ABRAHAM SHAPIRO
Era uma vez, Horácio, um comerciante perito em passar pessoas para trás. Ganancioso, ardiloso, porém, carismático no falar e vender. Enganava bem as pessoas fazendo-as vê-lo como generoso e justo. Ele as instruía através de comentários bondosos sobre seus atos. Dava livros aos funcionários e os lia em seções conjuntas para que pensassem que ele se preocupava com seu desenvolvimento profisisonal. Chegou a chamar suas seções de exibicionismo de escola profissional.
Sua natureza era interesseira e malvada. Prejudicava familiares, criticava o próprio pai publicamente chamando-o de fracassado, lesava sócios e funcionários em acertos de contas e mostrava inveja incontida por quem alcançasse qualquer patamar de sucesso.
Quem o conhecia não lhe poupava maledicências. Inimigos dele eram gente de todos os segmentos, além dos consangüíneos, é claro. Mas por seu talento e magia pessoais enfeitiçava gerentes e colaboradores a ponto de fazê-los falsas testemunhas seus contra aqueles funcionários que o levassem aos tribunais por qualquer tipo de reclamação.
Certo dia, um de seus gerentes teve problemas de saúde. Por cumprir ao longo de anos pesadíssimas cargas horárias de trabalho os danos se diversificaram e agravaram. Um médico prescreveu-lhe medicamentos pesados. A situação complicava-se a cada dia até que, sem opção e já em estado de saúde bastante debilitado, o tal fulano foi obrigado a demitir-se da empresa.
Horácio o desmoralizou publicamente diante de clientes e colegas por esta opção. Desclassificou-o culpando-o pela queda nas vendas da empresa nos últimos meses de sua gerência.
É fácil imaginar como a história termina. Aquele gerente que, por vezes fôra um dos mentirosos em favor do Horácio nos tribunais era agora vítima do mesmo ardil. Seu acerto de contas foi uma traição miserável, uma vergonha. Por falta de provas documentais, foi-lhe quase impossível reclamar à justiça contra o imoral acerto imposto.
A lição que ficou foi dolorosa, porém, real e prática. O que fazemos contra os outros, nunca imaginamos que um dia também será contra nós. A lei da vida é severa em realação a isto. Cedo ou tarde a balança da justiça natural pesa bons e maus, e a recompensa ou punição chega.
Conselho? Vou colocar de modo irônico: fique do lado de quem passa outros para trás, e logo chegará a sua vez. E se assim não for, cuide-se mais ainda, pois você poderá estar sendo contado como cúmplice.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473
Era uma vez, Horácio, um comerciante perito em passar pessoas para trás. Ganancioso, ardiloso, porém, carismático no falar e vender. Enganava bem as pessoas fazendo-as vê-lo como generoso e justo. Ele as instruía através de comentários bondosos sobre seus atos. Dava livros aos funcionários e os lia em seções conjuntas para que pensassem que ele se preocupava com seu desenvolvimento profisisonal. Chegou a chamar suas seções de exibicionismo de escola profissional.
Sua natureza era interesseira e malvada. Prejudicava familiares, criticava o próprio pai publicamente chamando-o de fracassado, lesava sócios e funcionários em acertos de contas e mostrava inveja incontida por quem alcançasse qualquer patamar de sucesso.
Quem o conhecia não lhe poupava maledicências. Inimigos dele eram gente de todos os segmentos, além dos consangüíneos, é claro. Mas por seu talento e magia pessoais enfeitiçava gerentes e colaboradores a ponto de fazê-los falsas testemunhas seus contra aqueles funcionários que o levassem aos tribunais por qualquer tipo de reclamação.
Certo dia, um de seus gerentes teve problemas de saúde. Por cumprir ao longo de anos pesadíssimas cargas horárias de trabalho os danos se diversificaram e agravaram. Um médico prescreveu-lhe medicamentos pesados. A situação complicava-se a cada dia até que, sem opção e já em estado de saúde bastante debilitado, o tal fulano foi obrigado a demitir-se da empresa.
Horácio o desmoralizou publicamente diante de clientes e colegas por esta opção. Desclassificou-o culpando-o pela queda nas vendas da empresa nos últimos meses de sua gerência.
É fácil imaginar como a história termina. Aquele gerente que, por vezes fôra um dos mentirosos em favor do Horácio nos tribunais era agora vítima do mesmo ardil. Seu acerto de contas foi uma traição miserável, uma vergonha. Por falta de provas documentais, foi-lhe quase impossível reclamar à justiça contra o imoral acerto imposto.
A lição que ficou foi dolorosa, porém, real e prática. O que fazemos contra os outros, nunca imaginamos que um dia também será contra nós. A lei da vida é severa em realação a isto. Cedo ou tarde a balança da justiça natural pesa bons e maus, e a recompensa ou punição chega.
Conselho? Vou colocar de modo irônico: fique do lado de quem passa outros para trás, e logo chegará a sua vez. E se assim não for, cuide-se mais ainda, pois você poderá estar sendo contado como cúmplice.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473