9 de fev. de 2010

TRANSFORMAR EM VEZ DE APERFEIÇOAR

Tem gente bastante na ilusão de que inovar é lançar novas linhas de produtos. Se os serviços não atendem, novos produtos significam “engana-trouxas” aos olhos do cliente.


ABRAHAM SHAPIRO

Estou promovendo uma campanha para acabar com a mentalidade de departamento dentro das empresas – essa mentalidade que faz as pessoas pensarem que estando tudo ok com a sua parte, o resto é problema dos outros. Errado. É um barco com um rombo enorme no casco.

Se quisermos aperfeiçoar a eficiência e a eficácia da empresa, precisamos tratar o cerne da questão, ou seja: criar serviços profissionais em todos os setores – do projeto à expedição, da venda ao pós-venda. Desenvolver serviços agressivos, empreendedores, criativos, que considerem a satisfação do cliente e suas experiências.

Abaixo o uso do termo 'aperfeiçoar', em qualquer área. Não cabe aperfeiçoamento ao que já está condenado ou morto. Passemos a utilizar outra palavra em busca de uma nova atitude. A palavra é 'transformar'.

Os produtos continuam com problemas, os processos ineficazes, o cliente descabelado de tanto reclamar. O modelo de produção e de negócios atual carece de renascimento. Quem estará apto a levar adiante este processo? O cenário comprova a incompetência dos players atuais. Eles se especializaram em criar boas desculpas para somente manter seus empregos. Vamos trocá-los todos – do mais jovem ao mais velho.

Busquemos talentos audaciosos, destemidos, que desejem entrar para a história como agentes de mudanças reais. Aquele funcionário certinho e conservador, que fala as coisas que os diretores querem ouvir, está literalmente fora de contexto. Ele é um destruidor, pois, nada sabe sobre a batalha da concorrência. Nada entende sobre como os negócios são feitos, hoje. Sabe zero a respeito de clientes e pensa que qualidade são as diretrizes das certificações.

Tem muita gente achando que inovar é lançar novas linhas de produtos. Se os serviços não atendem, novos produtos significam “engana-trouxas” aos olhos do cliente. Eles comprarão, sim. Mas a preço de banana. Não pagarão quanto vale, pois, valor não corresponde somente a produto, mas a 'serviços mais produto'. Se não há serviços decentes, o resto é só uma parte... ruim - mesmo que envolva tecnologia.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473