22 de abr. de 2013

O COMPRADOR ARROGANTE

Artigo publicado no jornal FOLHA DE LONDRINA, em 22 de abril de 2013, na coluna ABRAHAM SHAPIRO, em Empregos e Concursos.


ABRAHAM SHAPIRO

Um jovem vendedor chegou à sala do gerente de compras de uma grande empresa e, após identificar-se, deu a ele seu cartão de visitas – como mandam as boas práticas do atendimento comercial.
O comprador, sujeito mal educado e que fazia questão de demonstrar a todos sua grosseria, respondeu dizendo que não iria atendê-lo e nem comprar produto algum. Sisudo e presunçoso, pegou o cartão do moço, rasgou-o e jogou no lixo.
Indignado com tal atitude, o rapaz não reteve seu protesto:
- “O senhor me desculpe” – disse –  “mas não posso admitir que me trate desta forma. Muito menos que se desfaça do meu cartão, que custou dinheiro e foi-me dado pela representada a que presto serviços”.
Teimoso e insistente em sua postura dominadora, o comprador tira uma nota de dez reais de sua carteira e a dá ao vendedor, esclarecendo que não seria por tão pequena quantia que voltaria atrás em sua decisão.
O jovem então guarda a nota de R$ 10 reais, em seguida, surpreendentemente, mete a mão no bolso do paletó, tira um punhado de cartões, conta nove deles e os entrega ao comprador tirano, dizendo:
- “Aqui está o seu troco”.
Então vira as costas e vai-se embora!
Ouvi essa história de meu amigo Rudiney Bezerra. Como gerente nacional de vendas de uma grande empresa que é minha cliente, ele conhece casos de todos os tipos sobre as agruras porque passam vendedores nas mãos de compradores arrogantes.
Por mais espantoso que pareça, grandes e pequenas empresas vivem situações muito próximas desta trágica história. Sim! Desafortunadamente!
Se você quiser minimizar o orgulho e a arrogância dos relacionamentos interpessoais e os  prejuízos que eles causam à sua  empresa, comece eliminando o autoritarismo e o paternalismo que talvez você pratique.
As duas características de que gestor algum necessita para chegar à excelenência são: "ser bonzinho" e "ser durão". Nem uma coisa, nem outra. Ser correto e justo, isto sim. Como se faz? Respeitando as pessoas, sua dignidade, seus direitos e sua honra de seres humanos.
Exigir? Você pode exigir, sim. Porém, com bons modos. E se além disso você oferecer ajuda e orientação para quem necessita, terá tudo o que deseja, na hora que quiser.
Apóie as pessoas da sua equipe e mais do que a boa vontade delas, você terá dedicação e engajamento. Do que você precisa mais?
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é simplicidade. É autor do livro "Torta de Chocolate não Mata a Fome - Inspirações para a Vida, o Trabalho e os Relacionamentos", Editora nVersos, 2012. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473