Artigo publicado no jornal FOLHA DE LONDRINA, em 08 de julho de 2013, na coluna ABRAHAM SHAPIRO, em Empregos e Concursos.
ABRAHAM SHAPIRO
Conheci um nome
importante da pesquisa científica: Jean Henri Fabre – francês que concentrou um de seus trabalhos numa
espécie de lagarta que se alimenta de flores e folhas de árvores e se move em
procissão, isto é, com a cabeça de uma
colada à extremidade da outra, formando
uma fila. Por este motivo, elas recebem
o nome de “lagartas processionárias”.
Fabre realizou
uma experiência na qual induziu um grupo dessas lagartas a se movimentar de modo que a líder da fila
encontrasse a última em torno de um grande e perfeito círculo.
Ele pressupunha
que depois de algum tempo elas perceberiam o percurso vicioso em que estavam,
ficariam cansadas da marcha inútil e sairiam da rota para uma nova direção. Uma
porção de comida foi colocada ao lado do círculo de movimento, em plena vista das
lagartas de forma que, para comer, elas precisariam sair do círculo. Mas isto
não aconteceu. Por instinto ou por hábito, elas continuaram andando continuamente
e se arrastando noite e dia. Permaneceram naquela rotina por uma semana inteira,
até morrerem.
Mais do que uma descoberta científica, a
experiência de Fabre tem um significado importante para o comportamento humano.
Você já deve ter concluído o pensamento.
Vivências passadas têm um poderoso domínio sobre nós.
Elas podem gerar impulso e bravura – se foram um sucesso –, ou paralisação e
medo – quando malfadadas.
Pensando nisso,
quanta gente não estará vivendo a vida como uma lagarta processionária?
Que vantagem há
em viver movido pelo hábito ou pelo instinto? Quantas coisas fazemos seguindo
nossos desejos sem nenhum raciocínio, julgamento ou questionamento.
Agir por agir?
Ser ou não ser
uma lagarta processionária depende primeiro de olhar para dentro de si e de
suas convicções, assumindo que você não está pronto ou definido e que não sabe
tudo. Você só conseguirá enxergar as oportunidades que estão à sua volta
mediante o esforço em julgar os pressupostos em que você acredita, e
questionar-se sobre a eterna tendência ao hábito que arrasta o homem ao
comodismo.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é simplicidade. É autor do livro "Torta de Chocolate não Mata a Fome - Inspirações para a Vida, o Trabalho e os Relacionamentos", Editora nVersos, 2012. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473