23 de abr. de 2014

CLIENTES: O CASO DO YAHOO E DO GOOGLE

ABRAHAM SHAPIRO

O empresário que pensa ou deseja que o mundo inteiro seja seu cliente é presunçoso. Se você pensa assim, mude. Rápido!
Caso você não identifique o seu cliente principal sabe o que lhe acontecerá? Qualquer um vai logo saber que essa conversa de “foco no consumidor” é uma grande lorota. E, na realidade mais nua e crua, a sua empresa será qualquer coisa, exceto “focada no cliente”.
Só está “focado no cliente” aquele que sabe quem é seu cliente principal e atua sobre ele com dedicação e esforço concentrado a fim de conhecê-lo, descobrir as razões porque ele compra e atendê-las objetivamente. 
Apresento a seguir o interessante caso do Yahoo – empresa de conteúdo e busca da Internet.

O Yahoo começou como um portal de internet de base muito ampla, apoiado por conteúdo editorial próprio. Contratou jornalistas para escrever artigos de entretenimento e criou seções como Yahoo Finanças, Yahoo Filmes e Yahoo Esportes. Para quê? Atrair usuários, é claro.
Com o tempo, porém, seus executivos começaram a diversificar aleatoriamente. Investiram recursos em redes sociais, produtos vários, mídia e publicidade. A partir daí, como acontece sempre que os investimentos são pulverizados, faltou recurso para o serviço de busca – que era o objetivo inicial.
Resultado?  O portal se tornou confuso e desorganizado.
Então, o Google enxergou a brecha que se abriu, e entrou em campo. Destinou a maior parte de seus recursos e prestígio a seus engenheiros e tecnólogos. Deu-lhes liberdade para inovar, tendo como alvo os usuários que apreciavam tecnologia. Seus técnicos, capacitados para a criação de novas ferramentas, tinham como meta construir a melhor tecnologia do mundo em mecanismo de buscas, mapas e outras oportunidades que surgiriam de acordo com as necessidades dos usuários.
Veja o que um modelo de negócios e uma proposta de valor focada podem fazer.
O Google ultrapassou o Yahoo rapidamente. E como esse mercado é dos mais competitivo, a situação do Yahoo se complicou. Até agora!

Conclusão: escolher estrategicamente quem é o seu cliente principal é um artifício que conceitua e define o seu negócio... do começo ao fim. E meus votos pessoais são de que jamais tenha fim, mas prospere!
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Abraham Shapiro é consultor e coach. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é "simplicidade". É autor do livro "Torta de Chocolate não Mata a Fome". E-mail: shapiro@shapiro.com.br Fone: 43. 8814.1473