ABRAHAM SHAPIRO
Planos estratégicos fracassam numa frequência incrível. Já vi muitos bem elaborados e cheios de detalhes realistas. Assim mesmo fracassaram. Por quê?
Antes, talvez devêssemos analisar as razões por que as organizações precisam de um planejamento. Qualquer estudante de administração saberá dizer. Primeiro: para garantir sua sobrevivência. Segundo: para criar e fortalecer vantagens competitivas. Terceiro: para obter retornos maiores que seus concorrentes.
Agora sim: por quê os planos estratégicos fracassam?
Ora. Um plano é como um mapa. E um mapa não é o território que ele representa. É preciso ter a habilidade de pô-lo em prática. E depois, de ter flexibilidade. Isso precisa ser dito, pois executivos planejadores são quase sempre rígidos demais. Demoram ou não conseguem transigir com as soluções exigidas pelas novas e atuais realidades dos negócios. Não reagem à altura do que se exige ou se espera.
Logo, a verdade mais impactante e incômoda sobre os planos é: "Planejar é uma coisa; realizar é outra". É a mesma distância entre ter intenção e agir. Quando se planeja tem-se a impressão - e o desejo - de que tudo dará certo. Mas aí, os vícios das pessoas e os da empresa tornam-se os obstáculos à sua concretização. Do que estou falando? Refiro-me aos "feudos" criados pelos diretores e gerentes, do pensamento bitolado, da falta de interesse no cliente e na qualidade... e de tudo aquilo que você conhece bem - porque está na sua e em quase todas as empresas do planeta. Vamos incluir nessa lista o despreparo dos colaboradores pela ausência de treinamentos - não só no chão de fábrica ou na administração, mas em toda a hierarquia. Geralmente só a cúpula sabe da estratégia. Os colaboradores não sabem de nada, e é precisamente por isso que não assumem sua parcela de responsabilidade individual na estratégia.
Como mudar este quadro? Falar - ou escrever - é fácil. Requer muito trabalho duro, suor. Talvez este espaço seja curto. Mas algo essencial é pontuar a necessidade de boas e intensas práticas em comunicação interna e treinamento do pessoal em cada ponto do plano que se deseja implantar. É isso!
Planos são importantes, sim. Mas quando primam pela beleza mais que pela utilidade praticidade, viram peças intocáveis e incompreensíveis. Não se sustentam. E a mais, quando nestes moldes, levam a empresa a lugar algum e custam um monte de dinheiro. Sem sabedoria e comprometimento não passarão de um mero desencargo de consciência dos que os promovem.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473
Planos estratégicos fracassam numa frequência incrível. Já vi muitos bem elaborados e cheios de detalhes realistas. Assim mesmo fracassaram. Por quê?
Antes, talvez devêssemos analisar as razões por que as organizações precisam de um planejamento. Qualquer estudante de administração saberá dizer. Primeiro: para garantir sua sobrevivência. Segundo: para criar e fortalecer vantagens competitivas. Terceiro: para obter retornos maiores que seus concorrentes.
Agora sim: por quê os planos estratégicos fracassam?
Ora. Um plano é como um mapa. E um mapa não é o território que ele representa. É preciso ter a habilidade de pô-lo em prática. E depois, de ter flexibilidade. Isso precisa ser dito, pois executivos planejadores são quase sempre rígidos demais. Demoram ou não conseguem transigir com as soluções exigidas pelas novas e atuais realidades dos negócios. Não reagem à altura do que se exige ou se espera.
Logo, a verdade mais impactante e incômoda sobre os planos é: "Planejar é uma coisa; realizar é outra". É a mesma distância entre ter intenção e agir. Quando se planeja tem-se a impressão - e o desejo - de que tudo dará certo. Mas aí, os vícios das pessoas e os da empresa tornam-se os obstáculos à sua concretização. Do que estou falando? Refiro-me aos "feudos" criados pelos diretores e gerentes, do pensamento bitolado, da falta de interesse no cliente e na qualidade... e de tudo aquilo que você conhece bem - porque está na sua e em quase todas as empresas do planeta. Vamos incluir nessa lista o despreparo dos colaboradores pela ausência de treinamentos - não só no chão de fábrica ou na administração, mas em toda a hierarquia. Geralmente só a cúpula sabe da estratégia. Os colaboradores não sabem de nada, e é precisamente por isso que não assumem sua parcela de responsabilidade individual na estratégia.
Como mudar este quadro? Falar - ou escrever - é fácil. Requer muito trabalho duro, suor. Talvez este espaço seja curto. Mas algo essencial é pontuar a necessidade de boas e intensas práticas em comunicação interna e treinamento do pessoal em cada ponto do plano que se deseja implantar. É isso!
Planos são importantes, sim. Mas quando primam pela beleza mais que pela utilidade praticidade, viram peças intocáveis e incompreensíveis. Não se sustentam. E a mais, quando nestes moldes, levam a empresa a lugar algum e custam um monte de dinheiro. Sem sabedoria e comprometimento não passarão de um mero desencargo de consciência dos que os promovem.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473