ABRAHAM SHAPIRO
Está aí a razão porque empresas que
permitem aos consumidores experimentar um produto antes da compra ou
estabelecem programas de devolução de mercadorias conseguem sucesso nas vendas.
É que depois que sentimos o gostinho de possuir algo, dificilmente abriremos
mão de tê-lo.
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Abraham Shapiro é consultor e coach. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é "simplicidade". É autor do livro "Torta de Chocolate não Mata a Fome". E-mail: shapiro@shapiro.com.br Fone: 43. 8814.1473
A relatividade do dinheiro é
surpreendente.
Uma pessoa de classe média verá um
rico achar barato um objeto caro, e um pobre julgar caro algo reles.
Não é fácil entender isso.
Um cliente meu sentou-se junto ao
diretor de uma empresa para falar de negócios da ordem de 500 mil reais. De
repente, o diretor solicitou que se levantassem para desocupar a sala onde
estavam negociando porque deviam dar lugar a outra reunião.
Foi um choque! Meu cliente, agora
desapontado, pensava estar fazendo um negócio imenso, já que é difícil faturar
este montante em sua empresa. Mas acabou vendo que, para o homem do outro lado
da mesa, 500 mil não faziam nem para servir água e cafezinho... que dirá para
permanecer na sala luxuosa!
Este exemplo ilustra apenas uma das múltiplas
armadilhas mentais a que todos estamos sujeitos ao lidar com dinheiro.
Para começar, é ótimo saber que
sempre há uma dose de irracionalidade nas decisões financeiras. Raramente
escolhemos coisas em termos absolutos. Por isso, nós só conseguimos medir o
valor de uma coisa quando a comparamos com outros objetos.
Isto é o que nos faz entender porque
na vida de tanta gente dinheiro escorre pelo ralo. É que falta a eles noção de
quanto valor real tem o dinheiro que ganham. Eles não param a fim de fazer uma
comparação, ou talvez não tenham noção do esforço que fazem para ganhá-lo. Pior
ainda acontece com as pessoas que ganham dinheiro sem fazer esforço algum. Sim,
elas existem. Sei que não é você. Nem eu!
Quando há essa consciência de valor
pessoal do esforço, tendemos a ver com o mesmo critério de valor as coisas que
possuímos, ou seja, elas valerão mais para nós do que para outras pessoas.
Imagine um grupo de indivíduos numa
fila para comprar ingressos do jogo da decisão de um campeonato de futebol. Alguns
conseguem, e pagam R$ 100,00. Outros não
encontram mais lugar.
Quando se pergunta aos que não
conseguiram por quanto estariam dispostos a pagar por um ingresso, eles
respondem: “R$ 100!”. Mas se a mesma pergunta
for feita aos que conseguiram o bilhete, eles, decerto, responderão: “De R$
1800 a R$ 2000!” Eles estão simplesmente apaixonados por aquilo que conseguiram.
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Abraham Shapiro é consultor e coach. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é "simplicidade". É autor do livro "Torta de Chocolate não Mata a Fome". E-mail: shapiro@shapiro.com.br Fone: 43. 8814.1473