3 de dez. de 2013

TEORIAS: PARA QUÊ SERVEM?

ABRAHAM SHAPIRO


Eu era pequeno ainda quando ouvia meus pais falarem, a boca pequena, da perseguição a conhecidos professores que acreditavam no comunismo como a solução a todos os problemas.
Não parafraseando o rei David em um de seus salmos,  fui moço e agora estou a caminho de ficar velho. Hoje vejo em todas mídias as pragas lançadas sobre o modelo de empresa familiar. Gurus de todas tribos exaltam com notável insistência à empresa não-familiar.
E eu penso comigo: “Mais radicalismo? Olhe aí o Schumpeter fazendo a cabeça de quem não sabe julgar”. Para o seu conhecimento, Joseph Alois Schumpeter foi um dos mais importantes economistas da primeira metade do século XX. Sua teoria é de que nas grandes corporações os indivíduos seriam substituídos pelo trabalho coletivo de especialistas.
Pois é. Primeiro foi Karl Marx, falando de um mundo ideal em que o comunismo era a solução. Depois  Schumpeter dizendo que a empresa ideal seria a não-familiar.
Calma lá, pessoal!
Ninguém pode afirmar absolutamente que eles estavam errados. Mas o tempo e a prática mostram que eles também não estavam certos. Rússia e Cuba são exemplos de falência.  China? Cede dia a dia ao capitalismo.
Enquanto isso, corporações gigantescas da América do Norte e Europa desafiam os fundamentalistas para quem a solução para os negócios familiares seja deixarem de ser o que são.
Não. Não é!
Resolver e equalizar a família? É mais do que necessário.
Educar e preparar sucessores para que vençam as etiquetas pejorativas do empresário familiar – ou seja, o pragmatismo beligerante, o imediatismo e a centralização burra –, não é só óbvio, como sábio. E incluem-se outros qualificativos odiáveis à lista: o nepotismo, o paternalismo e a síndrome de realeza.
Lembrem-se: a empresa moderna nasceu historicamente como negócio familiar. E por muito tempo famílias cederam seus nomes às empresas tornando-se, depois, mundialmente famosas.
Teorias radicais vão e vem. Por mais força que tenham, pouquíssimas vezes sobrevivem à passagem do mesmo século em que surgem.
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Abraham Shapiro é consultor e coach. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é "simplicidade". Autor do livro "Torta de Chocolate não Mata a Fome - Inspirações para a Vida, o Trabalho e os Relacionamentos". E-mail: shapiro@shapiro.com.br Fone: 43. 8814.1473