20 de dez. de 2010

HISTERIA E FANIQUITO NA EMPRESA

Artigo publicado no jornal FOLHA DE LONDRINA, em 20/12/2010, na coluna Profissão Atitude, em Empregos e Concursos

ABRAHAM SHAPIRO

Se não foi com você, com certeza já viu de perto um ataque de histeria. Não me refiro à histeria como doença psíquica, mas ao chilique ou faniquito mesmo.

Todo mundo já teve um momento de fricote na vida. Alguns, a uma hora atrás. Outros, durante a infância. Com a maioria, no entanto, umas palmadas no traseiro resolveram a questão.

Difícil é aguentar a histeria de um chefe, de um colega de trabalho ou de qualquer outro na empresa. Histeria está em toda parte. Para muitos ela chega a ser uma ferramenta de gestão, uma habilidade de liderança ou recurso de comunicação corporativa. Lamentavelmente.

Como ocorre? Geralmente quando a pessoa esgota sua lógica – o que, no caso dos histéricos leva apenas alguns segundos. Manifesta-se na forma de explosão verbal, chantagem emocional ou outro comportamento que resulte em liquidar o dia de qualquer filho de D-us.

As razões da histeria são profundas e obscuras. Insegurança e imaturidade estão entre elas.

Se você não tem chiliques, mas convive com quem os tem, aprender a lidar com estes indivíduos pode ser definitivo para o seu bem-estar. E é mais fácil do que imagina.

Regra básica: “Não entre no jogo”. Ignore. Olhe. Escute. Porém, não se manifeste – pelo menos de início. O histérico quer briga. Seus motivos não têm pé, nem cabeça. O objetivo é fazer o outro perder a razão. Que este não seja você. Entrar na dele requer que se grite muito, pois é um jogo que só ganha quem alcança os timbres vocais mais altos. Além disso, quando um não quer, dois não brigam.

O xeque-mate no histérico se dá ao dizer: “Não acredito que uma pessoa inteligente como você perca o equilíbrio emocional a este ponto”. Outras duas ou três variações sobre a mesma frase talvez sejam necessárias para ajudá-lo a voltar ao mundo e ver as coisas desde outra perspectiva.

A tática seguinte é: assim que a calma vier, mesmo que você tenha entendido completamente o que ele disse durante o showzinho que acaba de dar, esclareça os mínimos detalhes da questão. Traduza tudo para o "seu idioma” fazendo a sua própria interpretação dos fatos. Por exemplo: “Pelo que eu entendi você está dizendo que…”. Puxe as situações abordadas para o seu ponto de vista. E a partir de então, discuta com vagar, voz baixa e decência.

Estas são algumas dicas práticas. Usando-as, você evitará problemas graves de saúde e integridade física em seus relacionamentos.

Espero tê-lo(a) mantido calmo(a). Se não, controle-se, por favor. Não lhe cairá bem um faniquito após ler minha coluna semanal.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473