ABRAHAM SHAPIRO
Profissionalização é o processo pelo qual uma organização familiar assume práticas administrativas mais racionais, modernas e menos personalizadas.
Muitas empresas familiares são uma verdadeira vitrine de egos. As pessoas, com diversos graus de parentesco, lutam o tempo todo para fazer prevalecer o seu ponto de vista. Quando a perda de mercado ou outros prejuízos colocam em risco sua continuidade, os familiares fazem uma trégua e, após algumas medidas de praxe – como um acordo de sócios, por exemplo – caminham em direção à profissionalização. Contratam dirigentes com prática que atuarão no meio da família com a missão de substituir formas arcaicas de trabalho por um modelo profissional.
Não é fácil profissionalizar. Não depende só de vontade ou decisão. Há que se submeter a um protocolo evolutivo e não apressado.
Foi por desobediência a estes princípios que uma empresa se colocou em dificuldades recentemente. Após os filhos afastarem o pai da administração e assumirem o comando, fizeram um Acordo de Sócios e começaram a atuar. Começaram, então, a perder significativa fatia de mercado por conta de mau atendimento, queda na qualidade e obcessão por vender mesmo sabendo que os clientes estavam crescentemente insatisfeitos. Foi quando o líder resolveu contratar executivos de grandes companhias. Ele acreditava em milagres.
Três meses se passaram e a empresa já tinha gerente até para abrir portões. Os novos executivos começaram a promover uma guerra de nervos entre seus funcionários desafetos com objetivo de eliminá-los e abrir espaço para antigos colegas das empresas de onde vinham.
A situação se agravou. Passado um ano, eles levantaram empréstimos milionários para implantar processos que só se viabilizarão com a reconquista plena do mercado perdido. Mas continuam desprezando a satisfação dos clientes. Nesta empresa, aliás, cliente é o que menos importa. Os serviços são horríveis e o atendimento horroroso.
Profissionalizar é bom? É como qualquer remédio: depende de um bom médico para prescrever e orientar a dose correta. A automedicação também nesses casos, representa um risco proibido.
Por enquanto, a assesoria de imprensa da dita empresa divulga todas as semanas que logo estarão no topo da lista das maiores e melhores. Só não diz como. Pelo jeito, continuam acreditando em milagres. Quem viver, verá!
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473
Profissionalização é o processo pelo qual uma organização familiar assume práticas administrativas mais racionais, modernas e menos personalizadas.
Muitas empresas familiares são uma verdadeira vitrine de egos. As pessoas, com diversos graus de parentesco, lutam o tempo todo para fazer prevalecer o seu ponto de vista. Quando a perda de mercado ou outros prejuízos colocam em risco sua continuidade, os familiares fazem uma trégua e, após algumas medidas de praxe – como um acordo de sócios, por exemplo – caminham em direção à profissionalização. Contratam dirigentes com prática que atuarão no meio da família com a missão de substituir formas arcaicas de trabalho por um modelo profissional.
Não é fácil profissionalizar. Não depende só de vontade ou decisão. Há que se submeter a um protocolo evolutivo e não apressado.
Foi por desobediência a estes princípios que uma empresa se colocou em dificuldades recentemente. Após os filhos afastarem o pai da administração e assumirem o comando, fizeram um Acordo de Sócios e começaram a atuar. Começaram, então, a perder significativa fatia de mercado por conta de mau atendimento, queda na qualidade e obcessão por vender mesmo sabendo que os clientes estavam crescentemente insatisfeitos. Foi quando o líder resolveu contratar executivos de grandes companhias. Ele acreditava em milagres.
Três meses se passaram e a empresa já tinha gerente até para abrir portões. Os novos executivos começaram a promover uma guerra de nervos entre seus funcionários desafetos com objetivo de eliminá-los e abrir espaço para antigos colegas das empresas de onde vinham.
A situação se agravou. Passado um ano, eles levantaram empréstimos milionários para implantar processos que só se viabilizarão com a reconquista plena do mercado perdido. Mas continuam desprezando a satisfação dos clientes. Nesta empresa, aliás, cliente é o que menos importa. Os serviços são horríveis e o atendimento horroroso.
Profissionalizar é bom? É como qualquer remédio: depende de um bom médico para prescrever e orientar a dose correta. A automedicação também nesses casos, representa um risco proibido.
Por enquanto, a assesoria de imprensa da dita empresa divulga todas as semanas que logo estarão no topo da lista das maiores e melhores. Só não diz como. Pelo jeito, continuam acreditando em milagres. Quem viver, verá!
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473