ABRAHAM SHAPIRO
A empresa nacional está ávida por mudanças no modo de operar negócios. É praticamente uma exigência para o seu enquadramento no cenário do desenvolvimento mundial. Muitas delas estão engatinhando nisso. Outras já obtêm algum resultado plausível. Mas há um enorme contingente longe disso.
Quais os maiores obstáculos? O principal: a mão de obra.
O trabalhador brasileiro é simples por natureza. Enfrenta as dificuldades eventuais na execução de suas tarefas profissionais e até procura produzir soluções que as facilitem, baseado em sua criatividade nata. O problema é que ele não se inclui inteiramente no desenvolvimento e implantação dos sistemas. Por exemplo: os programas de qualidade. As empresas visam implantá-los num determinado formato, porém a formação profissional de nosso trabalhador é baixa para que se insiram nele.
Visitei uma empresa que estava em festa por ter conquistado a certificação ISO. Pouco mais de dez minutos após eu ter chegado, já sabia que o evento celebrava a conquista de poucos alí. A maior parte dos funcionários é semi-alfabetizada. Caminhando pela linha de produção, constatei organização e limpeza. Mas os procedimentos que orientam o sistema em si estavam pendurados nas máquinas sem nenhuma evidência de serem consultados pelos operários. Eles não irão lê-los. Eles não lêem manuais de eletrodomésticos, nem revistas, e nem receitas de bolo ou bulas de remédios. Na verdade quase todos, senão todos, sabem ler, mas não compreendem o que leem.
Falta qualificação. Falta cultura. Gerar vagas de emprego pura e simplesmente não soluciona o problema – a menos que todas sejam de ajudantes gerais.
Se quisermos que aconteça algo efetivo, temos que transformar o território brasileiro em uma imensa sala de aula.
Tal como sonhamos que o Brasil aconteça no presente e no futuro será difícil por falta de investimentos maciços em educação. E sem educação, nada é consistente.
Quando o presidente Jânio Quadros deixou o poder, profetizou que, após seu governo e por muitas décadas, a indústria que mais progrediria no país seria a indústria de colchões. Hoje este cenário mudou muito. Mas o parque industrial brasileiro carece de um tipo de negócio que poderia fazer grande diferença. É a indústria de despertadores.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473
A empresa nacional está ávida por mudanças no modo de operar negócios. É praticamente uma exigência para o seu enquadramento no cenário do desenvolvimento mundial. Muitas delas estão engatinhando nisso. Outras já obtêm algum resultado plausível. Mas há um enorme contingente longe disso.
Quais os maiores obstáculos? O principal: a mão de obra.
O trabalhador brasileiro é simples por natureza. Enfrenta as dificuldades eventuais na execução de suas tarefas profissionais e até procura produzir soluções que as facilitem, baseado em sua criatividade nata. O problema é que ele não se inclui inteiramente no desenvolvimento e implantação dos sistemas. Por exemplo: os programas de qualidade. As empresas visam implantá-los num determinado formato, porém a formação profissional de nosso trabalhador é baixa para que se insiram nele.
Visitei uma empresa que estava em festa por ter conquistado a certificação ISO. Pouco mais de dez minutos após eu ter chegado, já sabia que o evento celebrava a conquista de poucos alí. A maior parte dos funcionários é semi-alfabetizada. Caminhando pela linha de produção, constatei organização e limpeza. Mas os procedimentos que orientam o sistema em si estavam pendurados nas máquinas sem nenhuma evidência de serem consultados pelos operários. Eles não irão lê-los. Eles não lêem manuais de eletrodomésticos, nem revistas, e nem receitas de bolo ou bulas de remédios. Na verdade quase todos, senão todos, sabem ler, mas não compreendem o que leem.
Falta qualificação. Falta cultura. Gerar vagas de emprego pura e simplesmente não soluciona o problema – a menos que todas sejam de ajudantes gerais.
Se quisermos que aconteça algo efetivo, temos que transformar o território brasileiro em uma imensa sala de aula.
Tal como sonhamos que o Brasil aconteça no presente e no futuro será difícil por falta de investimentos maciços em educação. E sem educação, nada é consistente.
Quando o presidente Jânio Quadros deixou o poder, profetizou que, após seu governo e por muitas décadas, a indústria que mais progrediria no país seria a indústria de colchões. Hoje este cenário mudou muito. Mas o parque industrial brasileiro carece de um tipo de negócio que poderia fazer grande diferença. É a indústria de despertadores.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473