2 de ago. de 2011

MAUS HÁBITOS CORPORATIVOS

ABRAHAM SHAPIRO

Uma boa empresa, hoje, pode se definhar até sua futura autodestruição, mesmo que tudo pareça em perfeita ordem. Por quê? As causas mais frequentes são os maus hábitos. Parece muito com as pessoas. Ganham um pouco mais de dinheiro e passam a fumar mais, beber mais e a irem para a cama de madrugada.

Empresas também adquirem maus hábitos. E tal como  humanos, os maus hábitoscorporativos produzem enormes prejuízos.

Mas também podem ser evitados.

Subestimar a concorrência é um imenso mal. Aconteceu com as fábricas de veículos americanas que, não acreditando no poder dos carros japoneses, deixaram suas próprias concessionárias venderem Hondas, Nissans e Toyotas. Hoje, pagam caro pelo imenso poder de mercado dos orientais.

Prepotência é outro pecado. O prepotente é aquele que assume suposta superioridade. Seu desprezo aos outros é o núcleo de sua queda. Aconteceu com empresas da região: supermercados, casas noturnas, construtoras, imobiliárias, comércios e indústrias. O padrão é: primeiro conseguem um desempenho excepcional, e anos depois, são traídas por seu orgulho... e se espatifam na queda inevitável.

Complacência também faz mal. Complacente é o ser bom demais consigo mesmo, a ponto de se conformar com tudo. Veja a Kodak. Sua competência em tecnologia para máquinas fotográficas comuns tornou-se uma deficiência na era digital. A Kodak ainda luta com dificuldade para se adaptar ao novo mundo das fotografias digitais.

Grave isto: empresas são como pessoas no comportamento - ou aprendem a ser virtuosas, ou pagam  por seus erros. Ver a realidade e saber interpretá-la à luz do mercado e da satisfação do cliente é a base para não se perder em ações perniciosas. O problema é que, apesar de todos os exemplos memoráveis, o modo mais comum de agir é parecido com o episódio captado de uma entrevista de emprego com um certo candidato, em que o entrevistador lhe pergunta:

- “Quais os seus pontos fortes e fracos?”

- “Bom”, ele responde, “minha maior fraqueza, definitivamente é a minha relação com a realidade: o que é real e o que não é”.

- “Ok”, diz o entrevistador, “e os seus pontos fortes?”

O rapaz sorri, realizado, e então revela:

- “Meu ponto forte? Você vai gostar de saber." Levanta a cabeça, respira fundo e diz com voz de herói: "Eu sou o Batman!”
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473