7 de mai. de 2014

SER CONSEQUENTE

ABRAHAM SHAPIRO

O sujeito chega ao motorneiro do bonde, nos idos da década de 1950, em São Paulo, e pergunta:
- "Posso fumar aqui?"
O motorneiro responde:
- "Claro que não. Veja o que está escrito nesta placa: ‘É proibido Fumar’"!
O rapaz, inocente, prossegue:
- "E essas bitucas de cigarro amassadas no chão?"
O motorneiro então devolve:
- "Elas são de quem não perguntou".

Querer cercar-se de toda segurança antes de tomar decisões é quase impossível. As pessoas que insistem nisso pesquisam, perguntam, vasculham, fuçam o que podem até encontrar uma brecha que justifique fazerem o que desejam ou precisam.
Naquele bonde estava visível os dizeres: “É proibido fumar”. O jovem, por sua vez, queria fumar apesar do aviso. A resposta do responsável: “Estas bitucas são de quem não perguntou”,  subentende a ideia de “Caso você queira fumar aqui, será por sua conta e risco, pois é proibido”.
Não há nada tão nítido e verdade quanto o fato de que toda decisão é por conta e risco de quem decide. E isso tem nome: “responsabilidade”. Traduzindo: é responder pelas consequências da decisão que se tomou.
Em qualquer empresa privada, ganha mais quem decide mais. Pessoas que decidem são valiosas em todos os âmbitos. Todavia, este valor encontra-se na ciência de decidir levando em conta os parâmetros corretos da questão envolvida na decisão. Decidir pensando nas regras vigentes, nas consequências presentes e futuras, no alcance dos resultados é o mínimo a dominar.
“Dar jeitinho” é fácil. Mas remendos e gambiarras estão completamente fora da verdadeira e autêntica “arte decidir”.
Há uma e uma só métrica pela qual o homem é verdadeiramente medido: pelos frutos de suas decisões.
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Abraham Shapiro é consultor e coach. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é "simplicidade". É autor do livro "Torta de Chocolate não Mata a Fome". E-mail: shapiro@shapiro.com.br Fone: 43. 8814.1473