre as pessoas que administram. Perguntas como: “Elas estão alcançando a produtividade esperada?”; “Sabem criar e desenvolver bons relacionamentos entre os membros de seu grupo de trabalho?”; “Seus subordinados atuam segundo um organograma de poder paralelo?”; “Há uma métrica objetiva para medida do desempenho individual?”, e outras.
Não se iluda. Se a sua empresa não
tem métodos claros de avaliar situações como estas, pode crer que existe, sim,
um poder paralelo implantado. E como já disseram os sábios: “um reino dividido
tende fatalmente à ruína”.
Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é simplicidade. É autor do livro "Torta de Chocolate não Mata a Fome - Inspirações para a Vida, o Trabalho e os Relacionamentos", Editora nVersos, 2012. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473