24 de set. de 2009

O CUSTO DA "VALA DA APATIA"

ABRAHAM SHAPIRO

Um profissional progride quando continuamente assimila novas idéias e as põe em prática. É um processo presente só em quem não se submete à acomodação. Exclusivo para quem o ritmo de autoaperfeiçoamento é contínuo, para os que caminham para frente.

O natural – tanto para pessoas como a empresas – é progredir em estágios que alternam desenvolvimento e estabilidade. Após cada período de progresso segue um tempo de pouca ou nenhuma variação. É quando a energia se acumula, surgem novas idéias e inicia uma nova etapa de desenvolvimento. E assim sucessivamente.

Acontece a algumas empresas e também a pessoas que a estabilidade se alonga tanto no tempo que se converte em repouso e perda da percepção. Nesse estado de imobilidade apática, outras empresas – ou pessoas – as ultrapassam. Um dos resultados é a perda da competitividade.

Estabilidade seguida de inércia é, quase sempre, o começo do fim. Evolução é vida.
Mas por que isto ocorre?

Os seres humanos – e também as empresas – muito cedo tendem a deixar de aprender. William James, um psicólogo norteamericano disse: “A maioria das pessoas nada mais aprendem depois dos trinta anos. Talvez porque após esta idade a maioria das pessoas já conhece os mistérios do sexo e obtém o alimento, o abrigo e as vestes de que necessita sem grandes esfoços ou trabalhar além do normal. A ambição diminui, mas como continuam vivendo tornam-se indiferentes ao desenvolvimento”.

De vez em quando é útil que alguma coisa perturbe o comodismo. Isso torna obrigatório ao indivíduo – e à organização – aprender algo de novo para quebrar o repouso. O que pode ser esta coisa? Uma crise? Ou, de um modo mais extremista, uma catástrofe? São exemplos de situações que podem recolocar o indivíduo adulto numa perspectiva de aprendizagem obrigatória, ou quando sair da vala da apatia não é opcional.

Há uma sabedoria que diz: “Enquanto você está verde, está crescendo”. Não vale para quem pensa saber tudo. Quem convenceu-se disso, já é fruto passado, começou a apodrecer.

O carvalho é um final admirável para esta reflexão. É árvore que mesmo alta e antiga continua lançando seus galhos. Aproveitar o alimento que o ar e a luz oferecem. Quem disto aprende e transforma em prática, se desenvolve – e assim vive. O contrário é a morte – caro demais!
______________________

Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473