ABRAHAM SHAPIRO
Gerentes carecem de visão. Líderes, de visão, audição, razão e sentimentos.
Há, na Bíblia, o famoso episódio do bezerro de ouro. Esta é uma página triste da história do Povo Hebreu devido ao fato da idolatria. No entanto, é uma lição importante sobre liderança e, por isso, merece ser visitada especialmente para conhecimento das pessoas que se esforçam em busca de seu auto-aperfeiçoamento como líderes.
O texto apresentado abaixo consta na tradição oral Judaica, comunicada verbalmente de geração em geração até o século II da Era Comum quando, então, foi transcrita e passou a ser chamada basicamente de Talmud.
Neste episódio, Moisés encontra-se sobre o Monte Sinai, recebendo das mãos de D-us as Tábuas da Lei enquanto o povo, ao pé do monte, construía um bezerro de ouro e o servia em busca de ter diante de si um deus tangível, em contraste ao D-us Único e Invisível que herdara de seus antepassados. O diálogo entre Moisés e D-us é assim apresentado:
Disse D-us a Moisés, lá no alto:
- Vai, desce depressa, porque o teu povo está pecando.
- Não, Senhor do Universo – respondeu Moisés – não é este o meu povo, mas o Teu povo, que Tu tiraste da terra do Egito.
E D-us replicou:
- Mas eles se desviaram do caminho. Fizeram para si um bezerro de ouro!
- O bezerro pode servir-Te de auxiliar – retrucou Moisés. – Tu enviarás o vento e ele, as chuvas. Tu farás o sol brilhar e ele obrará o mesmo com a luz; Tu farás crescer as árvores e ele, o capim.
- Moisés – perguntou D-us – acreditas também tu em tal idiotice?
- Se é assim – respondeu Moisés – se tudo não passa de idiotice e não tem qualquer valor, por que estás tão zangado com Teu povo?
Aborrecido, D-us exclamou:
- Fora do céu! Fora com o teu convencimento! Toda a tua grandeza se devia ao povo e, sem ele, também nada vales.
Moisés ouviu tais palavras e decaiu-lhe o semblante. Não ousou mais falar. Ao escutar, porém, que D-us dizia: - Deixe-me e os destruirei – pensou consigo: “Se depender de mim, não o permitirei”. E Moisés se pôs a rezar e a implorar misericórdia por seu povo. Foi ter a todos os recantos do céu e bateu em todas as portas.
- Por que tanto o defendes? – perguntou D-us, tentando acalmá-lo; - destruí-los-ei e de ti farei surgir um grande povo, uma grande Nação.
- Senhor do Universo – disse Moisés – uma cadeira de três pés – alusão aos três Patriarcas que são a base do povo de Israel, Abraham, Isaac e Jacob – não consegue aplacar a tua ira. O que fará então uma cadeira de um único pé? E o que dirão meus pais? “Quem é este guia que pensou apenas no seu bem e não se preocupou com o povo que lhe coube conduzir?”
E Moisés acrescentou ainda:
- E o que dirão os povos das nações da terra a Teu respeito? “Conseguiste vencer apenas o Faraó, mas não tiveste força suficiente para resistir aos trinta e um reis de Canaã e por isso deixaste os judeus perecer”.
Ao que D-us respondeu:
- Cedo ao teu pedido. E agora as nações do mundo dirão: Feliz do discípulo a quem o mestre perdoa.
Esta é uma linda lição de como um líder deve se lembrar de sua condição de condutor e servidor. Se arrogante fosse Moisés, certamente teria visto nesta situação sua grande oportunidade de tornar-se pai de uma grande nação. Mas sua preferência ao defender o povo que conduzia e mostrar que sua fraqueza devia ser compreendida, primeiro, e depois trabalhada através de valores e princípios retificadores enterneceu o próprio D-us em sua ira.
Não é em vão que Moisés é considerado o homem mais humilde sobre a face da terra.
E quanto a você? O que teria feito nesta circunstância? Que decisão tomaria? Você é o tipo que busca salvar a própria pele? O que faz efetivamente em prol da continuidade e desenvolvimento da equipe que lhe foi confiada? O que tem feito de concreto por eles? Você serve ou exige serviço?
______________________
Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Tem resultados na interação entre as áreas de vendas e marketing. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473
Gerentes carecem de visão. Líderes, de visão, audição, razão e sentimentos.
Há, na Bíblia, o famoso episódio do bezerro de ouro. Esta é uma página triste da história do Povo Hebreu devido ao fato da idolatria. No entanto, é uma lição importante sobre liderança e, por isso, merece ser visitada especialmente para conhecimento das pessoas que se esforçam em busca de seu auto-aperfeiçoamento como líderes.
O texto apresentado abaixo consta na tradição oral Judaica, comunicada verbalmente de geração em geração até o século II da Era Comum quando, então, foi transcrita e passou a ser chamada basicamente de Talmud.
Neste episódio, Moisés encontra-se sobre o Monte Sinai, recebendo das mãos de D-us as Tábuas da Lei enquanto o povo, ao pé do monte, construía um bezerro de ouro e o servia em busca de ter diante de si um deus tangível, em contraste ao D-us Único e Invisível que herdara de seus antepassados. O diálogo entre Moisés e D-us é assim apresentado:
Disse D-us a Moisés, lá no alto:
- Vai, desce depressa, porque o teu povo está pecando.
- Não, Senhor do Universo – respondeu Moisés – não é este o meu povo, mas o Teu povo, que Tu tiraste da terra do Egito.
E D-us replicou:
- Mas eles se desviaram do caminho. Fizeram para si um bezerro de ouro!
- O bezerro pode servir-Te de auxiliar – retrucou Moisés. – Tu enviarás o vento e ele, as chuvas. Tu farás o sol brilhar e ele obrará o mesmo com a luz; Tu farás crescer as árvores e ele, o capim.
- Moisés – perguntou D-us – acreditas também tu em tal idiotice?
- Se é assim – respondeu Moisés – se tudo não passa de idiotice e não tem qualquer valor, por que estás tão zangado com Teu povo?
Aborrecido, D-us exclamou:
- Fora do céu! Fora com o teu convencimento! Toda a tua grandeza se devia ao povo e, sem ele, também nada vales.
Moisés ouviu tais palavras e decaiu-lhe o semblante. Não ousou mais falar. Ao escutar, porém, que D-us dizia: - Deixe-me e os destruirei – pensou consigo: “Se depender de mim, não o permitirei”. E Moisés se pôs a rezar e a implorar misericórdia por seu povo. Foi ter a todos os recantos do céu e bateu em todas as portas.
- Por que tanto o defendes? – perguntou D-us, tentando acalmá-lo; - destruí-los-ei e de ti farei surgir um grande povo, uma grande Nação.
- Senhor do Universo – disse Moisés – uma cadeira de três pés – alusão aos três Patriarcas que são a base do povo de Israel, Abraham, Isaac e Jacob – não consegue aplacar a tua ira. O que fará então uma cadeira de um único pé? E o que dirão meus pais? “Quem é este guia que pensou apenas no seu bem e não se preocupou com o povo que lhe coube conduzir?”
E Moisés acrescentou ainda:
- E o que dirão os povos das nações da terra a Teu respeito? “Conseguiste vencer apenas o Faraó, mas não tiveste força suficiente para resistir aos trinta e um reis de Canaã e por isso deixaste os judeus perecer”.
Ao que D-us respondeu:
- Cedo ao teu pedido. E agora as nações do mundo dirão: Feliz do discípulo a quem o mestre perdoa.
Esta é uma linda lição de como um líder deve se lembrar de sua condição de condutor e servidor. Se arrogante fosse Moisés, certamente teria visto nesta situação sua grande oportunidade de tornar-se pai de uma grande nação. Mas sua preferência ao defender o povo que conduzia e mostrar que sua fraqueza devia ser compreendida, primeiro, e depois trabalhada através de valores e princípios retificadores enterneceu o próprio D-us em sua ira.
Não é em vão que Moisés é considerado o homem mais humilde sobre a face da terra.
E quanto a você? O que teria feito nesta circunstância? Que decisão tomaria? Você é o tipo que busca salvar a própria pele? O que faz efetivamente em prol da continuidade e desenvolvimento da equipe que lhe foi confiada? O que tem feito de concreto por eles? Você serve ou exige serviço?
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Tem resultados na interação entre as áreas de vendas e marketing. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473