16 de jul. de 2012

SINAIS DO RECONHECIMENTO

Artigo publicado no jornal FOLHA DE LONDRINA, em 16/07/2012, na coluna ABRAHAM SHAPIRO, em Empregos e Concursos.

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ABRAHAM SHAPIRO













Perguntei ao funcionário de uma loja, após ter-me dito que suas vendas melhoraram muito este mês, se a proprietária havia reconhecido seus resultados. Ele respondeu: “E qual seria a reação dela se tivesse reconhecido?”
É preciso dizer mais alguma coisa?
Aquele funcionário e todos seus colegas nunca receberam um elogio. Eu conheço a patroa. Apesar de boazinha, dócil e sorridente –  ao melhor padrão das religiões que pregam estes sinais como santidade –  ela é incapaz de reconhecer um ato de qualquer pessoa. E mais, ela nunca se capacitou para ter um negócio. O pior é que ela pensa saber lidar com pessoas. A incompetência ali é tamanha que quando sua empresa consegue alcançar resultados positivos, é mero acaso.
O que é reconhecimento? É gratidão. É recompensa. É uma palavra elogiosa. É um ato de saudação por uma atitude certa.
Além do contrato trabalhista entre o empregador e o funcionário, existe também um contrato psicológico não expresso. O primeiro busca garantias para a empresa de que terá resultados. O segundo alimenta a esperança do funcionário de que terá reconhecimento.
Para o colaborador, além de vantagens concretas – como dinheiro –, há ganhos em prestígio que podem se tornar decisivos ao seu desempenho, às suas promoções e ao seu autodesenvolvimento.
Pergunte a três gestores se eles consideram importante reconhecer o valor criado por sua equipe. Você ouvirá os três respondendo afirmativamente. Coloque, em seguida, essas afirmações à prova e você descobrirá o imenso descompasso entre palavras e ações. Inclua aí a dona daquela loja.
E tem mais uma observação. Reconhecer alguém uma ou duas vezes por ano, de nada adianta. Segundo pesquisa da norteamericana Gallup Organization,  de Washington,  a motivação e o engajamento dos funcionários são bastante afetados pela freqüência com que são reconhecidos por seu trabalho.
Logo, um gestor que só valoriza números, nem números terá. Sabe por quê? Ele e todos os outros do planeta dependem de pessoas. 
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é simplicidade. É autor do livro "Torta de Chocolate não Mata a Fome - Inspirações para a Vida, o Trabalho e os Relacionamentos", Editora nVersos, 2012. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473