25 de ago. de 2009

REFORÇOS

ABRAHAM SHAPIRO

Há várias maneiras de reconhecer o trabalho das pessoas. Pode-se pagar um salário melhor, promovê-las de cargo. Mas estes são apenas dois caminhos. O que precisamos saber é o que faz de alguém um vencedor ou um perdedor. Há uma resposta. É a auto-estima, a sensação de estar bem consigo próprio.

E o que determina a minha auto-estima? O tipo de “reforço” que eu receber.

Vamos analisar o significado da palavra “reforço”, ou como se diz em inglês "stroke". Esta é uma expressão amplamente usada em psicologia e significa qualquer tipo de atenção recebida. Se alguém disser “gosto de você”, este é um reforço positivo. Se disser “você está errado”, é um reforço negativo. Ainda há a possibilidade de não lhe darem atenção nenhuma. Neste caso, estaremos diante do que chamamos de “reforço zero” – aliás, a pior situação de todas.

A auto-estima é a consequência do “saldo dos reforços e reconhecimentos” que acumulamos intermente - mais ou menos como uma conta bancária que criamos em nosso cérebro.

Podemos receber reforços positivos de várias formas. Mas, é importante entender que quando nossas necessidades básicas são atendidas – como alimentação, roupas, saúde e segurança –, passamos a nos preocupar muito mais com a nossa autorealização e, consequentemente, desejamos mais intensamente que a nossa vida tenha um significado e um objetivo. Queremos nos sentir importantes e, se o trabalho que estivermos realizando for reconhecido saberemos assim que ele é importante e faz diferença no contexto ao qual ele pertence.

Pessoas que recebem poucos reforços passam a inventar maneiras esquisitas de consegui-los. Começam a buscar o status de uma casa maior, ou um automóvel novo, ou podem acorrer para vícios como bebida, trabalho em excesso ou até drogas. Elas agem deste modo por que é importante apresentar “provas” aos outros de que estão “bem”.

Se compreendermos tais comportamentos, poderemos criar um ambiente de trabalho em que será evitada a situação de “reforço zero”, típica de muitas empresas em que os funcionários fazem um bom trabalho e não observam repercussão alguma. Fazem um mau trabalho e o silêncio é total. Não se dá atenção ao que fazem, seja o que for. E o pior é quando chega o final do ano e o chefe acha que trazer um palhaço qualquer para fazer uma palestra de motivação achando que é isso que funciona.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473