12 de nov. de 2009

VENDEDOR MECÂNICO: CUIDADO EM TORNAR-SE UM

ABRAHAM SHAPIRO

Tive a oportunidade de acompanhar um músico concertista que tocava o violoncelo. Foram quinze concertos em várias capitais do país. Eu conhecia bem a partitura e o estilo de interpretação de meu professor. Estávamos na décima execução quando, apesar dos aplausos calorosos da platéia, eu senti que algo não saiu de acordo.

Quando retornávamos ao hotel, ele confidenciou-me que não podia concentrar-se. Estava tocando mecanicamente. Obedecia à música, mas interpretava-a superficialmente. Não estava tocando com o coração.

Essa qualidade espiritual é o que distingue o gênio do comum das pessoas, quer se trate de música, quer se trate da técnica de vender. Essas sutilezas de expressão, possíveis apenas graças à inteligência e à concentração do pensamento e da emoção, produzem efeitos assombrosos no ouvinte.

É preciso pensar na ideia que estamos exprimindo, sob pena de nos tornarmos mecânicos. O fato de a conversa do vendedor inoportuna ou preparada pouco importa, desde que seja uma conversa “animada”. Se para o próprio vendedor ela traduzir vida e alma, o mesmo traduzirá para o cliente.

Não use palavra ou frase cujo verdadeiro sentido você não conheça e sinta. As palavras são simples veículos para a transmissão de ideias ao entendimento do cliente. Se você compreende a ideia que cada palavra exprime, e lhe sente o significado, o cliente também a compreenderá e o sentirá.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473