4 de abr. de 2014

AS PALAVRAS E SEU MAU USO

ABRAHAM SHAPIRO

Recomendando sua equipe a ler determinado livro, o gerente referiu-se à obra da seguinte forma:
“O texto é muito bom. Talvez pareça um tanto piegas. Mas tenho certeza de que será útil e prático, desde que seus conceitos e ideias sejam postos em prática”.
Bonito conselho. A indução, porém, foi infeliz.
Tanto quanto desejou mostrar importância da leitura a seus subordinados, o gerente contrabalançou a sugestão de forma errada,  usando a expressão “um tanto piegas”.
Que erro foi este?
Piegas é um adjetivo que significa
  • sentimentalismo extremo,
  • característica de algo ou de alguém que é ridiculamente sentimental.
Também pode ser o atributo de alguém que se embaraça com pequenas coisas.
Isto não era, em hipótese alguma, a mínima característica daquele livro – indicado por consultores e líderes de peso no mundo dos negócios de todo o mundo.
Portanto, foi um erro de indução, ou de inspiração má.
Onde quero chegar?
Saber usar as palavras e calcular seus efeitos é tão importante quanto fazer o mesmo com as atitudes.
Alguém que age irrefletidamente e, por isso, se enquadra na baixa categoria do caráter humano chamada de “pessoas inconsequentes”, cometerá falha semelhante quando empregar palavras sem conhecer seu correto significado e emprego.
Eu aconselho o uso de um dicionário constantemente. Em qualquer dúvida, consulte-o. No google, cada vez que você digitar a palavra desconhecida seguida da expressão DEFINE, aparecerá seu significado como verbete de um dicionário. Simples e rápido.
Importante é entender que as palavras são como diamantes. Desde que medidas, pesadas e bem encadeadas, produz resultados valiosos, tal como uma gema bem lapidada.
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Abraham Shapiro é consultor e coach. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é "simplicidade". É autor do livro "Torta de Chocolate não Mata a Fome". E-mail: shapiro@shapiro.com.br Fone: 43. 8814.1473