ABRAHAM SHAPIRO
“Percebi a minha incapacidade” é um ato
de nobreza, de coragem e decência. Lamentavelmente, é uma atitude reservada exclusiva
– e tão somente – a líderes verdadeiros, autênticos. Não está para gente
presunçosa e arrogante.
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Abraham Shapiro é consultor e coach. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é "simplicidade". É autor do livro "Torta de Chocolate não Mata a Fome". E-mail: shapiro@shapiro.com.br Fone: 43. 8814.1473
Em 2011, o então premiê do Japão,
Naoto Kan renunciou a seu cargo – o mais importante da nação. Sua declaração me
impressionou. Ele veio a público, e disse: “Percebi a minha incapacidade”.
Uau! “Percebi a minha incapacidade?”
Que negócio é esse?
Era fato que seu governo não
conseguiu evitar a crise na usina nuclear de Fukushima como consequência do
terremoto que atingiu a região daquele país. Mas foi um terremoto! Em qualquer
outro canto do planeta o governo apenas se declararia chocado, choraria com o
povo e tudo bem.
Não é óbvio alguém à cabeça do
governo de um país declarar “Eu percebi a minha incapacidade”. A popularidade de Naoto Kan havia caído muito
naquele momento. No entanto, o que chama
atenção em sua frase de despedida é o fato dela resultar de uma coerência quase
nula, hoje em dia, da parte de gestores em geral – sejam públicos ou privados.
Posso dizer que, em muitas empresas
que conheço, se o gestor declarasse “perceber sua incapacidade”, libertaria
fantasmas e demônios incalculáveis aprisionados nos recônditos mais obscuros de
seus espaços físicos. Isto soaria como melodia de esperança para todos os funcionários,
até então impedidos de realizarem seu real potencial profissional.
Você que me lê, saiba de uma
informação pouquíssimo divulgada. A maior parte – repito: a maior parte – dos
problemas que subsistem dentro das empresas – situações de não venda, perda de
fatias consideráveis de mercado, rotatividade elevada de funcionários, e outros
– deve-se muito mais à incompetência de
gestão do que a razões externas, mercadológicas ou macroeconômicas.
Lá está a teimosia ou a inépcia de
um gestor que se sente "senhor do Mundo" ou mais sábio do que o rei
Salomão.
Ah, se ele reconhecesse sua
incapacidade e se submetesse a um orientador, a um processo de coaching ou a
uma reciclagem de conceitos, quanto lucro não voltaria ao caixa da empresa!
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Abraham Shapiro é consultor e coach. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é "simplicidade". É autor do livro "Torta de Chocolate não Mata a Fome". E-mail: shapiro@shapiro.com.br Fone: 43. 8814.1473