21 de abr. de 2010

ORGULHO, ARROGÂNCIA E PROBLEMAS INEXPLICÁVEIS NA EMPRESA

ABRAHAM SHAPIRO

A Pricila Neves Diniz enviou-me por e-mail a bela ilustração a seguir, que veio ao encontro do tema  tratado nesta postagem.

O casal já não se falava há uns três dias. Lembrando que na manhã seguinte teria uma reunião muito cedo em seu escritório, o marido precisava levantar-se antes do horário costumeiro, e assim, resolveu pedir à mulher que o acordasse. Mas para não dar o braço a torcer, decidiu escrever sua necessidade num bilhete: “Acorde-me às 6 horas, amanhã, por favor”. O dia seguinte chegou, e o homem  levantou-se espontaneamente. Ao olhar para o relógio, quase teve uma síncope quando viu que já era   nove e meia.  “Que absurdo!" - disse ele para si. "Que falta de consideração! Ela não me acordou. Isto foi  pirraça, tenho certeza”. Nesse momento ele olha sobre  o seu criado mudo e lá está um papel  escrito: “São seis horas da manhã. Acorde e levante-se para não perder a sua reunião!”

Assustador, não? A que ponto chegam as ações humanas.

Por mais espantoso que pareça, grandes e pequenas empresas vivem climas muito próximos ao desta história trágica e emblemática. Sim. Ela não se confina a ambientes domésticos ou a relações conjugais apenas. Ela é a insígnia de muitos processos, em todo lugar.

Talvez você não saiba, mas na sua empresa, neste exato momento, coisas que deviam acontecer não estão. Por que? Por orgulho ou  arrogância de alguém  agindo contra alguém. Ou acontecer algo que não podia. Pelas mesmas razões. Um gerente prejudicando um diretor. Um vendedor recusando-se a fechar um pedido para que a meta do mês não seja atingida. Um engenheiro competindo com o responsável pela produção. Um estagiário introduzindo um vírus na rede de computadores. A recepcionista maltratando algum visitante ou um cliente ao telefone.  Descontando as situações de inépcia, pode apostar, a razão da maior parte destes desvios deve-se ao orgulho e à arrogância -  duas importantes e muito presentes causas. Nunca desprezíveis.

Elas estão aí, bem perto de você. Por ação de gente religiosa ou não. Por providência de profissionais ou amadores. Por planejamento de gente boa ou má. Todos podem ser dominados pelo orgulho ou arrogância. Você também, caso não se cuide assídua e conscientemente.

O ambiente de trabalho apoiador e os bons exemplos dos líderes têm influência bárbara sobre o controle destes dois males. Se você quiser minimizar a tendência das ações daninhas do orgulho e da arrogância sobre os relacionamentos interpessoais e eliminar poderosas chances de prejuízos inexplicáveis  ocorrerem a torto e a direito na sua  empresa, comece eliminando o autoritarismo e o paternalismo – estes dois pólos. As duas características de que um líder não necessita para exercer sua liderança são: "ser bonzinho" e "ser durão". Nem um,  nem outro. Todavia,  ser correto e justo, isto sim. Respeitar as pessoas e sua dignidade, seus direitos e sua honra como ser humano. Exigir, com bons modos. Oferecer ajuda e orientação para quem necessita. Treinar e desenvolver competências. Estabelecer regras claras e exeqüíveis, que comecem a ser cumpridas por ele, e depois pelos demais. São estes os vetores que direcionam a liderança eficaz numa organização de qualquer grandeza.

Exemplo! Em todo tempo,  lugar ou circunstância: a única alternativa viável.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473