14 de mar. de 2012

CENTRALIZAR OU DESCENTRALIZAR DECISÕES? É ESTA A QUESTÃO?

ABRAHAM SHAPIRO
A centralização das decisões não é um pecado corporativo.
Mas a falta de competência do gestor, sim.
A tomada de decisões em uma organização pode ser centralizada –  quando se concentra no topo hierárquico –  ou descentralizada – quando pressiona os níveis mais baixos da hierarquia.
Nos Estados Unidos e Canadá, a tendência nos últimos 30 anos tem sido a maior descentralização das organizações. Talvez por isso, o resto do mundo tenha desenvolvido uma percepção de que há maior valor na gestão descentralizada. É um erro, pois, isto não significa que devamos descentralizar como regra geral. Cada organização tem suas necessidades. Isto é que é determinante.
A notícia que eu trago hoje é que não existe pecado algum na gestão centralizada de decisões.
Mas há ressalvas a se considerar. E eu tomo a liberdade de pontuar algumas. Um gestor centralizador carece de alguns atributos e competências sem os quais a empresa estará gravemente comprometida.
Imagine um diretor que puxe para si a negociação de seus vendedores e compromete-se a analisar um dos orçamentos mais importantes a fim de emitir seu parecer. O tal documento dorme sobre sua mesa durante uma semana, vez que outras prioridades tomam seu tempo. Sabe o que acontecerá quando ele resolver dar atenção à situação? Não será mais necessário, pois a essas alturas, o negócio foi fechado com outro fornecedor e o cliente estará, inclusive, desapontado com a empresa e com o vendedor pela ausência de retorno. Não houve sequência em tempo hábil.
O que ocorre? Este diretor não tem agilidade. E, para piorar, parece que é desorganizado. Se tivesse estas duas competências, sua centralização seria sadia e traria ganhos para seus negócios. Mas ele é moroso e também bagunçado. O correto seria ele delegar esta função de análise de orçamentos a um gestor com autonomia para isso, ou seja, descentralizar o poder de decisão.
Como visto, a questão não é centralizar ou descentralizar. Mas antes, quem é a pessoa que pretende tomar as decisões? Ela está preparada? Tem visão? Tem conhecimento e discernimento?
Se estes pontos básicos não forem preenchidos afirmativamente, a empresa estará em maus lençóis... e centralizada nas mãos de um tonto pretencioso. O que pode ser pior?
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473