24 de nov. de 2009

QUAL FUNCIONÁRIO MANDAR EMBORA?

ABRAHAM SHAPIRO

Há funcionários que devemos deixar ir embora? Quais? Os incompetentes. Mas é preciso ter parâmetros mensuráveis e objetivos de competência para se saber, primeiro, o que é competência, depois, quem é competente e, por simples inferência, os incompetentes. Não se trata de “achar” subjetivamente que este ou aquele deve ir-se. Lembre-se de incluir na lista aqueles que estão "dissonantes" em relação ao restante do quadro. Adicione, ainda, os desiludidos, os estagnados e os que não têm capacidade alguma de dar um sorriso. Ficou faltando só os que usam a criatividade apenas para encontrar o que há de negativo na empresa e, finalmente, os que não dão retorno a clientes e parceiros.

Deixe esta gente ir o mais rápido possível. É provável que quando você resolver dar aviso prévio a eles, já esteja três ou quatro meses atrasado.

Pois bem. E quais devemos manter? Os compenetentes, os comprometidos e os que se empenham em oferecer atendimento humano às pessoas com quem se relacionam internamente e, é óbvio, a todo o público externo. Estes são os “milagreiros” que fazem os resultados reais da empresa.

Há empresários achando que o ideal é não haver rotatividade de funcionários. Impossível! Assim como a ignorância, o turn over sempre estará entre nós.

Rotatividade zero não é realista e nem desejável, vez que gente nova traz consigo novas idéias, abordagens inéditas, capacidades e atitudes diferentes das do dia a dia. Isto impede a organização de estagnar, contudo, só ocorre se a empresa proporciona condições para os talentos se aflorarem. Simplesmente inserir gente nova aos padrões sufocantes e antiquados de uma organização retrógrada é morte garantida para bons e maus, eficientes e idiotas.

Certa vez, um gestor de RH falou-me algo sobre rotatividade que me chamou a atenção. Divido com você. Ele me disse: “Alguns funcionários desistem do trabalho e vão embora. Este não é o problema. Meu desafio concentra-se em descobrir quem são os que desistem e continuam”.

A sábia colocação deste RH mostra o lado ruim da rotatividade, que é o que acontece quando as pessoas erradas ficam e as certas é que se vão.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473