7 de nov. de 2011

PONTO DE RUPTURA

Artigo publicado no jornal FOLHA DE LONDRINA, em 07/11/2011, na coluna ABRAHAM SHAPIRO, em Empregos e Concursos

ABRAHAM SHAPIRO

Olhe para o mundo ao seu redor. O que você vê? Mentiras, drogas, violência, corrupção, traições de toda ordem. O fato da imoralidade e o rareamento geral da ética é uma coisa. Mas quando isto ganha a aprovação da sociedade, é outra completamente diferente. E perigosa.

Reverter tal situação é difícil. Na história da humanidade, cenários similares foram prenúncios de destruição e desgraças. Algo muito parecido está registrado na Bíblia, nos dias de Noé.

Na sociedade de hoje, as empresas e a mídia estão constantemente tentando ganhar a aceitação do público, seja em termos de moda, música, programas e ferramentas tecnológicas, ou na proposta de diferentes opções de estilos de vida.

O que me impressiona é observar como os pais de hoje estão, invariavelmente, espantados com o nível de permissividade que existe entre seus filhos, nível este muito próximo ou igual àquele com que os seus pais se espantaram na geração anterior. E, no entanto, continuam a empurrar os limites sem nenhuma consciência reativa cada vez para zonas mais movediças. Será que já não fomos longe demais?

Você pode tomar alguns minutos para notar os comportamentos negativos à sua volta, incluindo até aqueles aos quais você mesmo se atrai, como: a fofoca no ambiente de trabalho, um estilo provocante de se vestir, atitudes violentas aprendidas dos filmes de tevê, a promiscuidade etc. Diante desta constatação, pergunte-se: “Isto me incomoda? Faz-me sentir mal?”

A coisa mais perigosa que pode passar neste contexto é quando, em algum instante, nossa desculpa é: “Não há problema, afinal todo mundo faz isso”. Este julgamento é o câncer de nossa era: deixar passar o que é reprovável só porque a sociedade o aceita ou não o pune. Um exemplo? A maldita política brasileira ao velho e pernicioso “Eu voto no fulano porque ele rouba, mas faz”. Faz o que?

Eis aí o sinal de que chegamos a um ponto de rompimento – ou destruição.

No entanto, em vez disso, ainda temos tempo de optar por um recomeço, uma reengenharia – a iniciar em nós próprios.

É chegada a hora de um grande passo para a independência, a saber, identificar os itens de nossa “não adaptação”, e decidir que agora chega. Já tivemos o bastante. Já não queremos mais tomar parte nisso.

Se você pensa que não fará diferença alguma, apenas experimente.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473