ABRAHAM SHAPIRO
Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473
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A centralização das decisões não é um pecado corporativo. Mas a falta de competência do gestor, sim. |
A tomada de decisões em uma
organização pode ser centralizada – quando
se concentra no topo hierárquico – ou
descentralizada – quando pressiona os níveis mais baixos da hierarquia.
Nos Estados Unidos e Canadá, a
tendência nos últimos 30 anos tem sido a maior descentralização das
organizações. Talvez por isso, o resto do mundo tenha desenvolvido uma percepção
de que há maior valor na gestão descentralizada. É um erro, pois, isto não
significa que devamos descentralizar como regra geral. Cada organização tem suas
necessidades. Isto é que é determinante.
A notícia que eu trago hoje é que não
existe pecado algum na gestão centralizada de decisões.
Mas há ressalvas a se considerar. E eu
tomo a liberdade de pontuar algumas. Um gestor centralizador carece de alguns
atributos e competências sem os quais a empresa estará gravemente comprometida.
Imagine um diretor que puxe para si a
negociação de seus vendedores e compromete-se a analisar um dos orçamentos mais
importantes a fim de emitir seu parecer. O tal documento dorme sobre sua mesa
durante uma semana, vez que outras prioridades tomam seu tempo. Sabe o que
acontecerá quando ele resolver dar atenção à situação? Não será mais
necessário, pois a essas alturas, o negócio foi fechado com outro fornecedor e o
cliente estará, inclusive, desapontado com a empresa e com o vendedor pela
ausência de retorno. Não houve sequência em tempo hábil.
O que ocorre? Este diretor não tem
agilidade. E, para piorar, parece que é desorganizado. Se tivesse estas duas competências,
sua centralização seria sadia e traria ganhos para seus negócios. Mas ele é
moroso e também bagunçado. O correto seria ele delegar esta função de análise
de orçamentos a um gestor com autonomia para isso, ou seja, descentralizar o
poder de decisão.
Como visto, a questão não é
centralizar ou descentralizar. Mas antes, quem é a pessoa que pretende tomar as
decisões? Ela está preparada? Tem visão? Tem conhecimento e discernimento?
Se estes pontos básicos não forem
preenchidos afirmativamente, a empresa estará em maus lençóis... e centralizada
nas mãos de um tonto pretencioso. O que pode ser pior?
______________________ Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473